Raquel Serini – Economista do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga)
Nas últimas décadas, a economia dos países capitalistas vem se transformando aceleradamente, visando o melhor jeito de servir aos clientes com os menores custos. A definição de novas estratégias para equacionar o preço de venda e as despesas é condição necessária às empresas que querem atuar em um mercado competitivo. Conhecer, controlar, medir e avaliar a produtividade do negócio são questões vitais para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos em qualquer organização.
O preço de venda deve, certamente, considerar as práticas de mercado, no entanto, a consonância de preços praticados e custos efetivos é questão fundamental para a sobrevivência e o crescimento autossustentado das empresas, independentemente de seu porte e de sua área de atuação.
Política eficiente não significa, de modo algum, preços altos. Nem baixos! Além de perfeitamente identificada com o mercado de atuação, esta política deve contemplar a análise dos custos gerais da empresa, seu equilíbrio operacional e o retorno desejado.
Para tanto, ter instrumentos para a identificação, apuração e análise de custos operacionais e administrativos, bem como a formação de preço do serviço de acordo com a realidade de seu negócio, é extremante essencial para a sobrevivência da sua empresa.
Composição da tarifa no TRC
Portanto, não devemos alterar nossa política de preços de forma precipitada por haver alguma alteração de custo. O custo é a somatória dos nossos recursos e esforços que permitem atender ao nosso cliente ao preço que ele deseja pagar. Precisamos monitorar nossos custos para tomarmos as decisões de alteração de preços impostas pelo mercado.
As transportadoras de carga atuam no mercado de concorrência perfeita, ou seja, as empresas individualmente não têm poder de influir no mercado. E o que isso significa? Somos todos “tomadoras de preços” e o mercado reage através da oferta e da demanda. Portanto, uma vez que desejamos formar preço é necessário conhecer os custos.
Para identificarmos melhor os custos envolvidos no transporte de carga, devemos, inicialmente, conhecer bem todas as etapas que estão interligadas no processo operacional, que pode ser visto como um sistema, ou seja, uma cadeia sequencial e ordenada de operações. Com isso, você será capaz de quantificar a produtividade dos veículos utilizados nos processos de coleta, transferência e entrega da carga, ou seja, todos os custos fixos e variáveis envolvidos na operação. E assim, gerar tarifas mais rentáveis e competitivas com o mercado.
Mas desde o processo inicial de formação da tarifa de frete, não podemos esquecer da medição dos insumos e a consequente apuração dos respectivos custos, que é a chave do negócio. Isso é parte integrante dos custos e como efeito cascata, deve ser incorporado ao preço.
Portanto, no que diz respeito à gestão de transportes, a apuração de custos demonstrará de forma transparente, servindo de amparo as empresas no momento da precificação da prestação de serviço.
Como já dizia o engenheiro, estatístico e professor americano William Edwards Deming – “Só se gerência aquilo que se mede”.