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Conteúdo 10 de agosto de 2005

Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística

A importação inconseqüente de termos e conceitos criados nos grandes centros acadêmicos capitalistas e posteriormente transplantados para os setores produtivos de todo o mundo traz grandes confusões que, se não desfeitas, podem colocar em risco ou até mesmo comprometer o plano estratégico de empresas menos familiarizadas com estruturas gerenciais mais complexas.
O nome Supply Chain Management, traduzido como “Gestão da Cadeia de Suprimentos”, é um exemplo. Apesar de novo e, em alguns casos, pouco “digerido” até mesmo entre seus usuários, ele vem sendo bastante utilizado na imprensa. Mas, apesar de sua disseminação, nem sempre há total compreensão de seu significado.
O mais corriqueiro é confundi-lo como uma nova definição de logística, ou como extensão do conceito de logística. Para acabar com possíveis equívocos, uma saída é ir à origem do problema e analisar a própria definição de logística, adotada em 1998, pelo Council of Logistics Management.
Segundo esse conselho, logística “é a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla o fluxo consciente e eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos clientes”. Essa definição assume a logística como parte integrante ou subconjunto do Supply Chain Management, ou seja, é uma de suas preocupações.
O mesmo critério será usado em relação ao termo Supply Chain Management, que é “a integração dos diversos processos de negócios e organizações, desde o usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam os produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente”. Colocadas as duas concepções, torna-se mais fácil avaliar as suas diferenças.
As mais significativas e de entendimento mais simples referem-se à amplitude dos conceitos. Enquanto uma idéia refere-se às ações intra-organizacionais, ou seja, remete ao ponto de vista de uma empresa, a outra diz respeito às relações interorganizacionais, onde o foco envolve as diversas empresas componentes da cadeia.
A questão intra-organizacional é mais simples de ser abordada, pois sob a ótica de uma única empresa, o Supply Chain Management envolve tanto as operações logísticas como as de manufatura. De modo simplificado e mais popular, pode-se dizer que esta interpretação do conceito equivale a integrar Logística com Produção. Seu foco maior é na integração entre essas duas funções, às vezes englobando também a gestão (fluxo) de pagamentos e parte do projeto do produto – design for supply chain.
Já o âmbito interorganizacional é mais complexo, pois engloba, também, a seleção e a organização dos parceiros. Afinal, como ocorre em todo processo em cadeia, o cliente de uma empresa será o fornecedor de outra mais à frente. Uma indústria de calçados, por exemplo, pode ser fornecedora de um atacadista que, por sua vez, será fornecedor de um varejista.
No final dessas cadeias, contudo, está sempre o consumidor final. A ação chave, portanto, é a colaboração e o compartilhamento de informações, que podem ser conseguidos por meio de parcerias, coerção, esquemas de incentivo ou várias outras formas.

Hugo
Yoshizaki, Engenheiro, doutor em Engenharia de Produção,
professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do Curso
de Especialização em Logística Empresarial
da POLI-USP.

comunicacao@vanzolini.org.br

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