Filmes shrink e stretch: para embalar e proteger cargas paletizadas

27/01/2008

Utilizados por diversos tipos de indústria, os filmes shrink e stretch protegem o material embalado contra poeira e umidade, além de oferecerem maior segurança quanto à integridade da carga e estabilidade desta no palete.

Shrink e stretch são dois filmes produzidos, basicamente, de polietileno, utilizados para embalar e proteger a carga paletizada. Saber a diferença entre eles, e suas aplicações, auxilia na melhor organização dos produtos transportados. É isso que propõe, entre outros assuntos, esta matéria especial da revista LogWeb com representantes das empresas do segmento.

“O filme shrink é do tipo encolhível. Em decorrência disto, após a operação de embalagem é necessária uma segunda operação para encolhimento do filme por calor, para que a embalagem fique firme e bem apresentada”, explica Milton Bonanno, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos e aplicações da Sunnyvale (Fone: 11 3048. 0147), empresa atuante no mercado de automação industrial, codificação, embalagem e equipamentos de inspeção de produtos e controle da qualidade.

Por sua vez – continua ele – o filme stretch é estirável, ou seja, é esticado dentro de certos limites para que durante a operação de embalagem fique bem justo em torno da carga, “uma vez que a característica do filme stretch é se contrair depois de esticado, devido à ‘memória’ das moléculas do plástico. Neste caso, não há necessidade da etapa de encolhimento”.

J. Moreira, diretor comercial da RigiFlex do Brasil (Fone: 11 6241.4558) – que industrializa e comercializa embalagens rígidas e flexíveis para os mais variados produtos –, complementa, dizendo que na utilização do filme shrink são normalmente utilizados túneis de encolhimento para o envase, largamente usados em garrafas e potes. “É muito importante que se defina a taxa de encolhimento necessária a cada processo para o fornecimento do produto adequado”, frisa.

Entre as principais características do filme shrink, destacadas por Moreira, estão o elevado brilho e a transparência. Eles são aplicados nas indústrias de bebidas em geral, de materiais de limpeza, de cosméticos e farmacêuticas.

Quanto aos filmes stretch, revela que são especialmente desenvolvidos para a paletização, tanto manual como automática. “São altamente maleáveis e protegem a carga de poeira, perfurações, danos e avarias, assim como de furto”. São aplicados em indústrias em geral, transportadoras, empresas de logística e armazéns.

Segundo Moreira, as principais características de ambos os filmes são a alta resistência mecânica e a alta resistência à perfuração e rompimento, além de serem 100% recicláveis.

Já falando da aplicação em paletes, Paulo Carvalho, diretor comercial da Serralgodão (Fone: 11 5061.8711) – que disponibiliza sistemas para embalagem, filme stretch e equipamentos para aplicação –, diz que o stretch permite utilizar uma espessura de camada menor, proporcionando, conseqüentemente, menos peso na embalagem e menor custo de embalagem no palete.

“A aplicação deste filme combinada com a colocação de filme de cobertura (polietileno comum) permite uma ótima proteção contra umidade e poeira a um custo bem econômico, quando comparado à aplicação do shrink ou termo-contrátil”, declara Carvalho.

Para ele, o shrink ainda é utilizado em algumas aplicações específicas, como paletes de garrafas de vidro e produtos que, em dimensão/tamanho, fogem do padrão usual das cargas unitizadas, fora do padrão PBR ou medidas próximas. “Usualmente se utiliza um produto mais grosso, com espessuras de 80 ou 100 micras para cima, e, conseqüentemente, se tem um custo de embalagem bem maior que o stretch, que normalmente vai de 20 a 40 micras de espessura nominal. O processo de aplicação do filme stretch é sempre mais econômico, mais automatizado e bem mais produtivo que o do shrink”, afirma.

Equipamentos para aplicação de filmes

A respeito dos equipamentos para aplicação dos filmes, Bonanno, da Sunnyvale, diz que eles se dividem em dois grupos: orbitais e hood (capô). “Os orbitais, popularmente conhecidos como ‘múmia’, utilizam filme stretch fornecido em bobinas. Há o modelo em que um braço giratório orbita em torno do palete aplicando o filme e o modelo em que o braço é fixo e a base da máquina é que gira, de modo que a carga ‘puxe’ o filme”, explica.

Já a tecnologia hood, continua o responsável pelo desenvolvimento de novos produtos e aplicações da Sunnyvale, permite que se use filme shrink ou stretch. O filme também é fornecido em bobinas, mas, em vez de ser plano, é tubular, de modo que pinças possam agarrar a boca do filme pelos quatro lados, abrindo-o como se fora um saco, o qual desce por sobre todo o palete, encamisando carga e palete até os pés, numa única operação. Simultaneamente, a máquina sela o topo do saco e corta o filme de modo que a boca do tubo fique pronta para a próxima embalagem.

Bonanno conta que se o filme for stretch, as pinças soltam as bordas ao atingirem os pés do palete e a memória do filme fará com que se contraia, agarrando firmemente o palete e a carga. Se o filme for shrink, o palete terá que passar por uma segunda operação na seqüência, que é o encolhimento do filme, através de um túnel ou anel de encolhimento.

Ele também diz que no equipamento tipo “múmia”, a proteção é somente pelos lados da carga. “Se for necessária proteção no topo do palete, geralmente é utilizada uma lâmina de plástico por cima da carga. A proteção, neste caso, não é perfeita, pois a água da chuva, por exemplo, escorre por entre a lâmina e o filme da embalagem. O tipo hood oferece proteção pelos cinco lados. Se for necessária proteção também por baixo do palete, em ambos os casos é usada uma lâmina de diversos materiais – conhecida como ‘slip sheet’ – na base do palete, antes da paletização”, detalha.

Bonanno ressalta, ainda, que se a carga é estocada em ambientes cobertos e transportada todo o tempo em contêineres ou caminhões baú, o tipo “múmia” pode ser suficiente como proteção. Mas, quando a estocagem pode ser, mesmo que temporariamente, ao ar livre ou são usados modais de transporte que exigem movimentação da carga ao ar livre, só o sistema hood garantirá a proteção total da carga.

De acordo com o responsável pelo desenvolvimento de novos produtos e aplicações da Sunnyvale, a velocidade da linha é outra consideração da maior importância. “O sistema hood permite velocidades de operação de até 100 paletes/hora, dando conta de duas ou mais paletizadoras, enquanto o sistema orbital é aproximadamente duas vezes mais lento”.

Carvalho, da Serralgodão, resume: para stretch, os equipamentos são envolvedoras de paletes semi-automáticas ou totalmente automáticas, cujas características são investimento baixo e médio para um sistema de média e alta produtividade; para stretch hood, os equipamentos são totalmente automáticos, com investimento alto para sistemas de alta produtividade; e para shrink, estão disponíveis sistemas manuais, com aplicador de pistola: “requerem muita mão-de-obra, além de apresentarem risco de trabalho e baixa produtividade”, salienta, além de sistemas totalmente automáticos, de alto investimento e média/alta produtividade.

O mercado brasileiro

A respeito do mercado de shrink e stretch, Luciane Adão, do departamento comercial da Filmplast Embalagens (Fone: 16 3011.3418) – que oferece filme e sacos shrink, filme stretch e filme de PVC encolhível e esticável – acredita que, no momento, estes são amplamente utilizados. “As indústrias se utilizam deles para a proteção de seus produtos – desde para o empacotamento de caixas de papelão até para a paletização, garantindo a qualidade e a segurança de seu material até o destino”, expõe.

Comparando os mercados nacional e internacional dos filmes stretch, Carvalho, da Serralgodão, diz que o este último atualmente está focando espessuras menores que o mercado brasileiro. “Aqui os filmes vão de 17 a 40 micras, em geral, com três camadas, sendo que algumas empresas estão ofertando

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