FAB implementa armazém central de fardamento reembolsável 100% automatizado

12/12/2011

A Diretoria de Intendência da Força Aérea Brasileira (DIRINT-FAB) apresentou, durante coquetel para convidados, no dia 27 de outubro último, o primeiro armazém central de fardamento reembolsável 100% automatizado. Recém-inaugurado, o armazém recebeu investimentos de R$ 2,3 milhões e foi projetado pela Cassioli (Fone: 11 4525.1001).

Segundo o assessor de tecnologia da informação do DIRINT e responsável pela implantação do projeto, capitão intendente Robson Teles Peixoto, a automatização do armazém foi realizada para suprir o aumento da demanda dos últimos anos por uniformes e acessórios militares. “A evolução das vendas, que têm aumentado em progressão desde 2007, dobrando a cada 4 anos, provocou um gargalo logístico, impactando diretamente no armazenamento, na separação, expedição e no recebimento nas lojas. Em 2007, as vendas eram de 120 mil itens por ano. Já no ano de 2010, foram comercializados mais de 220 mil itens”, analisa.

A ampliação da demanda segue a lógica da necessidade dos militares brasileiros. Como o uso do fardamento é diário, estima-se que a cada seis meses, cada militar, dos mais diversos setores, procure as lojas oficiais para comprar itens de reposição e manutenção das fardas.

O principal objetivo da automatização do armazém é diminuir o tempo de espera para a reposição dos uniformes reembolsáveis (destinados à venda). Antes da mudança, o suprimento das solicitações das 28 lojas era feito de forma manual, com todo o ciclo de separação e distribuição feito por operadores. O ciclo de suprimento das lojas, que mantêm estoques para 4 meses e recebem por dia cerca de 350 itens, cada, era feito em 3,5 meses, com o trabalho de onze pessoas. “Era comum não termos terminado de suprir todas as lojas e já termos novos pedidos, pois desde o começo do ciclo já haviam se passado três meses”, explica o capitão Robson. Hoje, o mesmo ciclo é feito em 15 dias, com força de trabalho de três pessoas. Ao todo, o armazém separa diariamente 20.000 itens distintos.

Outro fator levado em consideração para a automatização do armazém foi a quantidade de erros por pedido. Como as fardas de cada militar, desde o médico ao policial, são muito parecidas, apesar de cada um possuir o seu modelo, os erros de separação eram constantes. A separação e distribuição feitas de forma manual geravam o índice de erros de 8%. Ainda sem números divulgados sobre os erros ocorridos após a automatização, já que o armazém está em nova atividade há pouco mais de dois meses, espera-se que o índice caia a 0%.

O armazém

O armazém automatizado conta com 30.000 m³ de área de armazenagem, dos quais foram automatizados 7.000 m³, com capacidade para 5.000 caixas. Integrada a esse projeto foi desenvolvida uma solução para a identificação dos produtos por meio de etiqueta eletrônica, o sistema de padronização GS1. Dessa forma, ocorreu a junção da automação logística com o rastreamento e controle dos produtos por meio de RFID.

A Cassioli foi a responsável pela construção do projeto, que contempla o desenvolvimento de um transelevador para a movimentação das caixas onde ficam estocados os produtos, a implantação de esteiras automatizadas que conduzem as unidades de armazenamento até os operadores e os túneis de leitura de etiquetas de radiofrequência, que realiza a checagem eletrônica da quantidade e do tipo de material antes de armazenar em uma das 5.000 localizações existentes. “Para podermos ser responsáveis por realizar um projeto como esse era necessário certo nível de excelência. Grande parte do nosso lucro como empresa está em inovação, e o projeto desenvolvido para a FAB possui exatamente isso: inovação”, comemora Carlo Cassioli, general manager da empresa. A Cassioli montou a estrutura metálica para disponibilização das caixas de armazenamento com o apoio da Bertolini.

Os processos de separação dentro do armazém, onde estão armazenados 450.000 itens, ocorrem em dois turnos de quatro horas diárias. O operador tem acesso a uma interface por onde seleciona o pedido que deve ser cumprido naquele momento. Ao executar o pedido, o transelevador seleciona a caixa onde estão os produtos solicitados e a encaminha, por meio de esteiras, até o operador, que tira a quantidade exata necessária.

“Ao indicar o retorno da caixa para o local de armazenamento, a mesma passa por uma conferência automatizada de número e tipo de peça que se encontram ali. Essa conferência é feita por meio de etiquetas de radiofrequência colocadas em cada peça. Caso o número ou o tipo de peça não esteja condizendo com a quantidade de produtos que deveria estar na caixa, após a retirada do pedido, ela não volta para o seu lugar. Se o sistema acusar algum erro, o operador entra em contato com a caixa para verificar o que há de errado. Se o sistema acusar que a caixa está de acordo, ela é automaticamente colocada de volta no seu lugar”, explica o capitão Robson. Diariamente, o sistema pode movimentar até 500 caixas de armazenamento.

Atualizações

Três anos de estudos e um ano e meio de construção e implantação foram necessários para que o sistema fosse condizente com as necessidades do DIRINT e, mesmo com pouco tempo de atuação, atualizações já estão previstas e deverão ser voltadas para a maneira de atender aos pedidos.

A próxima fase do projeto permitirá aos militares que trabalham nas lojas receber volumes de expedição realizando a conferência eletrônica por meio de computadores de mão (PDA). Nessa fase, a venda também poderá ser realizada através da identificação do número de série de cada produto utilizando um leitor RFID conectado aos terminais de venda. “A implantação do projeto de automação também permite dar prosseguimento à idealização do e-commerce. Já estamos com um estudo para catalogação visual dos produtos e especificação do software da interface da loja eletrônica”, finaliza o capitão Robson.

 

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