Embarcadores: comunicação transparência, aliança e confiança mútua devem marcar a relação com os transportadores

19/08/2019

A revista impressa Logweb número 202 (agosto) traz os ganhadores do Top do Transporte 2019. Aqui, os embarcadores – votantes no Top – avaliam a sua relação com os transportadores. Como é a comunicação e integração entre ambos? Qual o papel de cada um para melhorar a relação? E também: os problemas na distribuição, como escolher um transportador e os impactos da tabela de fretes.

 

Gehaka/Kaufmann: boa relação com transportadores envolve o uso de tecnologia

Quando o assunto é a comunicação e a integração entre embarcador e transportador, William dos Santos Machado, supervisor de logística da Gehaka, que produz equipamentos para laboratórios, e da Kaufmann, com linha de equipamentos para logística, fala que a Gehaka hoje tem uma boa relação com seus transportadores, pois cada um dos que os atendem tem o seu respectivo representante externo e interno para se comunicar via telefone, e-mail e WhatsApp, o que agiliza o tempo de resposta em algumas ocorrências. “Na parte de integração, os transportadores que nos atendem possuem sites com infraestrutura para rastrear mercadorias, extrair comprovantes de entrega e emitir o conhecimento de transporte, além de algumas outras opções.”

Machado também fala do papel do embarcador e do transportador para melhorar a relação entre ambos.

“No caso do embarcador, acredito que transparecer a real necessidade no ato da contratação dos serviços é fundamental para ambos falarem a mesma língua nas possíveis ocorrências e, assim, construir uma confiança mútua.”

Neste quesito, como embarcador, Machado dá alguns conselhos para a escolha de um transportador: procurar conhecer a reputação da transportadora; buscar conhecer a frota e os recursos que ela pode fornecer; sempre comparar o custo-benefício, pois há diversas opções de transportadoras com perfis semelhantes, e vale analisar pontualmente qual a opção que se enquadra melhor no perfil da empresa embarcadora; e sempre firmar contrato, a fim de construir parcerias, gerando confiança mútua.

Voltando ao papel do transportador para melhorar a relação com o embarcador, o supervisor de logística aponta vários caminhos: procurar entender a necessidade do embarcador, verificar se tem reais condições de corresponder ao que foi solicitado e ter versatilidade para resolver possíveis ocorrências, para assim conquistar e construir uma confiança mútua, de maneira que venha a atender o cliente final com eficiência e eficácia.

Machado também aponta os maiores problemas enfrentados pela empresa na distribuição de seus produtos: os valores dos fretes – “duas vezes por ano temos que negociar reajustes que variam de 5 a 8%” – e as condições de tráfego, pois as estradas brasileiras precisam de investimento e o país, nesse sentido, deixa a desejar, comprometendo o processo logístico no quesito atender com melhor prazo.

Aliás, a tabela de frete já virou um “novelão”, e no momento em que preparávamos esta matéria, a nova versão estava suspensa. “Estou aguardando acontecer para negociar com minhas transportadoras parceiras, pois os altos valores de taxas que envolvem as tributações para as atividades das distribuidoras no país elevam o custo dos fretes. Minha missão a cada mês é minimizar os custos com os fretes o máximo possível, inclusive tenho como indicador o confronto entre custo de frete x faturamento e tenho como meta não ultrapassar 1% do faturamento da empresa com fretes. Resumindo, os custos com fretes sempre serão um vilão a ser combatido”, completa Machado.

Finalizando, vale destacar que os produtos para a área de logística da Kaufmann incluem: transportadores flexíveis e fixos em vários tipos, módulo de pesagem – checkweigher de roletes e de correia – e projetos especiais, envolvendo sorter e mesa de esferas.

 

Indústria de papel e embalagem: proximidade com transportadoras permite agilidade

Maicon Andrade Lucas, diretor administrativo de uma empresa de papel e embalagem, entende que para um bom desempenho, as informações entre embarcador e transportador precisam estar atualizadas e em tempo hábil. “Atualmente, nossa comunicação com as transportadoras é muito boa, pois como temos um alto volume, optamos por mantê-las bem próximas, pois com isso conseguimos maior agilidade.”

Lucas também diz que o papel do embarcador para melhorar a relação com o transportador implica em ter transparência e confiança, além de buscar no transportador um parceiro de negócio.

Quanto ao transportador, o diretor administrativo entende que este deve prestar um bom serviço, ser flexível e estar próximo ao embarcador, entendendo suas necessidades, que mudam frequentemente em função do cenário atual do mercado. “Alias, na escolha de um transportador devem ser considerados fatores como frota, preço, qualificação da equipe, raio de atuação e estrutura.”

Lucas também aborda um assunto muito em voga: o frete.

“Devido ao nosso produto ser de baixo valor agregado e muito volumoso, não conseguimos repassar aos transportadores um frete mais justo, desta forma atualmente a maior dificuldade é encontrar uma frota mais nova. Hoje, o frete dentro do nosso negócio, pelo raio de atuação médio, representa aproximadamente 7% sobre a receita líquida. Com base na última tabela do governo [antes da atualização e da suspensão], o impacto seria de um aumento de 23% na conta frete. Na carreta basicamente inviabilizaria nosso negócio”, completa o diretor administrativo.

 

Marppel e Maptoy: o que mais pesa na escolha do transportador é o preço dos fretes

“Nós, da Marppel e Maptoy, procuramos ter uma relação bem próxima e aberta com nossos transportadores, deixando bem claro as nossas necessidades e, principalmente, as necessidades de nossos clientes, visando obter um nível de serviço cada vez mais elevado. Com isso, em todos esses anos de caminhada, temos conseguido atender satisfatoriamente toda nossa demanda devido às parcerias que temos com diversos transportadores.”

A explicação é de Sérgio A. B. Canto, supervisor de logística da Marppel Indústria e Comércio e da Maptoy Distribuidora de Produtos. A primeira empresa atua no segmento de transformação de plástico por processo de injeção, fornecendo produtos e serviços para todo o Brasil e também para alguns países da Europa. Trabalha no atendimento de diversas linhas de produtos, como peças para automação bancária, elevadores, controladores de acesso e brinquedos, sendo os seus principais clientes: Dilupe BVBA, Head Eletronics BV, Kapsch Carrier, Diebold Nixdorf, Elevadores Atlas Schindler, Prodata Mobility e Wolpac Sistemas.

Já a Maptoy é uma distribuidora de brinquedos e itens de festas que atua em todo o território nacional e em alguns países do Mercosul. Seus principais clientes são as redes Havan, Bmart e Ri-Happy.

Papéis – Na opinião de Sérgio, o papel do embarcador é fundamental na relação com a transportadora, “pois somos nós que temos contato direto com os clientes e conhecemos suas reais  necessidades. Dessa forma, entender isso e transmitir ao transportador é o segredo para se obter um serviço de boa qualidade. Assim sendo, a comunicação, integração e a transparência são imprescindíveis para melhorar a relação entre embarcador e transportador”.

Ainda de acordo com o supervisor de logística, o embarcador deve ser bastante específico ao passar para o transportador os requisitos a serem atendidos a respeito do cliente, da carga, do transporte e da entrega.

O papel do transportador também é importante no estreitamento dessa relação – continua Sérgio. “Ele deve buscar as informações pertinentes a sua operação junto ao embarcador, uma vez que algumas informações fundamentais para a operação acabam sendo omitidas pelo embarcador, e isso pode colocar em risco o nível de serviço prestado. O detalhamento da execução da operação deverá ser informado ao embarcador para que ele consiga compreender os desafios e as dificuldades do transportador e, assim, fornecer informações assertivas nesse sentido.”

O supervisor de logística também destaca que buscam em um transportador um excelente nível de serviço, com preços competitivos e prazos adequados à realidade da empresa. “Diante de uma grande quantidade de transportadores no mercado e com tabelas de preços extremamente discrepantes, o que mais pesa para nossa empresa na escolha do transportador nesse momento é o preço dos fretes, tendo como base a grande competitividade que há no setor. Dessa forma, acredito que quem está atuando no mercado está apto a atender as principais necessidades do embarcador. Além disso, procuro conhecer pessoalmente a operação do transportador e assim definir se ele é capacitado para garantir nossa distribuição.”

E por falar em preço dos fretes, Sérgio diz que, com a linha de brinquedos, esta é sua maior dificuldade. “Em virtude de minha carga ser muito volumosa, não tenho conseguido valores competitivos para distribuição nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Como trabalho nessas regiões com frete FOB, muitas vezes o cliente não acha viável pagar um valor tão alto de frete para ter nossos produtos no ponto de venda, e se for no CIF, o valor dos pedidos na maioria das vezes não paga os fretes – tenho apenas 8% do valor dos pedidos para cobrir os fretes.”

Assim, qualquer tipo de reajuste na tabela de fretes é muito impactante para as duas empresas, pois a margem que têm para distribuição é muito baixa. “Temos feito trabalhos constantes de otimização e redução de custos em nossos processos produtivos e logísticos internos para poder compensar esses reajustes do setor. Isso representa um grande esforço de toda nossa equipe para enxugar nossa operação para poder continuar tendo preços competitivos no mercado”, finaliza o supervisor de logística.

 

Nakata: transportador é visto como parceiro, parte do negócio

A relação da Nakata Automotiva com os transportadores foi construída de forma colaborativa e tem excelentes resultados. “Mantemos um canal de comunicação efetivo e transparência em todo o processo. Não consideramos o transportador apenas um fornecedor, mas parceiro, parte de nosso negócio, compartilhamos as ações que desenvolvemos para o mercado, plano de crescimento, mudanças no perfil e comportamento das vendas que afetará toda a cadeia. Além disso, o trabalho em conjunto possibilita analisar a performance e a melhoria contínua dentro das operações da Nakata e também do transportador.”

Ainda segundo o gerente de logística da empresa, Alexandro Barbosa, para que esta relação seja “azeitada”, a escolha da transportadora deve ser cuidadosa. “É importante avaliar se a transportadora atua no mesmo segmento com outros players em seu portfólio – isso facilita porque a empresa já conhece as características do mercado. Não esquecer de verificar, também, o número e a qualidade da frota, serviços de back office, apólice de seguro coerente aos valores transportados e, principalmente, custos aderentes aos praticados pelo mercado.”

Barbosa também destaca que é necessário que o transportador esteja próximo de seus clientes e disponibilize veículos para coleta e/ou entregas na hora e local certo. Também é importante entender as necessidades de mudanças nos processos e adotar modelos com a utilização de tecnologia para envio de informações de forma rápida. Esses fatores serão cada vez mais determinantes, trazendo agilidade na operação.

“Quando a transportadora chega na porta dos nossos clientes, é a Nakata que está chegando com as suas mercadorias. Por isso, qualquer problema que ocorrer durante o percurso não transferimos para o transportador. Resolvemos a quatro mãos porque está relacionando diretamente à satisfação e percepção do nosso cliente”, completa o gerente de logística, falando agora do importante papel do embarcador na relação com a transportadora.

Ele também destaca que a dimensão do território brasileiro, somada à falta de investimentos em infraestrutura e à mudança no comportamento de compras, que está cada vez mais fracionado, até mesmo pela variedade de produtos existentes, são os maiores desafios em custos e prazos.

E, mais ainda: a tabela de fretes está gerando uma transformação nos negócios dos transportadores – alguns segmentos tiveram grandes impactos e estão precisando se reinventar. “No caso da Nakata Automotiva, sempre houve a preocupação de manter o equilíbrio da tabela de frete para que fosse aderente aos custos praticados pelo nosso segmento e também que o transportador fizesse resultado transportando a mercadoria da Nakata”, completa Barbosa, destacando que a empresa é fabricante de autopeças para o mercado de reposição, com linhas de produtos para sistemas de suspensão, transmissão, freios e motor, tanto para automóveis e comerciais leves, quanto para caminhões, ônibus e motocicletas, atendendo em todo o país.

 

NCR: prioridade é na comunicação rápida e transparente

A NCR Corporation é fornecedora de software e serviços para empresas dos setores financeiro, de varejo, hospitalidade, telecomunicações e tecnologia. No Brasil há mais de 80 anos, a NCR abriu sua fábrica em Manaus, AM, em 2009 para atender à demanda dos clientes por compras locais e ter uma presença maior no mercado brasileiro e já produziu mais de 60.000 ATM´s para o mercado nacional e internacional, sendo Argentina, Colômbia, Peru, Panamá e Bolívia os principais países.

No mundo digital e conectado que vivemos, a tecnologia é fundamental para os processos logísticos e o desenvolvimento dos negócios, mas nenhuma delas supera o relacionamento entre as pessoas. “Acreditamos que o bom relacionamento entre embarcador e transportador é o grande diferencial para o atendimento dedicado das necessidades dos clientes com agilidade e eficiência”, destaca João Gabriel Werneck, gerente nacional de logística da NCR no Brasil.

Ele também revela que priorizam a comunicação rápida e transparente e por isso trabalham com transportadores que tenham sinergia com o direcionamento do negócio e, juntos, estão preparados para responder aos desafios logísticos nacionais e internacionais com velocidade na tomada de decisões no menor tempo possível para minimizar os impactos para a companhia e para os clientes. “A comunicação é fundamental para entender, gerenciar e solucionar quaisquer eventualidades no processo logístico e, principalmente, para evitar que ocorra novamente.”

Sobre o papel do embarcador na relação com o transportador, Werneck alega que o alinhamento de informações, neste caso, é fundamental e por isso é importante que o embarcador forneça o máximo possível de informações sobre seus produtos, metas e trânsitos a serem cumpridos pelo transportador.

“A transparência por parte do embarcador com relação às expectativas de atendimento deve ser exposta desde o início de qualquer negociação. As métricas de atendimento devem ser sempre revisadas periodicamente para que ambos mantenham o controle dos indicadores de performance da operação.”

Por outro lado, sendo um especialista com conhecimento do transporte de ponta a ponta, o transportador precisa informar o serviço ao embarcador com transparência para direcioná-lo de acordo com o que precisa ser realizado. Isso inclui o conhecimento de metas e trânsitos que devem ser aprovados mediante o prazo para a entrega do serviço e as novas regulamentações quanto ao tempo de trabalho dos motoristas, etc.

“Quando falamos de embarque aéreo ou de cabotagem, as opções das companhias aéreas e armadores são as mesmas para todos os transportadores, sendo o acompanhamento do embarque 24/7 e a comunicação eficiente e eficaz os principais diferenciais”, completa o gerente nacional de logística da NCR no Brasil.

Problemas – A exemplo de outros profissionais que atuam com logística, Werneck frisa que a estrutura logística do país está muito aquém do que deveria e acaba tornando o transporte um grande ofensor aos custos do produto.

“A NCR tem uma fábrica em Manaus para entregar nossos produtos e soluções nacionalmente e ainda não temos opções de estradas adequadas para o escoamento da nossa produção. Outras alternativas são por meio do embarque rodofluvial, que ainda é um modal de transporte bastante arriscado pelas estradas de Belém que conectam com o restante do País, mas também deixa a desejar, e via cabotagem, que tem um serviço regular, porém o prazo de trânsito é mais longo.”

As questões tributárias estaduais também geram grande transtorno com as diferentes alíquotas de ICMS para cada Estado, sendo necessário o gerenciamento dos tributos e das notas fiscais emitidas para os diferentes estados da união.

A estes problemas se junta o tabelamento do frete. “Uma tabela que pretende dizer qual é o valor mínimo que o frete deve custar é no mínimo contra a liberdade comercial, o livre comércio, e acaba impactando a competitividade das empresas no Brasil.”

Werneck conclui dando alguns conselhos para a escolha de uma transportadora.

Segundo ele, é importante analisar o mercado e verificar quais são os transportadores que têm competência para atender as necessidades do embarcador sem colocar em risco sua operação.

“Atualmente, cada porto e aeroporto do país mantém seus prêmios de eficiência logística que acabam levando em consideração toda a cadeia de Supply Chain dos importadores. Utilizar esses rankings para verificar quais transportadores participam e ganham os prêmios é importante para selecionar um possível parceiro.”

Manter-se atualizado e conectado com as novidades do mercado também é fundamental, ainda de acordo com o gerente de logística. “Hoje temos revistas e sites especializados, como a própria Logweb, que mantém o Top do Transporte, que podem ser um diferencial para essa escolha e outras fontes de conteúdo para se manter sempre informado”, conclui Werneck.

 

Oderço: problema é receber a informação em tempo hábil para lidar com os imprevistos

Componentes eletrônicos e informática. Esta é a linha de produtos da Oderço Distribuidora de Eletrônicos. E para distribuí-los, a empresa tem uma relação regular com o seu transportador. “Nos dias de hoje são poucas as parceiras que realizam feedback no seu processo”, lamenta Jhon Francis Leandro, gestor de logística da empresa.

Enquanto, por uma lado, ele afirme que o embarcador deva tratar o transportador como aliado, procurar entender melhor a dinâmica do parceiro para um melhor convívio e possíveis resoluções de ocorrências, por outro salienta que o transportador deve entender melhor o que o embarcador precisa, ter conhecimento do perfil de carga transportado e buscar sempre dar retornos rápidos nas ocorrências geradas.

Hoje, um dos maiores problemas é receber a informação em tempo hábil para lidar com os imprevistos. Sabemos que sinistros ocorrem, e não há como fugir deles, o problema é saber do problema pelo destinatário, e não pelo transportador”, acrescenta. Neste sentido, o gestor de logística afirma que, ao escolher um transportador, é preciso buscar um parceiro que seja ágil nas resoluções das ocorrências, além de oferecer a informação dos embarques de maneira constante até seu destino final.

Quanto à tabela de pisos mínimos dos fretes, Leandro destaca que o perfil de carga da empresa é fracionado para todo o Brasil, e suas tabelas de fretes são atualizadas anualmente. “Dessa forma, precisamos esperar o começo da vigência dessa nova tabela – atualmente suspensa – para verificar o seu real impacto, caso tenha.”

 

 

Perstorp: comunicação é o melhor caminho para evitar problemas

Alexandre Meller Barbosa é Regional Sales Manager Brazil da Perstorp Química do Brasil. Trata-se de uma empresa líder mundial em vários segmentos, com destaque para os segmentos de tintas decorativas e industriais, resinas de breu, lubrificante sintético, PUD, plastificante, nutrição animal, fertilizantes, detergente líquidos, couro, perfuração de poço, etc.

E falando da relação da sua empresa com as transportadoras destes produtos que, em sua maioria, requerem cuidados especiais, Meller diz que ela é boa. “Existem pontos a serem melhorados, como comunicação franca e aberta quando um problema ocorrer. Eu acredito na transparência em resolver problemas, pois assim teremos uma solução prática e rápida, ao invés de omitir a verdade.”

Ainda segundo ele, para que isto ocorra, o embarcador precisa fornecer o máximo de informação para que o transportador possa desempenhar o seu melhor. “Como já dito, a comunicação é o melhor caminho para evitar problemas.”

Quanto ao transportador, ele precisa entender as particularidades do embarcador para que a operação seja um sucesso. “Volto a afirmar que a comunicação é o melhor caminho para que ambas as partes cheguem a um comum acordo sobre o serviço a ser prestado.”

Com tudo isto, Meller ressalta que encontrar um transportador apto a entender as particularidades de cada destino final da mercadoria é um problema. “Infelizmente não é possível padronizar todas as entregas. Existe a necessidade de ser mais flexível e estar apto à mudança. Por outro lado, infelizmente, não adianta buscar um frete mais barato. É necessário entender do transportador se está apto a trabalhar com conjunto em cada aspecto da operação. Entender as particularidades, poder sugerir melhorias, ser um parceiro para o sucesso da operação. O principal conselho que eu daria na hora de escolher um transportador é exigir transparência.”

Sobre a tabela de pisos mínimos dos fretes, o Regional Sales Manager Brazil diz que o impacto é negativo, pois tira a competitividade dos transportadores em oferecer o melhor serviço. “O mercado é quem deveria regular o frete pela premissa da oferta e demanda. Pode até ocorrer repasse do aumento do frete para o produto final. Quanto maior a regulação estatal, mais prejudicial é para a economia.”

 

Track & Field: velocidade e qualidade da informação são fatores-chave de sucesso na relação com embarcador

No caso da Track & Field – varejo-moda de roupas e acessórios para prática de esportes – a relação, hoje, com o transportador é classificada como boa, “pois, além de estarmos sempre realizando rodadas de feedback sobre a prestação de serviços e a performance, investimos recentemente no TMS Frete Brasil da Active Corp. Esta ferramenta possibilitou agilizar a troca de informações, trazendo uma melhor performance no tracking. Classificamos a velocidade e a qualidade da informação como fatores-chave de sucesso na relação embarcador com transportador.”

Ainda de acordo com o gerente de logística da Track & Field, Welington Souza Celestino, é primordial que o embarcador deixe claro para os parceiros transportadores os valores e as expectativas que ele preza nas tratativas da prestação do serviço. “Isto deve estar claro na abertura da negociação. Rodadas constantes, proporcionando feedback de performance e as necessidades de correção. Ter ferramentas que auxiliem na comunicação e que trarão, consequentemente, impactos positivos na relação (KPIs, TMS, DashBoards, etc.).”

Por outro lado, Celestino enfatiza que o transportador deve entender de forma detalhada os valores e as expectativas que o embarcador considera importantes na negociação. “Promover rodadas para entendimento da performance e acolhimento dos feedbacks. Considerar elogios e oportunidades de melhoria na prestação do serviço. Investir em ferramentas que auxiliem nesta comunicação.”

Como se pode notar, para o sucesso da operação logística, tanto o embarcador quanto o transportador têm papel importante. Assim, deixar claro na abertura de negociação as premissas e características da operação é garantia de um resultado positivo, e isto é papel do embarcador. “Na escolha do transportador entendemos que, além de segurança, performance, estrutura, atendimento e experiência, é primordial a agilidade das informações e tratativas de ocorrências.”

Mesmo tendo investido em práticas e ferramentas para mitigar os problemas em sua cadeia de distribuição, o gerente de logística da Track & Field reforça que, de um modo geral, a falta de informação ainda é um problema que assola embarcadores do segmento em que a empresa atua. “O dinamismo do varejo-moda não permite espaço para falhas no quesito entrega, e a informação antecipada de possíveis ocorrências para tempo de reação é de extrema importância para o sucesso do negócio.”

Sobre a tabela de pisos mínimos dos fretes, Celestino diz que o que mais reflete na mudança dos pisos é a variação do óleo diesel. “Isto impacta diretamente nos custos dos transportadores que, consequentemente, nos repassam estas variações através dos percentuais anuais de reajustes. Nós seguimos como base para negociação os reajustes apresentados no Índice Nacional da Variação de Custos de Transportes (INCT).”

 

Sony Brasil: transporte é parte relevante da estratégia de negócio

Transparência. Esta também é a palavra que define a relação da Sony Brasil – que produz televisores, áudio (headphone, mini-systems e soundbars) e câmeras – com os seus transportadores. “Cada vez mais entendemos o transporte não somente como um dos pilares essenciais para o êxito na estratégia de distribuição, como também sendo parte relevante da estratégia do negócio como um todo, uma vez que a experiência completa de nossos clientes passa pelo processo logístico, sendo o transporte a etapa mais representativa e, dentro dos fluxos operacionais, o processo que mais aproxima embarcador e cliente.”

Ricardo Yamamoto, gerente de logística da Sony Brasil, pontua que o embarcador é um agente que precisa fomentar uma relação cada vez mais colaborativa. “Para além da execução, também deve considerar a participação do transportador nas fases de planejamento. Além disso, transparência, política clara e saudável de precificação e remuneração por resultados são papéis que o embarcador deve liderar.”

Já o transportador, ainda de acordo com Yamamoto, é detentor de um profundo conhecimento técnico. Para além do domínio das rotas, oportunidades de otimização, estabelecimento de sinergias e circuitos, é um agente que conhece as particularidades acerca do funcionamento de muitos destinatários. Dessa forma, é uma fonte valiosa de dados que devem ser colocados à disposição do embarcador para melhorias no processo de distribuição como um todo. “Por isso, considero importante, antes de prospectar um transportador, definir os pilares básicos e requerimentos estratégicos do negócio que um fornecedor de transportes deve prover – isso passa, inclusive, por convergência no tocante a propósito e valores. Em termos práticos, o uso de indicadores de mercado, guias e premiações são boas ferramentas de crivo. Algo que tem se mostrado muito útil são fóruns antes mesmo das demandas existirem, de modo que haja um conhecimento prévio e estabelecimento de contato entre embarcador e potenciais fornecedores.”

Problemas – Falando dos problemas enfrentados por sua empresa, o gerente de logística da Sony Brasil aponta a escassez de soluções completas que sejam capazes de atender a intermodalidade com um mesmo fornecedor. Além disso, problemas recorrentes que ainda representam perdas expressivas: roubos e extravios.

A tabela de pisos mínimos dos fretes também é vista como um problema. “É preciso ter padrões mínimos de regulação no transporte, mas para isso já existem leis que dão o devido amparo às partes. A tabela de pisos mínimos representa um retrocesso, pois retira das partes diretamente envolvidas nos negócios a liberdade para buscar e definir padrões que atendam aos requisitos e necessidade de ambos. Em não havendo alterações substanciais na tabela, é mais um agente que corrói a competitividade das empresas.”

 

Yamá Cosméticos: embarcador precisa olhar para as principais ameaças e problemas com olho crítico

Italo Antonucci Frederico, supervisor administrativo de vendas e gestão de fretes da Yamá Cosméticos, é outro embarcador que elege a transparência como principal fator para a boa relação embarcador e transportador. “Iniciamos um novo projeto aqui na Yamá em fevereiro último, prospectando novos parceiros para o segundo semestre de 2019, e o que fez a diferença para termos um resultado de KPI de 75% para 95% já no primeiro mês foi termos sido transparentes com nossos novos parceiros, mostrando nossos principais gaps para que os transportadores atuassem como agentes de melhoria em conjunto conosco.”

Frederico ressalta que o embarcador precisa olhar suas principais ameaças e problemas com olho crítico, reconhecendo onde precisa melhorar, seja em pessoas ou processos, para que, após essa análise, possa demandar ao transportador e, assim, traçar planos de ação conjunta. Segundo ele, o embarcador conhece seu produto e seu negócio, e o transportador também precisa conhecer o produto e o negócio do seu cliente. “Assim, as ações do transportador precisam ser proativas, entendendo o negócio do embarcador, as particularidades de seus produtos e de seus clientes. Ter reuniões quinzenais ou semanais para alinhamento de processo também é um diferencial. Quem está próximo tem menos chances de ter ruídos no dia a dia, e caso eles apareçam, as ações possam ser rápidas e sem impactos ao cliente final.”

O supervisor administrativo de vendas e gestão de fretes da Yamá Cosméticos acredita que a “alma do negócio” na escolha de um transportador seja buscar parceiros que conheçam seu mercado de atuação, que tenham estrutura para atender o tamanho de sua demanda, disponham de um bom SAC e de condições de fornecer um pós-venda assíduo e presente. De acordo com Frederico, nem sempre o melhor/maior transportador pode ser a solução para sua logística. Engajamento com o negócio, estrutura, expertise e know-how podem ser agentes de saving no seu budget de transporte.

Desafios – Em se tratando de cosméticos – entre os produtos oferecidos pela empresa estão pó descolorante, água OX, coloração para todos os tipos de cabelo, linhas de tratamento, xampus, condicionadores e o creme multifuncional Yamasterol (com 50 anos de história) –, os principais desafios são com relação à fragilidade do produto, às particularidades individuais dos grandes Centros de Distribuição e à alta rotatividade do comércio.

“Em nosso negócio, buscamos a todo o momento uma cadeia ativa de Just in Time em nossos principais clientes para que o abastecimento do estoque esteja em conjunto com nossas entregas. Atualmente são raros os clientes que trabalham com um estoque alto, e ser assertivo na reposição faz a diferença frente aos nossos clientes (B2B) e seus clientes diretos (B2B e B2C).”

 

Avaliação do Top do Transporte

 

“O Top do Transporte é uma ótima premiação aos profissionais da logística. Vejo como uma ótima fonte de

motivação, orgulho e visibilidade para as empresas que se destacam por melhor atender a seus respectivos clientes.”

William dos Santos Machado, supervisor de logística da Gehaka e da Kaufmann

 

 

“O Top do Transporte é muito importante para incentivar os transportadores que estão ingressando no mercado a trilharem o caminho da responsabilidade e comprometimento com os clientes e para coroar aquelas que já estão há mais tempo no mercado, atuando em busca de vencer os desafios e proporcionar aos embarcadores segurança e fidelidade.”

Sérgio A. B. Canto, supervisor de logística da Marppel Indústria e Comércio e da Maptoy Distribuidora de Produtos

 

 

“O Top do Transporte é uma  maneira de reconhecer as melhores práticas e serviços deste  mercado tão competitivo.”

Alexandro Barbosa, gerente de logística da Nakata Automotiva

 

 

“O Top do Transporte é uma premiação importante para um setor especializado no mercado, que ganha cada vez mais destaque nas organizações. A logística faz parte dos processos de entrega das companhias e o Top destaca exatamente isso, a cadeia logística e de fornecimento, que são fundamentais para a competitividade nacional.”

João Gabriel Werneck, gerente nacional de logística da NCR no Brasil

 

 

“Acredito que o Top do Transporte seja como uma vitrine para os transportadores, assim eles se empenham em ficar sempre entre os Tops, e o embarcador consegue fazer uma análise melhor antes da contratação.”

Jhon Francis Leandro, gestor de logística da Oderço Distribuidora de Eletrônicos

“É um Prêmio que dá visibilidade aos melhores transportadores e uma vitrine para quem necessita encontrar novos  parceiros de negócio.”

Alexandre Meller Barbosa é  Regional Sales Manager Brazil da  Perstorp Química do Brasil

 

 

“O Top do Transporte é uma excelente oportunidade para reconhecer as empresas que, mesmo diante de cenários adversos, ainda conseguem entregar aos embarcadores e seus clientes serviços de excelência. Além disso, para os embarcadores, é uma vitrine confiável para prospecção de novos fornecedores.”

Ricardo Yamamoto, gerente de logística da Sony Brasil

 

 

“O Top do Transporte, além de promover a saída da zona de conforto dos transportadores em busca de melhores práticas para uma melhor avaliação, proporciona ao embarcador um rico material para auxiliar na melhor decisão de contratação.”

Welington Souza Celestino, gerente de logística da Track & Field

 

 

“Vejo o Top do Transporte como uma via de mão dupla nas operações logísticas entre embarcador e transportador. Para nós, embarcadores, é uma forma de ajudar a selecionar fornecedores competentes e preocupados em ser premiados e reconhecidos por sua qualidade, bem como avaliar transportadores de forma positiva ou negativa, fazendo com que nossas experiências possam ajudar outros Gestores de Logística. No caso dos transportadores, além da avaliação e ranking que ajuda na divulgação de seus serviços, endossando suas características técnicas, serve como termômetro de mercado, elencando o posicionamento de sua empresa e principais concorrentes.”

Italo Antonucci Frederico, supervisor administrativo de vendas e gestão de fretes da Yamá Cosméticos

 

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