Cinco desafios logísticos no mercado de distribuição de TI no Brasil, segundo WDC

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a logística na distribuição de tecnologia enfrenta obstáculos que vão além do custo do frete, envolvendo desigualdades regionais, infraestrutura e burocracia. De acordo com Juranilson Santos, diretor de Logística da WDC Networks, são cinco os principais desafios que impactam a operação de empresas do setor.

Cinco desafios logísticos no mercado de distribuição de TI no Brasil, segundo WDC

Escassez de mão de obra qualificada

Segundo Santos, a falta de profissionais técnicos para áreas operacionais, como conferentes, motoristas e ajudantes, ainda é um gargalo. Embora cursos técnicos e superiores em logística tenham crescido, a dificuldade em atrair candidatos para funções essenciais permanece. “Por mais automatizado que seja um centro de distribuição, ainda precisamos de pessoas para garantir o fluxo das operações”, explica.

Dimensões continentais e desigualdades regionais

Atuar no Nordeste para atender o Sul e Sudeste, onde está a maior concentração de demanda, é um desafio constante para operadores logísticos. Santos relata que a WDC mantém processos ágeis para compensar a distância, emitindo pedidos no mesmo dia e processando produtos em até três horas. Parcerias com transportadoras possibilitam entregas em até 72 horas do Nordeste para o Sudeste.

Em 2025, a WDC inaugurou um centro de distribuição em Itajaí (SC) para aproximar-se de mercados estratégicos e reduzir o tempo de entrega para até 48 horas na região Sul e estado de São Paulo.

Infraestrutura de transporte limita alternativas

Apesar dos portos de Ilhéus e Salvador, a cabotagem não é viável para cargas fracionadas. O modal ferroviário também enfrenta limitações, como diferentes bitolas, que dificultam a integração entre regiões. Já o frete aéreo depende fortemente do transporte rodoviário para completar a entrega no destino final.

Centralização da indústria e demanda no Sudeste

Embora a operação no Nordeste traga vantagem competitiva para o Norte-Nordeste, a maior parte dos pedidos ainda está concentrada no Sudeste, exigindo controle interno rigoroso. “É mais fácil enviar dez caminhões para São Paulo do que um caminhão cheio para outras capitais, devido ao volume de pedidos”, afirma Santos.

Logística reversa no atendimento pós-venda

No setor de tecnologia, o trabalho continua após a entrega. Quando há problemas, o atendimento é realizado por meio de guias, tutoriais ou vídeos. Se necessário, o produto é recolhido e encaminhado ao centro de distribuição ou laboratório para conserto ou substituição. Esse processo pontual exige atenção, especialmente em um país com tamanha diversidade logística.

Realidades distintas na logística de TI

Para Santos, “logística, no Brasil, não é apenas sobre vencer distâncias, é sobre enfrentar realidades múltiplas a cada remessa”. Ele lembra que o Mapa da Logística 2025, divulgado pela Loggi, aponta que a cada sete segundos uma encomenda do e-commerce é enviada, mostrando a complexidade e relevância do setor.

Segundo a ABOL, com receita bruta operacional do setor de operadores logísticos estimada em R$ 192 bilhões, o mercado exige soluções adaptadas às diferentes regiões. Santos conclui: “Quando se entende que cada entrega leva mais do que um produto, leva a reputação da empresa e a confiança do cliente, a logística passa a ser um dos pilares mais estratégicos do negócio”.

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