Demanda por biodiesel cresce 8,9% e consumo de óleo de soja sobe 10,3% em 2025, aponta StoneX

A StoneX, empresa global de serviços financeiros, divulgou novas projeções para o mercado de biodiesel e óleo de soja no Brasil em 2025. O ajuste ocorreu após a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que elevou a mistura obrigatória de biodiesel de 14% para 15% a partir de agosto deste ano.

Com a mudança, a demanda projetada de biodiesel havia subido de 9,6 para 9,9 milhões de m³ no período. No entanto, após revisão da expectativa de crescimento do consumo de diesel B (de 3,0% para 2,7%), a estimativa foi levemente reduzida para 9,8 milhões de m³. “Ainda assim, o volume representa um aumento expressivo de 8,9% em relação a 2024”, explica o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonardo Rossetti.

Consumo de óleo de soja cresce mais de 10%

O consumo de óleo de soja para biodiesel também foi revisto, passando de 8,0 para 7,9 milhões de toneladas. Apesar do ajuste, o volume representa alta de 10,3% frente a 2024. Até o momento, o consumo acumulado chega a 3,66 milhões de toneladas, avanço de 8,2% sobre o mesmo período do ano passado.

“Com esse ritmo, a StoneX estima que a participação do óleo de soja tenha superado 85% da matriz de insumos para o biodiesel no primeiro semestre”, destaca Rossetti. Nesse cenário, a maior utilização de sebo bovino pode aliviar a pressão sobre o óleo de soja. Entre janeiro e julho, o Brasil exportou 290 mil toneladas do produto aos Estados Unidos, alta anual de 84%, mesmo diante da tarifa de importação de 50% imposta pelo país.

Avanço nas vendas de biodiesel no 1º semestre

O mercado brasileiro de biodiesel apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2025. As vendas totalizaram 4,53 milhões de m³, crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O destaque ocorreu em maio, quando foram comercializados 819 mil m³, o maior volume mensal do ano e o quarto maior da série histórica, com alta de 11,4% frente a 2024. Já em junho, o resultado foi mais moderado: 746 mil m³, queda de 8,9% em relação a maio e de 1,6% frente ao mesmo mês de 2024. “O desempenho abaixo do esperado foi atribuído a atrasos na colheita da 2ª safra de milho, que deslocaram parte da demanda para julho”, afirma Rossetti.

Expectativa para o 2º semestre

Para o segundo semestre, a projeção é de intensificação da demanda, impulsionada pela sazonalidade do consumo de diesel B e pela introdução da mistura obrigatória B15. Segundo a StoneX, esses fatores podem levar o mercado a registrar novos recordes históricos de comercialização.

“Esse cenário deve elevar a pressão sobre a disponibilidade de óleo de soja, principal insumo para o biodiesel. Embora o uso de sebo bovino possa aliviar parcialmente o balanço, a tendência é de redução nas exportações de óleo de soja para priorizar o consumo doméstico. Com isso, a StoneX projeta um mercado mais restrito e com preços sustentados para óleo e biodiesel”, conclui Rossetti.

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