Certificação OEA reduz tempo de liberação aduaneira em até 30 vezes, analisa eComex

A certificação OEA (Operador Econômico Autorizado) tem mostrado impacto direto na redução do tempo de liberação aduaneira, segundo dados da Receita Federal. Operadores certificados conseguem agilizar significativamente os processos de importação e exportação, reforçando a confiabilidade e eficiência nas operações de comércio exterior.

Dados estatísticos divulgados pela Receita mostram que, no modal aéreo de importação, o tempo médio de desembaraço foi de 51 minutos para operadores OEA, contra 25 horas e 29 minutos para não certificados. No modal marítimo, o tempo médio foi de 2 horas e 15 minutos para OEA, frente a 39 horas e 27 minutos. Já no modal rodoviário, a diferença foi de 1 hora para OEA contra 11 horas e 16 minutos para não-OEA.

Certificação OEA reduz tempo de liberação aduaneira em até 30 vezes, comenta eComex

Também nas exportações houve ganhos expressivos. No modal marítimo, o tempo médio caiu de 1 hora e 40 minutos para 56 minutos. No aéreo, de 5 horas e 38 minutos para 26 minutos. E no rodoviário, de 1 hora e 18 minutos para apenas 15 minutos, quando realizada por operadores certificados.

Vantagens estratégicas da certificação OEA para o comércio exterior

Segundo André Barros, CEO da eComex, empresa especializada em soluções para comércio exterior, a certificação OEA é concedida ao CNPJ matriz e estendida aos demais estabelecimentos da empresa no país. “Ela permite que operadores avaliados como confiáveis e de baixo risco recebam benefícios da Aduana Brasileira”, afirma.

Entre os benefícios da certificação OEA estão o tratamento prioritário na liberação de cargas, processamento prioritário das declarações de importação e exportação, possibilidade de canal verde na Admissão Temporária, e registro antecipado das declarações, entre outros.

Requisitos para obtenção e manutenção da certificação OEA

Para obter a certificação OEA, as empresas devem cumprir critérios como histórico de conformidade fiscal e aduaneira, gestão eficiente de riscos, processos estruturados, capacitação de equipe e adoção de políticas de compliance. A certificação tem validade de três anos, sendo necessária a recertificação periódica conduzida pela Receita Federal.

“As empresas precisam manter auditorias internas frequentes para garantir o alinhamento com os requisitos do programa”, reforça Barros. A Receita Federal também pode realizar auditorias não agendadas, solicitar documentos e verificar indicadores como frequência de erros e não conformidades.

Soluções tecnológicas no apoio à certificação OEA

A tecnologia tem se tornado uma aliada estratégica na gestão da certificação. Já existem soluções que organizam as etapas do processo, com dashboards de controle de risco, planos de contingência automáticos e integração com normas atualizadas da Receita.

Essas ferramentas reúnem os requisitos exigidos, oferecem instruções com base legal e organizam indicadores operacionais em tempo real. Segundo Barros, “o sistema pode alertar sobre falhas e automatizar ações corretivas”.

Ele ainda destaca que, em caso de não conformidades graves ou recorrentes, a certificação pode ser suspensa ou cancelada. “Por isso, utilizar tecnologia adequada para gerenciar o processo é uma forma eficiente de garantir os benefícios e evitar riscos.”

A certificação OEA, portanto, além de oferecer vantagens competitivas, contribui para a eficiência e segurança da cadeia logística e para o fortalecimento do ambiente de negócios no Brasil.

Compartilhe:
615x430 Savoy julho 2025
Veja também em Comércio Exterior
EUA retiram tarifa de 40% e aliviam exportadores brasileiros, analisa especialista em comércio exterior
EUA retiram tarifa de 40% e aliviam exportadores brasileiros, analisa especialista em comércio exterior
IW Melcheds Advogados lança guia estratégico sobre mudanças no ex-tarifário brasileiro
IW Melcheds Advogados lança guia estratégico sobre mudanças no ex-tarifário brasileiro
Canton Fair revela sete tendências do comércio exterior e da logística para 2026
Canton Fair revela sete tendências do comércio exterior e da logística para 2026
Brasil lidera exportações de carne bovina em setembro, impulsionado por alta de 25% e destaque de Mato Grosso
Brasil lidera exportações de carne bovina em setembro, impulsionado por alta de 25% e destaque de Mato Grosso
DP World amplia operação de carnes halal no Porto de Santos com Maersk e Hapag-Lloyd
DP World amplia operação de carnes halal no Porto de Santos com Maersk e Hapag-Lloyd
Sazonalidade aquece comércio exterior e exige gestão logística eficiente no fim do ano, analisa Saygo
Sazonalidade aquece comércio exterior e exige gestão logística eficiente no fim do ano, analisa Saygo

As mais lidas

01

Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais
Tendências que vão redefinir a logística em 2026: tecnologia, integração regional, sustentabilidade e novos fluxos globais

02

Demanda global por transporte aéreo de carga cresce 2,2% em maio, segundo IATA
Demanda global de carga aérea cresce 4,1% em outubro e marca oito meses de alta

03

Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg
Concessões de rodovias em 2026 somam R$ 158 bilhões e ampliam segurança nas estradas, analisa Sinaceg