Brexit aumenta potencial de comércio entre Reino Unido e América Latina

13/06/2017

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, o comércio da região com as Américas ganhou mais importância, por isso, a operadora portuária Peel Ports (Fone: +44 151 949 6327) está buscando estimular esta relação. A empresa não é um simples conglomerado de portos no Reino Unido e Irlanda, mas uma rede única que liga essas regiões com a Europa e o resto do mundo.
A Peel Ports tem focado no Porto de Liverpool como a melhor alternativa para a chegada e a saída de mercadorias, por estar mais próximo dos principais destinos. Como exemplo, Liverpool recebe 60% de todos os grãos e cereais da América Latina embarcados para a Grã-Bretanha.
No entanto, a companhia quer chamar a atenção para o fato de os portos do sul estarem sendo utilizados mesmo com maior distância do destino final, encarecendo a operação. É o caso do transporte de vinho. Mais de 95% do volume importado da América do Sul entra no Reino Unido via portos do sul, sendo que três das quatro principais instalações de engarrafamento estão mais próximas de Liverpool do que de qualquer porto do sul.
O mesmo vale para produtos alimentares e bebidas. Cerca de 1,6 milhões de toneladas são exportadas da América do Sul para o Reino Unido, só que 90% entra via portos do sul, sendo que o entorno de Liverpool tem a mais elevada densidade de processamento de alimentos e bebidas do Reino Unido.
Outro exemplo: a região importa mais de 170 mil toneladas de madeira compensada da América do Sul. Noventa e cinco por cento entra via portos do sul, apesar de um quarto de toda a construção habitacional atual na Inglaterra se concentrar na região norte. “O terminal de contêiner Liverpool 2 da Peel Ports, que entrou em operação em novembro do ano passado, pode lidar com produtos florestais em contêineres de navios com capacidade para até 20.000 TEUs”, ressalta Andreas Meyer, diretor regional para Américas do Sul e Central.
Além disso, o raio de 112 km em torno de Liverpool tem o maior volume e densidade de grandes armazéns em comparação a qualquer outra região do Reino Unido. Mais de 28% dos grandes armazéns da região estão localizados nessa área. E, ainda, a cidade e o porto de Liverpool estão conectados a 10 terminais ferroviários. O Canal da Manchester conta com 10 autoestradas dentro de 16 km.

Cargo200
De olho nessa realidade, a Peel Ports lançou em 2015 a campanha Cargo200, que apela a importadores e exportadores cujos produtos começam ou terminam sua jornada no Norte da Grã-Bretanha que troquem a entrega de frete marítimo de portos do sudeste para o Porto de Liverpool, localizado centralmente. Com isso, os transportadores podem economizar entre £350 e £400 milhões anualmente. A iniciativa visa reduzir a distância percorrida pelo frete das mercadorias em 320 milhões de quilômetros até 2020.
“Os latino-americanos poderiam economizar dinheiro enviando mercadorias mais para o norte da Inglaterra, onde os bens são consumidos. Temos 35 milhões de pessoas, mais da metade da população do Reino Unido, vivendo mais próximas a Liverpool do que das cidades portuárias do sul da Inglaterra. Enviando para Liverpool, economizariam no frete e na emissão de gás carbônico”, revela o diretor de vendas de contêineres da Peel Ports, Roger Megann.
Multinacionais como Diageo, JCB, Jaguar Land Rover, Bentley e Typhoo estão entre as primeiras a responder à iniciativa Cargo200. Todas essas companhias têm fábricas ou interesse no mercado da América Latina.

Canal do Panamá
Em outubro do ano passado, a Autoridade do Canal do Panamá assinou um importante memorando de entendimento com a Peel Ports que cria uma aliança estratégica para facilitar o comércio internacional e gerar novos negócios, promovendo rotas comerciais entre Liverpool e a costa oeste da América do Sul através do Canal do Panamá.
“A abertura do canal expandido tem o potencial de mudar os padrões de comércio internacional. Vemos melhor conectividade comercial e oportunidades de negócios entre o Reino Unido e toda a América Latina. E isso não só gerará crescimento econômico, mas também criará empregos e aumentará as receitas”, declara o diretor-presidente da Peel Ports, Mark Whitworth.

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