A Avon (Fone: 0800 708 2866), empresa do setor farmacêutico, higiene e cosmético, anunciou algumas mudanças que fazem parte do seu programa de reestruturação iniciado no final de 2005 – e que engloba a reestruturação das operações de Venda Direta e o realinhamento da Cadeia de Suprimentos.
A fabricante de cosméticos norte-americana aumentou a estimativa de gastos necessários para este processo, inclusive no Brasil, de US$ 500 milhões para US$ 530 milhões. A empresa espera conseguir economias de aproximadamente US$ 430 milhões ao ano, assim que todas as iniciativas de reorganização estiverem plenamente implementadas, entre 2011 e 2012.
Uma das medidas adotadas será a abertura de um novo Centro de Distribuição no Brasil até 2010, que será responsável por 70% do fluxo de produção da empresa e empregará cerca de 1.300 funcionários. Para isso, o CD de Osasco, na Grande São Paulo – que conta com cerca de 1.700 empregados – será desativado em um prazo de quatro anos.
De acordo com a empresa, a idéia surgiu devido à crescente demanda do mercado interno, que acarretou a necessidade de melhorar a produtividade e a precisão na distribuição de pedidos através de sistemas mais eficientes. “A operação brasileira é a segunda maior dentro da Avon, sendo que o CD Osasco é o maior e mais eficiente da empresa no mundo. As suas operações serão transferidas para o novo CD, uma vez que não há espaço para a expansão necessária”, afirma Adnauer Amorim, vice-presidente da Avon para a América do Sul, Cone Sul. O local escolhido para o novo centro deve ser anunciado ainda em 2008.
Segundo Amorim, o novo CD receberá o que há de mais avançado em tecnologia e processos, com ganhos expressivos de produtividade e eficácia no processamento dos pedidos, e novos sistemas automatizados para simplificar e agilizar processos e fluxos de trabalho, com foco na melhoria do serviço prestado às revendedoras.
Atualmente, no Brasil, a Avon conta com uma fábrica na cidade de São Paulo e três Centros de Distribuição: Osasco, SP, Maracanaú, CE, e Simões Filho, BA.
Amorim explica o funcionamento do processo logístico: “os produtos são transferidos – por meio de transportadoras – da fábrica até os CDs, que ficam em regiões metropolitanas de grandes cidades, próximos a rodovias para que a logística seja facilitada. A partir destes centros, os produtos são encaminhados aos mais diferentes endereços por meio de frota terceirizada, até que o pedido chegue à revendedora. O frete é 100% rastreado para garantir que a entrega seja realizada no tempo determinado”.
Ele diz que a logística trabalha em conjunto com todas as áreas da empresa para garantir que os lançamentos cheguem ao consumidor final de maneira eficiente e rápida. A cada 19 dias – período que dura uma campanha de vendas – a Avon tem uma nova vitrine de novidades, levada a mais de 15 milhões de clientes no Brasil por meio de seis milhões de catálogos.
“Nesse período de 19 dias, a Avon entrega os produtos para 1.2 milhões de revendedoras, sendo que o volume de faturamento diário ultrapassa 80 mil notas fiscais nas três unidades de distribuição. Em 2008 serão expedidas mais de 1 bilhão de unidades”, conta.
Amorim destaca que são percorridos 50 milhões de quilômetros ao ano para entregar os pedidos. “Este dado equivale a quatro viagens de ida e volta à lua”, diz. Segundo ele, são mais de 500 veículos fazendo entregas nos mais diversos locais em 100% do território nacional em 8 mil rotas diferentes, transportando 5.5 milhões de toneladas ao ano.
O vice-presidente da empresa na América do Sul faz questão de enfatizar que os investimentos também são voltados ao meio ambiente. “Neste caso, a otimização de rotas vem sendo usada para redução da emissão de gás carbônico na atmosfera, que deve gerar, até o final de 2008, a diminuição de pelo menos um milhão de quilômetros no total percorrido por veículos que efetuam a entrega de produtos às revendedoras”, afirma.
Seguindo no processo de realinhamento global de cadeia de suprimentos, a Avon anunciou que em 2008 deve fechar a fábrica na Guatemala. A empresa informa que o CD continuará funcionando no país, mas a produção será transferida para Celava, no México.
A distribuição no Velho Continente também sofrerá alterações. O número de funcionários na fábrica de Neufahrn, na Alemanha, será reduzido. Além disso, o CD localizado da cidade deverá ser fechado, uma vez que a empresa vai consolidar algumas operações em Alcala de Henares, na Espanha.









