Contexto atual e expansão do setor frigorificado no Brasil

No seu novo artigo, Ozoni Argenton, colunista do Portal Logweb,  apresenta um panorama atualizado da expansão do setor frigorificado no Brasil, destacando como a combinação entre aumento da demanda, modernização da infraestrutura e avanço tecnológico vem consolidando a Cadeia do Frio como um dos segmentos mais dinâmicos e estratégicos da logística nacional.

O setor frigorificado no Brasil continuou vivendo um momento de expansão em 2025, impulsionado por uma série de fatores, que vão desde o aumento da produção e exportação de proteínas, entre outros segmentos, até a modernização da infraestrutura da chamada “Cadeia do Frio”.

Contexto atual e expansão do setor frigorificado no Brasil

Expansão da capacidade frigorífica e infraestrutura

– Conforme pesquisas efetuadas ao longo de 2025 no Brasil, a capacidade instalada de armazenagem frigorificada no país atingiu 25,2 milhões de metros cúbicos, distribuídos em 407 unidades operacionais, para os segmentos da Cadeia Alimentar, Agronegócio, Farmacêuticos, Armazéns Gerias e Fastfood. Isso representa um crescimento nominal de 6,0% em relação a 2024.

– A modernização do setor — com adoção de tecnologias mais eficientes, infraestrutura atualizada e profissionalização — também é apontada como um pilar para a sustentabilidade do crescimento.

Contexto atual e expansão do setor frigorificado no Brasil

A Performance dos Segmentos Frigorificados

Contexto atual e expansão do setor frigorificado no Brasil

Cadeia Alimentar

– O crescimento ocorrido em 2024 foi de 4,8%;

– Sendo 2,0% na Indústria de Alimentos e 2,8% na Área de Serviços e Cadeia Logística;

– Tendência para 2025 é de crescer 6,5%.

(Fonte: Mercado Logístico e Pesquisa OAJ/Consult)

Agronegócio

– Crescimento ocorrido em 2025 foi de 6,49% somente no 1º trimestre;

– Representou 29,4% da Economia Brasileira (PIB);

– O Faturamento estimado foi da ordem de R$ 1,40 Trilhões.

(Fonte: Cepea/Esalq/USP/CNA/MAPA)

Armazéns Públicos e Alfandegados

– O crescimento verificado foi de 1,5% em 2024/25, considerando que este segmento opera basicamente no segmento público (aeroportos e portos).

(Fonte: ABOL – Associação Brasileira de Logística)

Farmacêutico

– O crescimento em 2024 foi de 6,1% em volume;

– O crescimento do faturamento foi de 11,5%;

– Tendências para 2024/2027 é de crescimento de 9,0% a.a.;

– Faturamento do Mercado Total foi de R$ 138,4 milhões;

– Crescimento do Varejo (Farmácias, Drogarias) = 12,8%;

– Crescimento da Indústria Farmacêutica = 11,4%.

(Fonte: IQVIA)

Foodservice/Fast Food

– O crescimento nas compras produtos/serviços de 16,0%;

_ O Consumo de Fastfood no cresceu 6,25% em 2025;

– O Faturamento do segmento foi de R$ 241,5 bilhões;

– A tendência de crescimento para 2025 é de 10,2%.

(Fonte: IFB – Instituto Foodservice do Brasil)

Tendências

As tendências que se observam nesse mercado para os próximos anos são direcionadas para modernização dos processos operacionais:

– Digitalização, visibilidade e previsibilidade – Integração dos sistemas providos por internet das Coisas (IoTs), Inteligência Artificial (IA), Análise de Dados (Big Datas);

– Visibilidade End to End – desde o carregamento até a entrega final, será a diferenciação competitiva para operadores da cadeia do frio;

– Automação e Infraestrutura Inteligente – Sistemas de automação para armazéns frigorificados, centros de micro-fulfilment ou hubs urbanos de frio (mais próximos ao cliente final) para suportar e-commerce e entrega rápida de perecíveis, retrofit das instalações atuais, modernização de instalações antigas – melhoria do isolamento térmico, câmaras com tecnologias eficientes, equipamentos de refrigeração de nova geração;

– Sustentabilidade e Eficiência Energética – Utilização de refrigerantes naturais (CO2, Nh3, Híbridos), pressão regulatória crescente por parte de governos e clientes finais para práticas ESG (ambiental, social e governança) — não será mais “extra”, será exigido;

– Expansão de Segmentos e Modelos de entregas – Entregas diretas ao consumidor (D2C), entrega rápida de alimentos frescos, e-grocery exigem logística mais ágil, Hubs urbanos e interoperabilidade entre transporte frigorificado e última milha;

– Modelos colaborativos – compartilhamento de capacidade frigorificada, integração com plataformas digitais de transporte/armazenagem para escalabilidade.

Oportunidades

Foco em mercados emergentes e amplitude geográfica:

– O mercado global da cadeia do frio está projetado para crescer fortemente (CAGR na ordem de 14% ou mais para o período de 2026-2035);

– Em mercados emergentes (América Latina, Ásia) há lacunas de infraestrutura que Operadores Logísticos podem explorar — por exemplo, menor penetração de rede de frio, maiores perdas de produtos perecíveis;

– Para o Brasil e América do Sul, isso significa oportunidades de expansão regional, parcerias internacionais ou modelos exportação de alimentos refrigerados.

Desafios

– Alto custo de investimento em infraestrutura fria (armazenagem, transporte refrigerado, automação);

– Escassez de profissionais qualificados para operar ambientes frios, automação, manutenção de refrigeração;

– Integração de dados entre transportadoras, armazéns, embarcadores e clientes ainda é um “gap”;

– Crescente competição e consolidação no setor — operadores precisam se diferenciar por serviço, tecnologia e sustentabilidade.

Conclusões

Como tem se apresentado ao longo dos últimos anos, e considerando os cenários atuais e as oportunidades até então apresentadas pelo segmento da Cadeia do Frio, o setor frigorificado no Brasil mantém seu crescimento sustentável.

Pode-se concluir pela continuidade desse crescimento, assim como pela rentabilidade operacional e financeira desse mercado para os próximos anos, colocando, mais uma vez, “em destaque” no mercado logístico o segmento da Cadeia do Frio.

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Ozoni Argenton

Ozoni Argenton

CEO na OAJ Consult – Consultoria & Assessoria Empresarial. Executivo com sólida experiencia e atuação no segmento de Logística Empresarial e Logística Integrada, com Especialização em Logística Frigorificada – Cadeia do Frio. Como Executivo C-Level, atuou em empresas como: SPA – Santos Port Authority(CODESP), McLane do Brasil AS, Protege AS – Transportes & Segurança de Valores, Comfrio Soluções Logísticas AS, Martin Brower do Brasil SA, Philip Morris do Brasil AS, Danone Group AS. Membro do Conselho Executivo da ABRALOG – Associação Brasileira de Logística.

e-mail:oaj.consult@hotmail.com | Linkedin: linkedin.com/in/ozoni-argenton-junior-29ab8420

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