O Dia dos Namorados 2025 deve pesar mais no bolso dos brasileiros. A cesta com 30 produtos mais procurados para a data, monitorada pela FecomercioSP com base em dados do IBGE, registrou alta de 4,79% em 12 meses. Em 2024, o avanço havia sido de 1,92%. Embora abaixo da inflação média nacional — que chegou a 5,4% —, o número revela aumento real no custo dos presentes mais tradicionais.
O principal destaque é o preço das joias, que subiu 33,66% no período. O motivo está na valorização do ouro no mercado internacional, impulsionada por incertezas políticas globais. A situação se agravou após o anúncio, em abril, de novas tarifas sobre importações feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Como o ouro é um ativo de segurança e lastro do dólar, o metal atingiu, no Brasil, até R$ 600 por grama, acumulando alta de 50% em um ano.

Produtos importados sentem impacto do câmbio
Outros itens também influenciaram a inflação da data, especialmente os de origem importada. Os perfumes tiveram aumento de 8,32%, frente a 3,83% no ano anterior. Já os produtos para barba subiram 6,29%, mais do que os 3,88% registrados em 2024. A principal explicação está no câmbio: a valorização do dólar encarece as importações e afeta diretamente o consumidor final.
Apesar da pressão inflacionária, alguns produtos apresentaram desaceleração. Os livros, por exemplo, que haviam subido 12,81% em 2024, avançaram 5,47% neste ano. O mesmo ocorreu com saias, calças e tênis femininos, que tiveram aumentos mais moderados em 2025.
Alta atinge também o Dia das Mães e reflete fatores globais
Segundo a FecomercioSP, os aumentos não são exclusivos do Dia dos Namorados. O Dia das Mães também foi impactado por fatores semelhantes. A escalada de preços está ligada tanto a dinâmicas internas — como inflação de serviços e juros altos — quanto a mudanças externas, como a instabilidade no comércio global e os efeitos da política econômica norte-americana.
Varejo paulista projeta alta de 4,8% nas vendas
Mesmo com os aumentos, a FecomercioSP prevê um impacto positivo no varejo paulista. Estimativas apontam crescimento de 4,8% nas vendas neste mês, impulsionado pela busca por presentes para casais. Os destaques serão os setores de vestuário, acessórios, calçados, farmácias, perfumarias e eletroeletrônicos.
O resultado, no entanto, representa desaceleração em relação ao Dia das Mães, que teve avanço de 7,4%. Ainda assim, a data figura entre as três mais relevantes do calendário do varejo. O maior crescimento esperado é no setor de vestuário, acessórios e calçados, com alta de 9,3% e R$ 10,3 bilhões em receitas brutas no mês.
A FecomercioSP relaciona a desaceleração a fatores como a inflação nos serviços — que compromete parte da renda familiar — e os juros altos, que afetam o crédito ao consumo.









