Tigre: Desafio da melhor ocupação dos veículos está sendo vencido
Com uma história de 80 anos, a Tigre é uma multinacional brasileira com forte presença internacional, oferecendo soluções para construção civil e cuidado com a água. A empresa conta com um amplo portfólio de produtos que atende os mercados predial, de infraestrutura, de irrigação e industrial. Além de tubos e conexões, fazem parte do Grupo: Azzo Torneiras ABS, Tigre Ferramentas para Pintura, Tigre-ADS (tubulações de PEAD para saneamento e drenagem), Fabrimar, Tigre Metais (no segmento de metais sanitários) e TAE – Tigre Água e Efluentes (tratamento e reutilização da água).
A empresa usa atualmente mais de 10 transportadoras para atendimento de suas necessidades de cobertura e entrega no Brasil. Cada empresa parceira possui uma área de especialização e atuação. “Utilizamos Operadores Logísticos em alguns Centros de Distribuição e temos seis operações próprias”, explica Cleibe Palhano, gerente de Logística da Tigre.
Ele também destaca que são utilizados cerca de 1.000 veículos por dia que fazem as entregas dedicadas ou fracionadas e em redespacho, em regiões específicas. A Tigre atende todas as regiões do país com origem em oito Centros de Distribuição espalhados pelo Brasil – em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, Amazonas, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. Ao todo, esses CDs somam mais de 100.000 m² de área de armazenagem.
A Tigre também utiliza cabotagem nas rotas entre a região Sul, Nordeste e Norte do país. “Este modal, nos garante competitividade especialmente nas movimentações de estoque entre CDs. Além disto, a Tigre inovou em 2020 e é a primeira empresa do segmento a utilizar o modal ferroviário com contêineres de 53 pés que garantem uma boa ocupação e equação de custos.”
Palhano também diz que têm apenas duas operações terceirizadas em Operador Logístico multicliente. Em operação na Bahia desde 2019, a filial é operada pelo Grupo TPC. A segunda operação terceirizada é localizada em Minas Gerais e operada pela empresa italiana BCube.
Desafios – O Grupo Tigre depende do transporte rodoviário para escoar a produção das suas fábricas localizadas no Brasil. Empregando diversas modalidades de transporte, entre elas cargas rodoviárias dedicadas e fracionadas, a empresa utiliza os serviços de um pool de transportadoras. “O maior desafio é operar com a melhor ocupação dos veículos para garantir a melhor equação de custos. Hoje, a empresa opera com mais de 90% de ocupação em todas as suas rotas. Isso tem sido um desafio constante, especialmente com as flutuações de demanda, para isso a empresa utiliza sistemas inteligentes de roteirização e ocupação que garantem a melhor utilização dos veículos.”
Além disso, o projeto de desintermediação e fidelização de autônomos garante a disponibilidade e a ocupação da base de transportadores dedicados que regulam a oferta e a demanda de cargas.
“A principal conquista da Tigre nos últimos anos foi garantir o menor custo de transportes do mercado, através da contratação direta de agregados e gestão diária de ocupação. Além de operar com baixo custo e fazer a gestão da ocupação, a Tigre investiu fortemente na melhoria de qualidade e garantia de atendimento das necessidades especiais de clientes com profissionais dedicados para carga e descarga e células de tracking e monitoramento de ocorrências.”
Palhano também diz que a Tigre possui alguns projetos especialmente desenhados para atender a seus principais clientes. Entre eles, a entrega em embalagens aramadas master, que reduziu em 80% o tempo de descarga e conferência, a utilização de operadores de carga e descarga dedicados e fidelizados, a criação de célula de atendimento vip para garantir gestão de ocorrências e de informação, solução de problemas e tracking.
“A Tigre inova desde 2017 com a utilização de ferramentas de contratação, gestão de pagamentos, posicionamento e entrega, operados por meio de aplicativos específicos para a gestão de transportes. Além disso, o modelo de gestão de entregas, operado por uma central de atendimento, garante maior visibilidade. Recentemente, para seguir na vanguarda de aplicações que utilizam Inteligência Artificial, a Tigre implantou sua nova ferramenta de roteirização de posicionamento de cargas que usa machine learning para garantir a melhor rota de entrega, respeitando 25 regras específicas, que incluem: fragilidade de produtos, restrições de tráfego, dimensões e outras variáveis customizadas.”
Além destas, entre as tecnologias utilizadas pela empresa estão: Roteirização dinâmica com uso de Inteligência Artificial e da aplicação Driv.In para gestão de sequencia e tracking de cargas; Aplicação Agrega Truck que gerencia a oferta e contratação de cargas por meio de marketplace de fretes e garante os menores custos de contratação; Aplicação Agrega Ontime, que gerencia tempos e movimentos, permanência e visibilidade de toda a cadeia de entregas, além da gestão de comprovantes prova de entrega; Aplicação integrada de visibilidade de status de ordem/pedido chamada Teu Pedido, integrada com Salesforce e SAP, que permite a visualização dos status de ordem em qualquer fase.
Pandemia – Palhano conclui dizendo que, na pandemia, a logística passou a ser considerada diferencial competitivo, e que as restrições mostraram a necessidade de uma cadeia muito mais integrada e com visibilidade maior de status e previsibilidade. Os clientes passaram a entender o valor da informação e a cobrar mais especialização de toda a cadeia. A experiência dos clientes com modelos disruptivos do e-commerce forçaram os negócios B2B a buscarem especialização.
“Estas mudanças vieram para ficar. A informação passa a ser a principal entrega para gerar valor ao cliente”, completa.
Amanco Wavin: Modelos de Data Science auxiliam na tomada de decisão
A Amanco Wavin opera no segmento de tubos e conexões. Atua nos segmentos predial, de infraestrutura e irrigação, oferecendo: tubos (linhas de infraestrutura, predial, irrigação), conexões e acessórios (linhas de infraestrutura, predial, irrigação), adesivos e soluções, caixas d’água, mantas geotêxteis, microdutos de telecom, eletrodutos, fluidos de refrigeração etc.
Luiz Marangoni, gerente de Operações Logísticas da empresa, destaca que, para a distruibuição de toda esta linha de produtos utilizam alguns Operadores Logísticos e têm parceria com transportadoras terceiras e motoristas autônomos.
“Mediante estudos de viabilidade econômica e qualidade no serviço, construímos parcerias sólidas, e nos guiamos sempre no compromisso de buscar as melhores opções no mercado, especializados na melhoria de nível de serviço para nossos clientes e selecionando fornecedores em sintonia com nosso propósito de construir ambientes saudáveis e sustentáveis. Zelamos pela primarização no serviço de transportes visando a inclusão no mercado dos motoristas autônomos e toda sua importância social.”
Marangoni diz, ainda, que, para a distribuição, contam com o apoio dos seus Centros de Distribuição localizados em: Sumaré, SP; Joinville – unidade Floresta, SC; Joinville – unidade Glória, SC; Anápolis, GO; Suape, PE; São José dos Campos, SP; Ribeirão das Neves, MG; e Viana, ES.
“Além do transporte rodoviário, utilizamos a modalidade cabotagem e, em casos raros, já utilizamos o transporte aéreo. Cabotagem por conta da viabilidade econômica desse modelo, juntamente com a redução na emissão de poluentes, principalmente no que diz respeito à transferência entre plantas, e para o transporte aéreo em casos de extrema urgência e/ou emergências”, diz Marangoni.
Desafios – Sobre os desafios logísticos enfrentados pela Amanco Wavin, o gerente de Operações Logísticas diz que eles estão relacionados, principalmente, ao novo modelo de negócio que estamos passando com a pandemia.
“Enfrentamos desafios com o abastecimento dos nossos fornecedores nas plantas. Além disso, devido ao home office, estamos passando por uma mudança cultural e nos adaptando a um novo padrão de pedidos/remessas. O modelo aquecido da logística no e-commerce nos trouxe um novo comportamento do cliente, querendo mais velocidade e dinamismo no atendimento e na entrega. Temos também um mercado bem agressivo no que diz respeito aos transportadores/motoristas autônomos, onde tivemos um boom de oferta oriundo dos embarcadores e, assim, ocasionando uma disputa maior no mercado.”
Para resolver as questões ligadas ao tempo de atendimento ao cliente, Marangoni diz que envolveram as tecnologias disponíveis na atualidade, buscando reduzir e/ou eliminar os tempos dos processos manuais/humanos e tornando-os automáticos/robóticos.
“O maior acervo que temos na Amanco Wavin são os valores e conhecimentos de nossos colaboradores, por isso é fundamental que possamos disponibilizar o tempo necessário para essas pessoas pensarem em melhorias e otimizações nas áreas em que atuam. Buscamos, cada vez mais, automatizar os procedimentos que temos utilizando o recurso intelectual de nossos colaboradores. É fundamental termos um footprint atualizado e mantermos a sincronia e conexão com nossas outras unidades espalhadas no mundo inteiro, bem como com nossos fornecedores parceiros. Nossos modelos de Data Science nos auxiliam ao máximo para a tomada de decisão mais assertiva em um período mais curto de tempo.”
O gerente de Operações Logísticas lembra que, já com a reestruturação em setembro de 2019, a empresa passou a ter acesso a tecnologias e soluções que promovem economia de tempo e de investimento na elaboração de um projeto, além de durabilidade superior às soluções tradicionais do mercado.
A empresa já atua em algumas frentes como, por exemplo, o aplicativo de contratação automática de motorista, painéis de controle, indicadores, desenvolvimento de fornecedor do segmento do e-commerce e adoção de esteiras de carregamento.
Além disso, o seu sistema de inclusão de pedidos + ERP + roteirizador + contratação automática é 100% integrado. Sendo assim, têm pedidos que, saindo no fluxo normal, não passam por nenhuma interação humana. Para completar, a empresa conta com uma célula voltada 100% para os motoristas, buscando resolver as ocorrências logísticas com excelência. Todas essas iniciativas incluem práticas e políticas muito claras pautadas por ética e compliance e com parcerias concretas e sustentáveis.
Já falando dos diferenciais da logística da empresa em benefício dos clientes, Marangoni relaciona: Têm uma transportadora parceira do ramo do e-commerce atendendo seus clientes; Estão desenvolvendo um aplicativo de gestão de entregas; Criaram uma célula de SAC Logístico que resolve muitas vezes as ocorrências dos clientes ainda no ato da entrega; O seu sistema de força de venda, que já é integrado 100% com o ERP; e, principalmente, o vínculo e a parceria que têm com o setor comercial. “Além destas ações para nos adequarmos ao mercados, podemos citar outras: Abertura de CDs, desenvolvimento de relatórios e indicadores on-line, sistema de conferência de tubos, aplicativo de contratação automática, entregas com mix de tubos e conexões na mesma carga. E, no caso de tecnologias, utilizamos: Roteirizador, App de contratação automática, ERP, WMS, App de gerenciamento de entregas e torre de controle de indicadores.
Pandemia – Já falando sobre o que mudou na logística da empresa em função da pandemia, Marangoni diz que ela possibilitou melhorias em coisas simples, como a realização de treinamentos on-line, vídeo aulas e webinars, que permitiram disseminar conhecimento entre os seus colaboradores de forma prática e dinâmica. “Mesmo com nossos colaboradores trabalhando de casa, nosso rendimento e produtividade aumentaram e isso tudo mantendo a segurança e zelo com a saúde de todos. Aproveitamos o momento para efetuar algumas revisões/alterações no footprint e nos modelos que temos vigentes com nossos transportadores/fornecedores.”
O gerente de Operações Logísticas também acredita que tais mudanças vieram para ficar e são o novo modelo de logística/transporte das empresas que querem se manter sustentáveis e vivas no mercado.