A startup Polen, referência no mercado por oferecer soluções tecnológicas de logística reversa para empresas que geram resíduos através de suas embalagens, desenvolveu um programa personalizado de compensação ambiental para a fabricante de sucos Do Bem, com um grande diferencial no modo em que a marca neutraliza os impactos de suas embalagens descartadas: todas as matérias primas provenientes das caixas de suco recicladas, no caso o papel e o polialumínio, estão sendo transformadas em produtos, como bicicletas e telhas usadas na construção de casas, para beneficiar ONGs e instituições, além de ajudar outras iniciativas socioambientais.
O projeto, intitulado Bagaço do Bem, tem como meta compensar 100% dos resíduos da produção das embalagens longa vida, ou seja, retirar do meio ambiente mais de 1000 toneladas de resíduos produzidas por ano. Para montar uma bicicleta, com quadro feito de polialumínio reciclado, por exemplo, é necessário 400 caixinhas de suco recicladas já que cada embalagem Do Bem é formada por papel (75%), alumínio (5%) e plástico (20%). No caso das telhas, são cerca de 1.100 caixinhas recicladas para cada telha.
Várias unidades, inclusive, já foram utilizadas na construção de moradias, sedes comunitárias e banheiros emergenciais em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás e Paraná. Por meio da parceria com a ONG Teto, foram construídos 3 banheiros comunitários, 2 sedes comunitárias, 1 praça comunitária, 1 biblioteca e 35 moradias emergenciais (17 delas estão em processo de construção), e com a ONG Ecolar, as telhas foram utilizadas na construção de 10 casas (8 delas construídas este ano). Novas unidades estão sendo produzidas para contemplar também outros estados do Brasil.
A Polen também atestou a Do Bem com um selo de certificação ambiental que garante a logística reversa do volume reciclado ao equivalente a, pelo menos, 22% das embalagens comercializadas pela marca, meta estabelecida por lei, e permite que cada consumidor possa acessar o relatório de sustentabilidade simplificado da marca com todas as ações realizadas para neutralizar o impacto que seria gerado pela fabricante de sucos, tais como os investimentos feitos em cooperativas e em centrais de triagem de resíduos e a colocação e gestão de pontos de entrega voluntária, entre outros.
“Oferecemos oportunidade ao consumidor de virar um auditor da própria marca que ele consome”, explica o CEO da Polen, Renato Paquet.
Todos estes processos administrados pela startup fazem com que a Do Bem cumpra, na prática, com os critérios ESG (Environmental, Social and Governance), destinados à governança ambiental, social e corporativa. “Do ponto de vista ambiental, a fabricante de sucos cumpre com a Política de Logística Reversa, através do nosso sistema único de geração de crédito de logística reversa balizado com a tecnologia blockchain neutra em carbono em nossa plataforma digital. No âmbito do social, estão as doações de produtos feitos com os materiais reciclados e em relação à governança, está administração feita pela startup com a homologação dos operadores, auditoria das cooperativas, transparência para o consumidor com o volume compensado em tempo real, engajamento dos clientes e autoridade e confiança em todo o processo”, explica Renato.
Mais do que um aspecto regulatório, a logística reversa de embalagens tem sido um importante fator de afirmação de responsabilidade ambiental, social e de governança, segundo os critérios direcionados pelos valores da ESG. Traz como benefícios a redução da quantidade de resíduo que seria destinado para aterros sanitários, a diminuição dos custos com matéria prima, já que com a reciclagem há o reaproveitamento destes materiais no processo de fabricação de novos produtos, a criação de um atributo de marca e uma identidade ecologicamente correta para a empresa participante, a promoção da consciência sustentável para os consumidores e o aumento da renda e qualidade de vida dos catadores.
Desde 2019, quando lançou no mercado a solução de Logística Reversa de embalagens, que consiste na coleta e encaminhamento até a reciclagem de embalagens de produtos após a realização do descarte pelo consumidor final, a Polen já neutralizou mais de 12 mil toneladas de embalagens para indústrias de todos os setores.
“Acreditamos na inovação para sustentar essa nova maneira de como as empresas e a sociedade lidam com seus resíduos sólidos, por isso procuramos desenvolver soluções que entram nas estratégias de governança das organizações, para que sejam programas perenes, não somente um projeto temporário. Olhamos para a cadeia de reciclagem em busca da valorização dos materiais, dos resíduos, das embalagens pós-consumo e principalmente das pessoas e do trabalho realizado por elas nas cooperativas e nas ruas”, destaca Renato.
Para fazer com que as empresas cumpram com a obrigação ambiental ao mesmo tempo em que ganhem um ativo de posicionamento de marca pelo benefício trazido ao meio ambiente, a startup criou uma moeda digital que representa a re-inserção de materiais recicláveis na cadeia produtiva: os créditos de logística reversa que, por meio de uma plataforma digital com a tecnologia blockchain (que permite rastrear o envio e recebimentos de informações pela internet), certifica e comprova a reciclagem de resíduos, e transforma as informações contidas nas Notas Fiscais Eletrônicas de venda de resíduos pós-consumo às indústrias recicladoras em ‘ativos digitais’ totalmente rastreáveis e impossíveis de serem clonados. Com isso, toda a cadeia da reciclagem se beneficia, não só pela extrema segurança dos dados, mas pela garantia da efetividade do crédito para o cumprimento da lei.
Além dos créditos de logística reversa, a Polen comercializa em sua plataforma de resíduos todos os tipos de materiais recicláveis, sendo os de maior volume os plásticos (PET) e metais (alumínio), com uma média mensal de quase 2.000 toneladas destes materiais.
Desde 2017, quando a Polen foi fundada, 40 mil toneladas de resíduos foram transformadas em matéria-prima ao serem comercializadas para as indústrias recicladoras. Entre os materiais reciclados estão sucatas de ferro que evitaram a exploração de minério de ferro; sucata de alumínio que evitaram a extração de bauxita; e plásticos, que evitaram a extração de petróleo.
“Somos a primeira empresa do mercado a fazer toda a rastreabilidade dos resíduos em uma blockchain neutra em carbono. Queremos ser a maior plataforma para comercialização de resíduos e mitigação de impactos de embalagens do mundo”, ressalta Renato. Atualmente, a Polen atende cerca de quatro mil indústrias em nove países: Colômbia, Paraguai, Canadá, Portugal, Espanha, China, Chile, Tailândia e Brasil.