Ao mesmo tempo em que as quadrilhas aprimoram os modos de atuar no roubo e receptação de cargas, principalmente eletroeletrônicos, as transportadoras e os OLs estão utilizando muita tecnologia e estratégias para inibir estas ações. Por enquanto, os resultados estão sendo satisfatórios.
Muito mais do que em outros setores, o roubo de cargas é muito frequente no segmento de eletroeletrônicos – pelas características dos produtos, de alto valor no mercado e fácil comercialização.
Mas, esta atividade vem se reduzindo. Pelo menos é o que fala a maioria dos participantes desta matéria especial de Logweb.
Redução
Por exemplo, Anderson Perez, gerente comercial Nacional da Alfa Transportes, destaca que, de maneira geral, comparando o primeiro semestre de 2019 com 2020, os valores pagos de indenização de roubo diminuíram 67%, devido ao melhor gerenciamento de risco, investimento em treinamento para motoristas e lacres de segurança A estes somam-se consulta de veículos e motoristas, rastreador, iscas e escolta.
Ana Blanco, vice-presidente de Operações da DHL Supply Chain e líder dos negócios de Tecnologia, Varejo e E-commerce, é outra profissional do setor a ressaltar que no primeiro semestre deste ano foi identificada uma queda significativa de ocorrências em relação ao mesmo período do ano passado, mantendo sua sinistralidade em níveis inferiores à média do mercado.
Eduardo Leonel, diretor Corporativo de Vendas, BI, Marketing, Projetos e Engenharia da TPC Logística Inteligente, também usa números para expressar a diminuição do roubo de cargas no segmento: cerca de 15% menor em 2019 em relação a 2018, segundo relatório anual da NTC.
“O número de roubos de carga nas rodovias federais diminuiu cerca de 35% em 2019. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 1.390 ocorrências no ano passado, ante 2.120 em 2018. A expectativa do setor é que a queda nos índices se consolide em 2020. Para a polícia, a diminuição no número de roubos de carga se deve, principalmente, ao aumento da repressão e da deflagração de operações nos estados mais críticos”, salienta, agora, Iltenir Junior, fundador e CEO da Qargo.
Ele é complementado por Márcio Eduardo Medina Costa, diretor comercial da Tora Soluções Logísticas Integradas, que lembra: “Nos últimos dois anos de operação entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, tivemos apenas uma ocorrência de roubo que envolvia o trânsito de produtos eletroeletrônicos, e boa parte da carga foi recuperada dias após a ocorrência”.
Já para Giuseppe Lumare Jr., diretor comercial da Braspress Transportes Urgentes, os roubos no segmento nem aumentaram e nem diminuiram, o que ocorreu foi haver a clara sensação de que, na ausência de robusta gestão de risco, haverá roubos, assim, o mercado tem ficado dependente de poucos transportadores aptos a fazer essa gestão. Sendo assim, tem crescido a tendência de concentração dessas cargas em poucos transportadores.
Igor Teles, gerente comercial da Log-In Logística Intermodal, faz uma abordagem diferente da questão, considerando o modal com o qual atua. Ele diz: “Na cabotagem, nosso índice é praticamente zero. Somos um modal muito seguro e as rotas de coleta ou de entrega no rodoviário geralmente possuem distâncias curtas, no trajeto marítimo o risco é mínimo, e uma boa gestão de risco faz toda diferença”.
Mais visados
Os produtos mais visados para roubo são celulares, notebook e televisores, devido ao alto valor agregado. “Normalmente, as seguradoras já destacam esses itens como mercadorias específicas, que requerem um melhor nível de segurança para o transporte”, lembra Perez, da Alfa Transportes, apontando, ainda como as quadrilhas têm conhecimento da carga transportada: contatos dentro da empresa, normalmente informação interna, de colaboradores ou ex-colaboradores (agregados) e prestadores de serviços de coleta e entrega. “A ação de roubo mais comum envolvendo a logística neste segmento – tanto no transporte quanto na armazenagem – envolve o roubo de veículos de coleta e entrega, que trafegam dentro das cidades e bairros”, completa o gerente comercial Nacional da Alfa Transportes.
Pelo seu lado, Lumare Jr., da Braspress, também lembra que, sem sombra de dúvida, os celulares, notebooks e demais produtos na linha de uso dos smartphones, que nada mais são do que computadores compactos, são os mais expostos a interesses do alheio, pela fácil receptação e pelo uso popular desses produtos. Ainda segundo ele, as quadrilhas têm conhecimento da carga transportada por meio do vazamento de informações, que podem ocorrer de dentro do próprio remetente, do transportador e até mesmo do destinatário. “Há tanto o roubo a veículos como o roubo a terminais, assim, cabe gerir os riscos pontuais em seus pontos de vulnerabilidade, protegendo os terminais e segregando essas cargas em salas-cofre, por exemplo”, completa o diretor comercial da Braspress.
Costa, da Tora, também aponta que os produtos mais visados para roubo são aqueles que apresentam um fácil manuseio e que são de fácil comercialização, pois assim se torna mais fácil transportá-los e repassá-los. É o caso de telefones celulares, televisores, computadores, tablets, etc. Ainda segundo ele, as ações de roubo mais comuns envolvem a abordagem direta aos motoristas dos veículos, normalmente nas proximidades do ponto de origem do transporte.
Leonel, da TPC Logística Inteligente, também aponta os celulares, notebooks e TVs como os mais visados pelas quadrilhas, pelo alto valor agregado destes itens e sua fácil distribuição e revenda no mercado negro. “O roubo de cargas gerou cerca de R$ 2 bilhões de prejuízo em 2018, segundo a NTC, colocando o Brasil em 7º lugar entre 57 países analisados por um comitê de cargas do Reino Unido. Envolve facções criminosas, traficantes e pseudos empresários. O crime ‘organizado’ não recebe esse nome por acaso. Há quadrilhas com gente qualificada para rackear e rastrear os produtos alvo, desde a produção até os pontos de entrega, passando pelos Centros de Distribuição. São capazes de driblar os sistemas de monitoramento e aproveitar brechas nos sistemas de segurança, normalmente com envolvimento de informantes que até chegam a se infiltrar nas operações como empregados dos Operadores Logísticos e das transportadoras.”
Ainda de acordo com o diretor Corporativo da TPC Logística Inteligente, o roubo de carga transportada em caminhões é a ação mais comum em número de ocorrências. “Porém, em termos de valores roubados por evento, temos várias ações cinematográficas ostensivas e violentas, de comandos fazendo uso de pesados armamentos e até de explosivos para atacarem cargas armazenadas nos CDs.”
Diante destes ataques, são várias as ações tomadas pelas empresas para inibir o roubo de cargas. Por exemplo, a Via Pajuçara Transportes possui uma célula própria de gerenciamento de riscos homologada pela sua corretora, a Pamcary, atuando 24 horas por dia, sete dias na semana, realizando o acompanhamento do início ao término da operação. “Atualmente, temos 194 veículos rastreados, com atuadores e sensores estipulados em nossa apólice e seguimos rigorosamente os critérios descritos em nossa PGR” afirma Claudemir Groff, gerente Nacional Comercial da empresa.
No caso da Alfa Transportores, de acordo com Perez, as medidas incluem rastreamento, seguros de cargas, monitoramento, escolta armada e segurança em seus Centros de Distribuição. “A gestão de risco se desdobra em muitas estratégias, que vão desde a escolta à segregação de produtos, mas também a dispersão de riscos na ocasião de roteirizar as cargas, que não podem ser muito concentradas por terminal ou veículo”, completa Lumare Jr., da Braspress.
Ana Blanco, da DHL Supply Chain, também destaca que a cultura de gerenciamento de risco é muito forte na empresa e se traduz no desenvolvimento de programas robustos e amplos de segurança patrimonial. “Temos um departamento especializado nesta área que tem aplicado cada vez mais tecnologia e data analytics para identificar os pontos de atenção e as melhores estratégias de prevenção.”
Na Qargo é utilizada tecnologia que mapeia zonas de calor envolvendo ocorrências, de modo que sua delimitação de área de risco é atualizada constantemente, com objetivo de reduzir a circulação de mercadorias em áreas de maior índice de roubos.
“Todos os nossos colaboradores, prestadores de serviços e parceiros entregadores são consultados e liberados através de um rigoroso gerenciamento de riscos em duas etapas, e além do rastreamento via geolocalização de nosso aplicativo, para mercadorias de maior valor concentrado disponibilizamos veículos rastreados com atuadores”, explica Iltenir Junior.
Também na Tora uma série de medidas é adotada: utilização de veículos fechados e protegidos, além de recursos tecnológicos, como rastreadores de veículos, com acompanhamento por satélite em regime 24X7, e utilização de sistema informatizado de gerenciamento de frota para acompanhamento de cada deslocamento em tempo real. Dessa forma as eventualidades de prazos e ocorrências fora do previsto podem ser resolvidas no momento em que acontecem. Além destas, prossegue Costa, há a utilização de “iscas” para rastreamento das cargas e, a depender do valor destas, pode-se utilizar escolta armada que acompanhará os veículos durante o trajeto. E também há treinamento regular dos motoristas, definição e planejamento das rotas antes da partida dos veículos, objetivando o trânsito por vias e estradas mais seguras.
“As quadrilhas pesquisam e atacam as empresas com sistemas mais frágeis de segurança. Infelizmente, em um país em que a segurança pública não funciona, trata-se em última análise de ter a sua porta mais bem trancada que a do vizinho. As melhores medidas são sempre as associadas à inteligência e tecnologias que permitem antecipar, ou abortar as ações dos bandidos logo no princípio”, completa Leonel, da TPC Logística Inteligente.
Covid-19
Interessante entender, também, como o novo coronavírus afetou a logística no segmento de eletroeletrônicos, Mais ainda, os reflexos no setor e se as mudanças vieram para ficar ou são apenas passageiras.
Lumare Jr., da Braspress, lembra que todo o transporte foi afetado. Mas os transportes fracionados foram mais porque a massa crítica de cargas, ou seja, um fluxo mínimo e geral, é condição de possibilidade para se manter a frequência das operações e a sustentabilidade financeira das mesmas, assim, a queda de fluxos do início da crise gerou sérios problemas, que foram sendo contornados à medida que os fluxos retornavam.
“Na prática – continua o diretor comercial da Braspress –, como era previsto, o canal do B2B sofreu mais, dado o fechamento das lojas físicas, porém, quase que concomitantemente, o B2C foi alavancado, permitindo que os transportadores encontrassem o devido equilíbrio nesse período. Supomos que essa mudança forçada terá efeitos nos hábitos de consumidores que, daqui em diante, deverão comprar mais pela internet, ainda que ainda voltem a comprar nas lojas físicas. Para os transportadores, o volume de transporte deverá se manter ou mesmo crescer.”
Ana Blanco, da DHL Supply Chain, lembra que, assim como a economia como um todo, o mercado de eletroeletrônicos foi afetado diretamente pelas restrições impostas pela pandemia. O primeiro impacto foi a escassez ou atraso na entrega de partes e componentes oriundos da Ásia. Isso ocorreu devido ao fechamento de algumas zonas industriais, portos e aeroportos, seguido da diminuição da malha aérea. “Passado alguns meses, essa questão está mais equilibrada, mas entendemos que, no futuro, pode haver uma distribuição maior destes fornecedores em outras regiões, como forma de mitigar os riscos oriundos da concentração geográfica.”
O segundo impacto – ainda de acordo com a vice-presidente de Operações da DHL Supply Chain – foi um aumento repentino na demanda por algumas classes de produtos, principalmente, notebooks, tablets, acessórios e periféricos. Este pico ocorreu tanto no B2B, como no B2C, devido à disseminação do home office e à necessidade de mais pontos de acesso à internet para atividades à distância, como estudo, lazer e contato pessoal. “A aceleração da demanda diminuiu, entretanto ainda se mantém aquecida, mas não sabemos até quando, visto o comportamento ainda instável da economia de forma geral.”
Por fim, há o crescimento exponencial do e-commerce. Esse canal já vinha crescendo ao ritmo de dois dígitos nos últimos anos, mas ganhou um grande impulso com a necessidade de distanciamento social. “É importante ressaltar que, dentro do e-commerce, os eletroeletrônicos já tinham uma participação de destaque e logo tiveram um impulso ainda maior que tende a perdurar, deixando o e-commerce com uma participação mais relevante dentro do faturamento global das empresas. Tanto que, nesta área, a DHL Supply Chain dispõe de uma equipe com mais de quatro mil pessoas especializadas em e-commerce e cinco Centros de Distribuição e, para dar conta do pico no início da pandemia, deslocou equipes e estruturas que apoiavam indústrias cuja demanda estava mais baixa para atender esta área”, completa Ana Blanco.
Também para Teles, da Log-In, a pandemia provocou uma redução de volume, principalmente nos meses de abril e maio, “mas já tivemos uma retomada a partir de junho, que deve ser gradual”.
Com a nova realidade, aponta o gerente comercial, as pessoas também passaram a consumir eletroeletrônicos, já que estão boa parte do tempo trabalhando em suas casas. “Na minha visão, este impacto é passageiro. O segmento não retomou 100%, mas agora no mês de julho já vejo o mercado caminhando para um índice de retomada mais acelerado, após as aberturas dos shopping’s, principalmente”, completa Teles.
Iltenir Junior, da Qargo, também coloca que, com exceção do varejo, a indústria de eletroeletrônicos sofreu um grande impacto por conta do varejo offline que permaneceu fechado devido à quarentena estabelecida, bem como a queda da demanda chinesa responsável por mais de 10% da produção global desses produtos.
“Quais os reflexos no setor? Com a redução desta demanda, transportadores de demanda mista se viram obrigados a reduzir sua malha por falta de viabilidade financeira.”
Sobre se as mudanças provocadas pela Covid-19 vieram para ficar no setor ou são apenas passageiras, Iltenir Junior aponta que as empresas se viram obrigadas a adotar regimes de revezamento e home office, e aderiram a tecnologias de comunicação, e consequentemente conseguiram manter um nível parcial de atendimento. “Acredito que transportadores de pequeno e médio porte sequenciarão novos meios daqui pra frente por conta de sua estrutura geralmente mais enxuta, mas, diferente do cenário atual que ocorreu de maneira improvisada, precisarão se especializar num formato diferenciado de controle, e isso inevitavelmente requer investimentos em tecnologia e segurança da informação, já que o distanciamento físico tende a se tornar habitual daqui pra frente.”
Os ativos logísticos da Tora voltados para o atendimento de cargas eletroeletrônicas estão concentrados nos processos de importação dos produtos. Nesse aspecto, a pandemia dificultou momentaneamente o processo de importação de eletroeletrônicos. “Parte dos nossos clientes alega que está tendo dificuldades na contratação de transporte marítimo, sobretudo para os materiais provenientes da China e restante da Ásia. O cancelamento de parte dos vôos internacionais também provocou uma redução no fluxo de importação desse tipo de produto por alguns aeroportos. A nossa expectativa é que o fluxo de comércio internacional seja reestabelecido nos próximos meses”, contextua Costa, da Tora.
Leonel, da TPC Logística Inteligente, também ressalta que a Covid-19 afetou todas as cadeias logísticas no Brasil e no mundo, forçando uma reinvenção e um choque de eficiência. A repentina queda de demanda, o fechamento de lojas, o pico na cotação do dólar, os voos internacionais cancelados, as fábricas e CDs fechados na China e no Brasil, dentre outros efeitos da pandemia, levaram os mercados a se readequar bruscamente. “Exercitando novos fornecedores, novos modais e, sobretudo, o uso intensivo de tecnologias para gestão da informação em tempo real. Muitas destas mudanças ficarão depois da pandemia”, acredita o diretor corporativo.
Finalizando, Groff, da Via Pajuçara, destaca que, com a pandemia do coronavírus, as empresas tiveram que readequar seus processos, como a adoção do home office, reuniões por videoconferência, além das medidas de higiene e distanciamento entre as pessoas. “Mesmo com a queda de demanda, refletida na queda das operações de transporte, em nossas áreas administrativas e operacionais adotamos diversas medidas, as quais, acreditamos, vieram para ficar, gerando maior praticidade, agilidade e contenção de custos.”
Embarcador
A linha de produtos da Sony Brasil compreende televisores, áudio (headphone, mini-systems e soundbars) e câmeras. E, para fazer a distribuição destes produtos, a empresa se utiliza de transportadoras terceirizadas. “Após trabalharmos com diferentes Operadores constatamos que o estabelecimento de contratos diretos, além de evitar intermediários, melhorou os indicadores de nível de serviço, sobretudo em razão de um maior compartilhamento de dados, que nem sempre eram adequadamente tratados pelos Operadores Logísticos”, explica Ricardo Yamamoto, gerente de logística da empresa. Ele lembra que os principais fornecedores de transportes da Sony incluem: Mercosul Line, Log-in Logística, Intermodal Brasil Logística, Bertolini Transportes, Supersonic, Essencial Cargo, Restitui, Jadlog, Total Express e Aliança Navegação. “As principais rotas têm origem na Zona Franca de Manaus para as regiões Sul e Sudeste.”
Yamamoto diz que a empresa também usa o transporte aéreo para cargas de alto valor agregado e que requerem prazos de entregas menores, além da cabotagem, por apresentar custo competitivo e menor índice de perdas e sinistros.
Ainda em termos de logística, a Sony conta com dois Centros de Distribuição, um em Cajamar, no Estado de São Paulo, e outro em Manaus, AM, acoplado à unidade fabril.
Sobre os maiores desafios logísticos enfrentados pela empresa, o gerente aponta a escassez de soluções completas que sejam capazes de atender a intermodalidade com um mesmo fornecedor. Além disso, há problemas recorrentes que ainda representam perdas expressivas, como roubos e extravios. “Para as variáveis controláveis, as soluções passam por uma maior colaboração entre os atores envolvidos nos processos logísticos e cada vez mais a inserção de ferramentais que possibilitem a integração nos fluxos de informações ao longo da cadeia.”
Com relação aos diferenciais da logística no segmento de eletroeletrônicos, Yamamoto diz que, por ser um segmento mais propenso aos roubos e extravios, a logística de eletroeletrônicos carece de veículos com manutenção preventiva e periféricos de gerenciamento de risco e monitoramento em níveis acima de outros setores. Especificamente com relação à logística da sua empresa, o gerente lembra que têm um portfólio diversificado, com itens de alto valor agregado e diferentes dimensões que são distribuídos por diferentes canais e com uma ampla capilaridade. Essas características tornam a operação logística mais complexa e exigem soluções customizadas, como o uso da intermodalidade e sofisticadas ferramentas de controle e acompanhamento de todas as etapas dos processos logísticos, assegurando o máximo de eficiência nas duas perspectivas mais relevantes: nível de serviço e custo competitivo.
“Buscamos oferecer aos nossos clientes a melhor experiência em termos de eficiência logística. Para isso, nossas ações têm se concentrado em desenvolvimento de fornecedores que comunguem dos mesmos objetivos e compromissos, constante revisão das etapas operacionais com o objetivo de redução de prazos e estabelecimento de novas ferramentas para o acompanhamento e visibilidade, pormenorizando todas as etapas do processo logístico.”
Yamamoto também ressalta que a empresa tem forte atuação em processos de integração das etapas de operação logística com as ferramentas de gestão de riscos e atendimento aos clientes. Essa tríade permite maior visibilidade, acuracidade e assertividade, proporcionando mecanismos para identificação e correção de problemas, antes mesmo que se tornem um ponto de reclamação ou insatisfação dos clientes, sejam eles varejistas, distribuidores ou consumidores finais. “É a era da logística preditiva, ou seja, com profundidade em nossos controles, conseguimos tomar ações antecipadas, reduzindo substancialmente a incidência de falhas no compromisso final com nossos clientes.” Afinal, como também ele ressalta, o relacionamento empresa/transportador ou OL é um processo que requer sempre transparência e clareza acerca das expectativas.
O gerente de logística também lembra que, durante a quarentena, observaram um aumento na demanda, liderado pelos canais de atendimento direto (e-commerce) e na distribuição por meio dos hipermercados (segmento que permaneceu com as lojas físicas em operação).
“Tivemos que readequar as nossas capacidades operacionais visando ao atendimento das necessidades de movimentação e distribuição e, ao mesmo tempo, assegurando respeito às normas e cuidados sanitários.”
Ainda com relação à pandemia, o gerente de logística da Sony aponta os efeitos do Covid-19 nas operações do segmento. Por exemplo, maior variabilidade nos fluxos de pedidos, destoando das curvas históricas, e o surgimento de novas restrições nos processos de transporte e entregas, visando à adequação às normas sanitárias e requerimentos adicionais colocados pelos destinatários.
“Ainda é prematuro fincar se são mudanças temporárias ou não e se pararemos por aqui, mas certamente é um período que será incorporado como aprendizado para definição de contingências futuras”, finaliza Yamamoto.