Transporte de obras de arte requer alto investimento e equipe especializada

22/08/2016

Quem se interessa por arte e logística talvez já tenha se questionado sobre como artigos de inestimável valor e grande fragilidade chegam a tal lugar, quais os desafios e que cuidados são imprescindíveis para o transporte adequado.

Vale lembrar que são poucas as empresas brasileiras que realizam a operação logística de obras de artes vindas de outros países, porque este tipo de atividade requer alto investimento financeiro para adequação de instalações, equipe e equipamentos, bem como na especialização e no treinamento de todos os envolvidos no processo, incluindo equipes operacionais e administrativas. Uma destas empresas é a Millenium (Fone: 11 3602.6844), que já transportou exposições internacionais, como de Pablo Picasso, Wasily Kandinsky, August Rodin e Frida Kahlo, dentre outras.

Andrews Silva, gerente do departamento internacional da empresa, conta que as maiores dificuldades que hoje o setor encontra são a falta de infraestrutura nacional e os obstáculos aduaneiros para agilizar o transporte internacional. “Devido à idade das peças e às condições de manuseio e armazenagem, as obras de arte exigem muito critério e tranquilidade em seu manejo, sem falar no cumprimento de prazos estabelecidos e das regras museológicas, para não comprometer a integridade da peça”, explica.

A contratação para tal serviço ocorre através de um museu, instituição ou produtor cultural quando a emprestadora chega a um acordo para a exposição das obras, estabelecendo critérios de transporte, armazenagem, seguro e expositivos.

Entre as exigências está que a mão de obra, especializada e habilitada, seja utilizada em todos os momentos de manuseio. Na Millenium, o treinamento dos colaboradores acontece de maneira sazonal e cíclica para que todos estejam habilitados no manejo de peças das mais diferentes técnicas e também aptos a aplicar novas práticas de embalagem e manuseio que são desenvolvidas mundo afora. “Fazemos parte de um seleto grupo internacional que conta com as maiores transportadoras de arte do mundo inteiro para troca de experiências no setor”, destaca Silva.

Além disso, devem ser usados caminhões com aparato técnico específico – plataforma hidráulica, suspensão a ar, rastreamento via satélite, gerenciamento de risco e baú com controle de temperatura e umidade – e, claro, precisam ser cumpridas todas as normas de segurança.

Os seguros exigidos normalmente são: de transporte (rodoviário, marítimo ou aéreo), de manuseio e expositivo. “Cláusulas ou riscos adicionais podem ser solicitados dependendo da coleção, situação ou itinerário de transporte”, acrescenta.

Transporte e armazenagem
Silva conta que o ciclo de transporte ocorre antes mesmo de os itens serem manuseados. A obra é avaliada previamente e alguns fatores são analisados, como: técnica utilizada, valores, dimensões e rota a ser seguida desde a origem até o destino.

Depois de verificadas todas estas informações, são providenciadas embalagens de madeira produzidas individualmente para cada obra e, então, são colocadas em um caminhão tecnicamente habilitado. A armazenagem se dá em local próprio para acondicionamento, previamente autorizado pela seguradora, com sistema de combate a incêndio através de gás FM200 sem a utilização de água e sprinklers. Todo o ambiente precisa ser monitorado 24 horas por dia e ter controle rigoroso de temperatura e umidade.

Compartilhe:
Veja também em Conteúdo
Em parceria com a CHEP, Assaí Atacadista evita a emissão de quase 6 milhões kg de CO2
LATAM celebra primeiro ano da rota cargueira Amsterdam-Curitiba com mais de 1,3 mil toneladas transportadas
Colunista do Portal Logweb fala sobre o que é e como implementar a logística omnichannel
XBRI Pneus lança banda de recapagempara pneus de ônibus e caminhão na Fenatran
Strada lança dois produtos para caminhoneiros na Fenatran 2024
Grupo Benner apresenta inovações para transformar a gestão logística

As mais lidas

Nada encontrado