Custo anual da imprudência no trânsito supera R$ 40 bilhões

28/09/2015

Cada vez que um motorista faz uma barbeiragem nas estradas a conta é dividida com todo mundo. E não é pouco dinheiro, não. O custo anual da imprudência dá mais de R$ 40 bilhões.

Vidas perdidas, tragédias familiares. Essa é a consequência imediata que todos nós conhecemos. Mas economistas avaliaram também o peso financeiro. Dinheiro público gasto com transporte de acidentados e até com o combustível que a Polícia Rodoviária usa para chegar até as vítimas.

São apenas máquinas, mas que podem matar quando os condutores não conhecem ou não respeitam seus limites. O motoqueiro que costura; o motorista do carro que corta; o caminhoneiro que desafia o trânsito. Nessa corrida da morte, infelizmente, o Brasil é um campeão. Em 2014, só nas rodovias federais, foram 170 mil acidentes.

Além da perda de vida, os acidentes também causam prejuízos financeiros e não só para o acidentado ou para família dele. Do combustível gasto pela polícia para chegar ao local; da ambulância usada para transportar os feridos; do tratamento no hospital. Só com os acidentes do ano passado, nas rodovias federais, todos nós pagamos uma conta que passou de R$ 12 bilhões.

O estudo do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, e da Polícia Rodoviária Federal, também considera a renda que os acidentados deixam de receber afastados do trabalho e os danos aos veículos.

Juntando com as estradas estaduais e municipais, a conta final chega a R$ 42 bilhões de prejuízo por ano. E as causas mais comuns dos acidentes são desatenção e desrespeito às leis de trânsito.

“A base de tudo a questão da educação, mas não a educação que a gente vê, de entrar em uma escola, tirar uma carteira e ser habilitado. Essa educação tem que começar lá na escola, lá no Ensino Fundamental, e vir gradualmente conscientizando o cidadão. Sem isso a gente não vai conseguir reduzir as estatísticas de trânsito, infelizmente”, conta o agente da PRF Franklin Cardoso.

Na BR-020, ao norte de Brasília, motoristas não negam sua parcela de culpa. “Enquanto nós não nos educarmos e entender que na fila de um hospital não é lugar para o cidadão estar, vai acontecer toda hora”, defende o caminhoneiro Alaílson dos Santos.

Mas eles não esquecem das deficiências das rodovias. “A infraestrutura é precária no Brasil, precisa melhorar a condição das estradas. E também a conscientização dos motoristas, porque tem muita imprudência também envolvida nisso”, diz o produtor rural Marcio Moisés.

Imprudência, desleixo, precariedade, abandono. O trânsito brasileiro pede socorro para parar de machucar e matar.

Nos últimos dez anos o número de mortos aumentou 34,5% e a quantidade de feridos subiu 50%.

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