Agendamento de entrega e roubo de cargas dificultam a atividade no segmento de brinquedos

14/09/2015

A estimativa de faturamento para o segmento brasileiro de brinquedos deste ano é de R$ 5,934 bilhões. Os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – Abrinq mostram um crescimento de 15% no faturamento do setor, considerando que, no ano passado, o valor ficou em R$ 5,160 bilhões. No mercado mundial, o faturamento fechou em US$ 83,0 bilhões em 2014.

Durante o ano de 2014, apenas a produção nacional faturou R$ 2,735 bilhões, enquanto os produtos importados faturaram R$ 2,425 bilhões.

Em pesquisa da Abrinq, 59,1% dos fabricantes nacionais de brinquedos entrevistados comentaram que o ano de 2014 foi “regular”. Para outros 27,3%, o ano foi considerado “bom”. Para 9,1% foi “ótimo” e, para 4,5%, foi “ruim”.

Sobre as expectativas para 2015, 50% destes fabricantes acreditavam que o ano seria “regular”, 22,7% confiaram num ano “bom”, enquanto os quesitos “ruim” e “ótimo” foram as apostas de 13,6% dos entrevistados.

Marcado pelas altas da sazonalidade das vendas, o setor de brinquedos vendeu mais nos meses de agosto, setembro e novembro durante o ano passado. E é essa sazonalidade que define a demanda do setor para 2015. Segundo Wendell Fernandes, gerente executivo de logística da Santos Brasil Logística (Fone: 11 3279.3279), mesmo que a demanda de carga para este segmento tenha sofrido uma desaceleração em decorrência do cenário atual do país, sempre é registrado um aumento considerável de volume em datas específicas, como Dia das Crianças e festas de fim de ano. “Nosso compromisso é alocar recursos operacionais para manter o bom atendimento a nossos clientes durante essas flutuações de demanda”, afirma. Segundo o profissional, o país tem potencial para crescer mais nesse segmento, por meio do investimento das grandes empresas do setor.

Quem também ressalta a sazonalidade do setor de brinquedos é Rogério Ribeiro, diretor comercial da Restitui Logística e Transporte (Fone: 11 2085.0860). Para ele, “a tendência é que tenhamos um aumento no volume a partir de agosto, com forte demanda até mês de dezembro, com a chegada do Natal”. No entanto, o profissional alerta: após esse período haverá uma queda de 80% no volume.

E para lidar com a demanda por serviços de distribuição no segmento de logística é preciso se destacar entre a concorrência. Segundo Scharlene Zanette Salvador, coordenadora de marketing da Transporte MANN (Fone: 47 2101.1000), existem inúmeras transportadoras prestando serviço para este setor. “Porém, deve-se analisar uma transportadora que possa oferecer um serviço de excelência e qualidade neste segmento”, afirma. Sobre as tendências, a profissional indica que este é um setor que nunca para de crescer. “Todos os dias criando, desenvolvendo e reinventando. Assim é nossa projeção para os próximos anos!” Hoje, o segmento de brinquedos representa 3,5% do faturamento da transportadora.

Os problemas e as soluções

Os negócios realizados por meio de canais especializados se sobressaíram em 2014, segundo a Abrinq, com 39,2% dos vendas. Atacadistas ficaram em segundo lugar com 19,9%, seguido por 17,6% dos magazines, 15,4% em vendas pela internet e 8,2% de canais de autosserviço, como supermercados.

Ainda em 2014, o mercado brasileiro importou US$ 346,297 milhões em brinquedos, sendo 81,56% vindos da China, e exportou apenas US$ 10,189 milhões, sendo 50,96% para o Paraguai, seguido de 14,53% para Argentina.

A estimativa é que 2015 feche com a variedade de 4.200 brinquedos no mercado, segundo fabricantes nacionais e demais importadores ouvidos pela Abrinq.

Esta indústria abriga 30.675 empregados, contando com 378 fábricas, sendo que 86,2% delas estão no Estado de São Paulo.

Neste panorama tão diversificado, é de se esperar que o setor de transporte de brinquedos lide com problemas. Um deles é a restrição da circulação de caminhões, que também atinge outros setores. Um problema levantado por Valdomiro Fellippe, gerente operacional da Via Pajuçara (Fone: 11 3585.6900), é que “via de regra, a entrega deve ser agendada, o que implica em armazenamento da carga de maneira provisória. Esse é o processo que tem se alastrado, onde o cliente alega planejamento de recebimento e que deve ser resolvido entre o embarcador e destinatário”, ressalta.

As entregas que precisam ser feitas, em maioria, com agendamento das 9 às 11 horas também são apontadas como problemas por Ribeiro, da Restitui Logística e Transporte. E ele não vê solução para isso, “uma vez que para qualquer volume, seja de 1 kg a uma carreta, todos exigem o agendamento. Isso está se tornando uma prática comum no nosso segmento”, afirma.

Os casos de roubos de cargas rodoviárias ainda representam um desafio que tem demandado um reforço no investimento em segurança e rastreamento das viagens para o setor, segundo Fernandes, da Santos Brasil Logística. As empresas de cargas estão adquirindo serviços e equipamentos, dentre eles iscas eletrônicas, travas de porta de contêiner eletrônica e contratação de empresas de segurança para minimizar a questão. “Mas o Operador Logístico também deve estar atento para fornecer recursos sem encarecer o custo final do transporte”, lembra. E continua: “a resolução dessa questão compete ao Poder Público, e não é uma tarefa fácil. Mas acreditamos que a intensificação das fiscalizações, o que vêm sendo feito, tem ajudado a melhorar o cenário. As empresas de tecnologia e transporte também devem aprimorar continuamente os processos de segurança e rastreamento de cargas, além de utilizar parcerias com empresas especializadas de gerenciamento de risco para acompanhamento 24 horas das operações”.

Investimentos

Para continuarem com representatividade no setor, ampliando e melhorando os serviços prestados, as companhias estão planejando uma série de investimentos. A Restitui Logística e Transporte, onde o setor de brinquedos representa 20% do faturamento, irá aumentar o atendimento do SAC, a frota de médio porte e as posições portapaletes para armazenar a demanda até que haja o agendamento das entregas.

Já a Santos Brasil Logística segue com foco em tecnologia, automação de processos, precisão e qualidade dos serviços de logística. O setor de brinquedos representa 5% da carteira de clientes da companhia, principalmente no serviço de armazenagem.

A Via Pajuçara irá instalar mais portapaletes para verticalização da carga e adquirir paleteira patolada para elevação da carga, para atender o segmento de brinquedos, que responde por 5% do faturamento da empresa.

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