Rodolatina e a logística do cimento

08/06/2010

Embora não estejam cumprindo os prazos iniciais, alguns programas do Governo Federal, como o "Minha Casa, Minha Vida" e o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, fizeram com que o setor cimenteiro se mantivesse aquecido durante o último ano, mesmo em meio à crise econômica mundial, que afetou a maioria das indústrias.

Com tantas obras movimentando o setor da construção no Brasil, a Rodolatina (Fone: 41 3888.0707), operadora logística de grande atuação no transporte de cimento a granel no país, fechou 2009 apresentando um crescimento na casa dos 45%, graças, também, à consolidação de investimentos realizados no ano anterior e à aquisição de três empresas concorrentes, além da ampliação da frota e de filiais.

A estrutura utilizada ao longo do processo logístico do cimento é composta por semirreboques silo, compressores de ar, rastreamento via satélite, sistema de controle de estoque de clientes e sistema de gestão de pedidos. No total, a empresa tem uma frota própria de 360 veículos, 450 carrocerias e 83 agregados. Além disso, adicionalmente, a Rodolatina faz também o serviço de expedição em algumas fábricas, administrando desde o carregamento do produto até a portaria da fábrica.

Presente há 13 anos nesse mercado, a empresa tem sua matriz em Curitiba, PR, e doze filiais em pontos estratégicos do Brasil, onde atua em todos os estados, aproveitando desta expertise para identificar e solucionar todas as particularidades do transporte de cimento a granel. A primeira delas é o uso do semirreboque para silo, uma carreta fechada específica para o transporte de cimento ou similares a granel.

Outra característica especial, conforme conta o diretor da empresa, Bruno Zibetti, é o compressor de ar para descarga. "Como o produto é descarregado em silos altos, é preciso propulsão para que chegue ao topo do silo. Utilizamos compressores de ar que ficam localizados entre o cavalo mecânico e a carreta, os quais impulsionam o cimento através do mangote", descreve Zibetti, afirmando que este sistema foi implementado no mercado pela Rodolatina. De acordo com ele, antes as transportadoras utilizavam como propulsor o cano de escape. Assim, era preciso que o caminhão permanecesse ligado e acelerando, gastando muito combustível e poluindo o meio ambiente.

Outra particularidade do transporte de cimento a granel é que não há estocagem do produto em Centros de Distribuição, pois ele sai da fábrica direto para o consumidor corporativo. "O estoque fica rodando na estrada", ilustra o diretor da Rodolatina, ressaltando que o produto transportado não é perecível. "Como o semirreboque é fechado, não há risco de umidificar o produto, que seria a única possibilidade de estragá-lo. Na descarga, a utilização do compressor de ar impede que impurezas, como fuligem, se misturem ao cimento", acrescenta.

Em suma, a logística do cimento começa quando a matéria-prima é retirada da rocha de calcário (brita, calcário ou gesso) e também de resíduos de fornos industriais (clinquer, cinza) ou mesmo da argila. Em seguida, é transportada através do modal rodoviário ou ferroviário até a fábrica, onde é processada em alta temperatura para se obter o produto final: o cimento. Da fábrica, o produto é transportado a granel ou ensacado para o consumidor. No caso do cimento a granel, transportado através do semirreboque silo, os consumidores são geralmente as concreteiras, as fábricas de fibrocimento e as grandes obras.

Uma das dificuldades encontradas em particular no transporte a granel é quando o local de consumo possui um silo menor ao consumo diário. Por exemplo, uma obra necessita de duas mil toneladas de cimento por dia e possui um silo que comporta apenas mil. "Nestes casos, a Rodolatina elabora uma operação padrão", garante Zibetti.

Já quando ocorrem aumentos de demanda por cimento – o que não é muito comum acontecer – as soluções adotadas são o aumento de frota, quando se trata de crescimento orgânico, ou a utilização de agregados e terceiros para volumes repentinos.

Aproveitando o tema aumento, o diretor da Rodolatina revela que a expectativa de crescimento da empresa para 2010 é de aproximadamente 30%, suportado pelo atendimento a novos contratos e novas obras. Nesse sentido, a eficiência na logística contribui muito, pois aumenta a produtividade da frota.

Além disso, a transportadora de cimento a granel está iniciando trabalhos em outros pontos do ciclo de produção do cimento, como transporte de insumos, cimento ensacado, etc. Pelo jeito, com os preparativos e início das obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o aumento da demanda cimenteira poderá ser ainda maior do que o previsto.

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