Paletes plásticos: Utilização específica em determinados setores garante crescimento do setor

18/05/2018

Ainda que pese a diferença de preço na comparação com os paletes de madeira, os de plástico apresentam características que os colocam como “únicos” em algumas aplicações, aliado ao fato de serem retornáveis e utilizáveis inúmeras vezes.

Os paletes plásticos, juntamente com as caixas plásticas, fazem um par perfeito. “Eles têm uma importância muito grande dentro da logística, já que são eles que protegem o produto, organizam e otimizam espaços dentro das empresas e no transporte. São facilmente higienizáveis, dispensam manutenção e são ecologicamente corretos, por serem recicláveis.”
Ainda de acordo com Claudio Mantovani Nóbrega, do departamento de vendas da Eko Palete (Fone: 11 4823.4799), com relação ao palete plástico, ele também é importante economicamente em comparação com os paletes de madeira, pois trazem uma boa lucratividade para a indústria. “Um palete de madeira, no comparativo de custos com o de plástico, tem o valor bem menor, porém não é retornável – sendo assim, é utilizado uma única vez, enquanto o palete plástico, usado da forma correta, tem durabilidade superior a cinco anos”, completa Nóbrega.
Também fazendo uma análise do segmento de paletes plásticos hoje, e se referindo aos paletes de madeira, Reinaldo Pereira, gerente de Desenvolvimento e Vendas da Embatech Plásticos (Fone: 11 4029.1222), aponta que o segmento ainda não cresceu mais por conta dos paletes de madeira e, também, de alguns paletes com materiais alternativos, como “polpa”, papel ondulado, etc. “Para exportação existem várias empresas que utilizam esse tipo de material alternativo na expectativa da redução de peso, e principalmente custo. O pa lete plástico, se comparado aos de outros materiais, ainda é uma alternativa com custo elevado”, analisa Pereira.
Por sua vez, Jose Ricardo Braulio, diretor da Jose Braulio Paletes (Fone: 11 3229.4246), diz que o palete de plástico está crescendo o seu share de mercado, devido a sua utilização especifica em determinados setores. “Acredito que o palete de plástico não tem concorrentes, pois ele só é utilizado onde o palete de madeira não atende as especificações. A maior dificuldade ainda é o preço do palete plástico, mais caro que o de madeira, o que dificulta a aquisição em massa”, diz o diretor.
Camila Chaves, supervisora administrava de Vendas e Marketing da Plásticos Novel São Paulo (Fone: 19 3847.9999), também fala sobre o importante papel que o palete tem na logística, já que é responsável pelo transporte e a armazenagem de cargas com segurança. E também volta a fazer uma comparação do palete plástico com o de madeira: “No caso do plástico, possui maior vida útil, o que proporciona ganho em longo prazo, quando utilizado na logística reversa. Além disso, oferece vantagens como fácil higienização, não enferruja e oferece segurança ao usuário. Porém, o palete de plástico possui custo elevado quando comparado ao de madeira, fator que limita seu uso em diversos processos logísticos”, aponta Camila, concordando com os demais participantes desta matéria especial.
Quem também analisa o setor é Mauricio Scorteganha, diretor industrial da Tecnotri Indústria de Plásticos (Fone: 54 3359.2400). Ele diz que, nos últimos anos, há uma crescente demanda por paletes plásticos, “reconhecidos por seus inúmeros benefícios associados à facilidade de higienização, não exigirem manutenção, serem leves, de longa vida útil e reduzirem sensivelmente os custos logísticos totais”.
No entanto – continua Scorteganha, concordando com os outros participantes desta matéria –, devido o seu valor agregado, os custos de aquisição ainda são elevados, se comparados a outras opções, de valor agregado mais baixo, como o palete de madeira. “Nesse contexto, seu consumo ainda é modesto, porém crescente, justificado no médio prazo pela maior vida útil e ganhos de produtividade.”
Outro fator considerado pelo diretor industrial da Tecnotri é que ainda há necessidade de buscar uma equivalência tributária, pois ainda os tributos incidentes sobre a cadeia produtiva do palete plástico são maiores se comparados aos do palete de madeira, o que não se justifica.
Complementando a análise do segmento de paletes plásticos hoje, Sandra Tatiane Oliveira Schreiner, gerente de Produção da Rotto Brasil Indústria e Comércio de Plásticos (Fone: 11 4693.4190), diz que os principais setores que procuram por paletes de plástico são as empresas de cosméticos, alimentícias, farmacêuticas, bebidas e têxteis. “Grandes corporações que se preocupam com a conscientização ecológica buscam inovar e investir em estudos voltados para a logística reversa, valorizando, assim, o compromisso ecológico e ambiental voltados para a preservação do meio ambiente. Com isso percebemos uma crescente em outros setores industriais. Existem hoje, também, estudos relacionados às preocupações sanitárias e ambientais, onde os paletes de plástico estão conquistando cada vez mais espaço no mercado.”
A gerente de Produção da Rotto Brasil também volta à questão já discutida anteriormente: O palete plástico, comparado ao palete de madeira, possui maior resistência mecânica, não solta farpas, possuiu maior durabilidade e facilidade de higienização, evita a proliferação de fungos e bactérias. “A vasta disponibilidade de cores do plástico permite, na logística, a codificação setorial de uma forma visual, ou ainda o controle do uso do palete especifico para aquele determinado produto. Também há uma variedade de modelos, tamanhos e opções de carga suportada. O problema enfrentado ainda é, talvez, a falta de comparação custo x benefício de um palete de plástico para um palete de madeira por exemplo. É claro, sempre considerando a aplicação. Temos a dificuldade de quebrar o paradigma ‘palete plástico é muito caro’, o que sabemos que não é verdade, pois em diversas aplicações ele é muito mais barato quando analisamos sua durabilidade e vantagens”, completa Sandra.
Ainda falando em concorrência, a gerente de Produção da Rotto Brasil diz que, além do palete de madeira, dentro do próprio segmento do paletes de plástico temos os rotomoldados e os injetados.
“E esta concorrência entre os diferentes tipos de materiais ou processos de paletes, a meu ver, ocorre pela falta de comparação adequada relacionada ao uso. A dificuldade maior é o consumidor medir a resistência necessária para a aplicação, o que pode ocasionar uma compra incorreta. Sabemos que o preço final de um palete injetado é melhor que o do rotomoldado, porém quando é necessária uma customização em baixa escala de produção, como reforços, alteração de resistência, cores diversas e detalhes da geometria, o investimento fica inviável no processo de injeção, pois o valor do ferramental é elevado e exige uma quantidade mínima para a produção. Já no processo de rotomoldagem, o valor do ferramental é mais atrativo por apresentar custos mais baixos e a quantidade de produção mínima é bem menor. Concluímos que se pensarmos em ‘produto x aplicação’ não há concorrência, pois cada tipo de palete, sendo ele madeira, plástico injetado ou plástico rotomoldado, atende um determinado mercado”, opina Sandra.

Perspectivas
Sobre as perspectivas neste segmento, Pereira, da Embatech, diz que são sempre boas. “Tenho certeza que é um segmento em constante crescimento, tanto que existem inúmeros modelos à disposição.”
Camila, da Plásticos Novel São Paulo, também aponta que as perspectivas no segmento são de crescimento com o fortalecimento da economia, consolidação da logística reversa no país e atuação da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária em relação à regulamentação de embalagens para o segmento alimentício.
“Sempre temos perspectivas de crescimento. Há, cada vez mais, um aumento das empresas que buscam uma adequação às legislações existentes, que exigem o uso dos paletes plásticos para alguns tipos de atividades. Os paletes plásticos são ideais para as empresas que necessitam manter a constante higienização e o ambiente livre de bactérias”, diz, agora Sandra, da Rotto Brasil.
Ela também argumenta que a empresa tem alguns clientes que utilizam os paletes plásticos não por uma exigência de um regulamento, mas, sim, por todos os benefícios que eles proporcionam e por perceberem, pelo uso, que o custo benefício é positivo. “Temos alguns clientes que nos informam que possuem paletes em polietileno comprados conosco há mais de 15 anos e que ainda estão em uso.”
Vale lembrar – completa a gerente de Produção da Rotto – que com a preocupação com a saúde, amplia-se ainda mais o crescimento do uso do palete plástico em função de higiene, evitando transtornos de proliferação de pragas e doenças entre estados e países.
Por seu lado, Scorteganha, da Tecnotri, destaca que a logística, no geral, tem sido atualmente considerada um dos fatores relevantes no aumento de produtividade e redução de custos. Nesse contexto, ocorre uma segmentação nas soluções logísticas para a obtenção desses ganhos. “O palete plástico é um dos equipamentos logísticos que se encaixa perfeitamente em operações em que a madeira tem restrições, em segmentos como indústria alimentícia, fármacos, químicos ou na movimentação e armazenamento de peças e equipamentos com alto valor agregado e em áreas limpas. Acreditamos que há, sim, uma demanda crescente e estável.”

Tendências
E quais seriam as tendências, em termos de novas aplicações?
Pereira, da Embatech, acredita que mercados e indústrias frigoríficas sejam os novos consumidores desse produto.
Sandra, da Rotto Brasil, por seu lado, diz que perceberam uma ampliação nas aplicações e até mesmo nos tipos de modelos dos paletes. “Podemos citar um desenvolvimento recente de um palete com os pés fechados fixados a uma caixa de 1.000 litros, que permite o tombamento com segurança. O primeiro cliente que comprou este modelo utilizou para descartar lixo reciclável. As ‘caixas paletes’ ficam no setor produtivo, para o depósito dos resíduos, depois são movimentadas, com empilhadeira, e tombadas diretamente em uma caçamba de lixo reciclável central”, explica.
Camila, da Plásticos Novel São Paulo, aponta como tendências o maior aproveitamento do palete com o fortalecimento da logística reversa no país. “Além disso, é possível um crescimento no uso de paletes plásticos em função do apelo ambiental contra o palete de madeira em indústrias alimentícias e farmacêuticas.”
Concluindo esta matéria especial, o diretor industrial da Tecnotri salienta que as novas aplicações para o palete plástico consolidam-se, na maioria das vezes, na forma de personalização, onde a necessidade específica do cliente demanda por novos modelos personalizados.

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