Empilhadeiras são fundamentais, mas há limites

10/12/2002

Basicamente, a movimentação externa de materiais é feita com empilhadeiras.
Mas, vários fatores precisam ser considerados, na hora da escolha das mais adequadas.

Escolher uma empilhadeira apropriada para a movimentação de materiais em áreas externas – pátios, portos e outras – requer alguns cuidados especiais.

Isto é o que mostram os representantes de três empresas especialistas nestas equipamentos. Mas, inicialmente, eles apontam quais são as tendências em equipamentos de movimentação externa.

Segundo Cyro Corrêa Aranha, representante distrital da Nacco Materials Handling Group, Divisão Comercial Yale, basicamente, a movimentação externa é feita por empilhadeiras da classe V, equipadas com motores a combustão interna. “Esses equipamentos possuem grande versatilidade e operam sem restrição de tempo e temperatura. Essas operações, por outro lado, exigem muito dos operadores, razão pela qual os equipamentos estão recebendo melhoramentos, permanentemente, no que diz respeito à ergonomia, o que permite que a produtividade seja mantida, mesmo em situações adversas.”

Pela mesma linha de raciocínio vai Fernando Nadosdi, supervisor de aplicações e vendas do produto da Linde ­Material Handling do Brasil. De acordo com ele, “muitos fabricantes renovaram o design da máquina embelezando os seus equipamentos, tornando-os mais ergonômicos, com menos consumo de combustível, adicionando mais controles eletrônicos e aumentando sua capacidade residual”.

Já Luis Fernando A. Julio, gerente comercial da Ameise Jungheinrich do Brasil, a tendência para movimentação externa é de equipamentos frontais elétricos. “Estes são muito mais silenciosos e com um nível de ma­nu­tenção muito menor, além do custo do próprio combustível. Com certeza, a energia elétrica ainda é muito mais barata do que o gás.”

Julio também informa que, com a implantação da ISO 14000, muitas empresas, principalmente as montadoras, têm investido neste segmento de equipamentos. Segundo ele, “a grande vantagem de uma empilhadeira elétrica é poder operar em ambientes externos e também internos. Sendo assim, é mais versátil e de uma utilização mais abrangente”, argumenta.

Como escolher

Quando o assunto é “como escolher o equipamento mais adequado, Aranha, da Nacco, diz que movimentações externas requerem, geralmente, máquinas que possam suportar imperfeições do piso. “Desta forma, as mais adequadas são máquinas com rodagem pneumática, cuja flexão dos pneus possibilitará operação mais suave.”

De acordo com ele, a escolha do frontal adequado de uma empilhadeira é outro fator decisivo. “Nas movimentações externas, sem restrições de passagens, as torres mais adequadas são as simplex, mesmo para alturas maiores, por terem custo menor. Com relação ao combustível, é indiferente. Porém, as máquinas equipadas com motores movidos a óleo diesel podem ser uma boa opção, por não haver problema de confinamento de gases”, completa.

Por sua vez, Nadosdi, da Linde, ensina que, para a escolha do equipamento adequado para a movimentação externa, devemos considerar os seguintes aspectos: a) Estado da carga, ou seja, seu peso, suas dimensões(comprimento, largura, diâmetro e altura), sua forma e rigidez; b) Altura de elevação da carga; c) Espaço disponível para o seu manuseio, como, por exemplo, largura do corredor, altura do vão de passagem, etc.; d) Condições do piso e rampas; e) Ambiente onde o equipamento irá operar (extremamente quente, frio, com presença de poeira em suspensão, etc.); f) Regime de trabalho; e g) Modo de manuseio de carga.

Por sua vez, Julio, da Ameise Jungheinrich, diz que existem vários modelos de equipamentos frontais, tanto elétricos como a combustão. “O fator primordial para definir qual o modelo correto é o peso que a empilhadeira vai carregar e o tipo de piso onde irá operar. Quando há um piso ruim, como terra, paralelepípedo ou outras condições precárias, o ideal é o uso de equipamentos a combustão. Em ­locais onde temos pisos como asfalto, bloquete, ­cimento ou outros mais regulares, podemos usar um equipamento elétrico.”

Outro fator para escolha correta de um equipamento – ainda segundo o gerente geral da Ameise Jungheinrich – é verificar se no local existem limitações quanto à altura da torre do equipamento. “Geralmente, verificamos a altura das portas de passagem, altura dos túneis das estruturas e se ele irá ou não operar em contêineres. Estes possuem uma altura de porta de aproximadamente 2.200 mm, e para isto os equipamentos necessitam de uma torre de 3 estágios, que têm uma altura da torre abaixada menor, permitindo a passagem nas portas, e uma elevação livre, que permite que os garfos se elevem sem que o topo da torre se altere”, explica.

Um outro fator na escolha de um equipamento é se no local existem problemas de corredores ou ruas muito estreitas, onde é preciso operar com equipamentos com tamanhos menores ou que trabalhem, em vez de com quatro rodas, com três, diminuindo, assim, o raio de giro e, conseqüentemente, o corredor operacional.


Maiores problemas

Por último, os entrevistados desta reportagem especial de LogWeb fazem uma análise dos maiores problemas enfrentados na área de movimentação externa.

Aranha, da Nacco, diz que os maiores problemas das áreas externas são o piso, as rampas, as intempéries, as variações de temperatura, os agentes agressivos aos pneus, os objetos pontiagudos e os am­bientes com muita poeira ou materiais abrasivos em suspensão.

Nadosdi, da Linde, lembra que os ­maiores problemas nesta área são espaço reduzido para movimentação e a altura de elevação da carga elevadas.

Por último, Julio, da Ameise Jungheinrich, salienta que “um dos maiores problemas no uso de equipamentos na área externa, além do piso, é a chuva”.

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