Maex Brasil fica no segundo lugar com ‘jogo limpo’ frente ao cliente, enquanto a Rápido Transpaulo admite surpresa com a terceira posição no prêmio. Empresas já pensam na manutenção da qualidade e projetam investimentos pesados em 2013 para expandir suas áreas de atuação.
Em um setor industrial no qual o valor agregado da carga não é alto, as transportadoras Top do Transporte 2012 da indústria de plásticos são cobradas, primeiramente, pelo nível de serviço apresentado. Porém, se, de um lado, os embarcadores não exigem muitos cuidados específicos com o produto transportado, eles cobram o cumprimento de prazos e metas rígidas de entrega e coleta. Na eleição desta edição, o setor esteve pela primeira vez entre os avaliados com 170 empresas indicadas, o que configura plásticos como uma das maiores indústrias embarcadoras da premiação.
As três primeiras transportadoras campeãs obtiveram médias finais de mercado superiores a quatro pontos, em um universo de zero a cinco. Para se ter uma ideia da boa avaliação das eleitas, apenas a primeira colocada, a Expresso Javali (Fone: 54 3211.8200), e a terceira, a Rápido Transpaulo (Fone: 51 3538.5000), obtiveram notas pouco abaixo de quatro pontos em duas das cinco categorias avaliadas – no caso da campeã, apenas uma, em gestão da qualidade. Já a Maex Brasil (Fone: 11 4133.2995), vice-líder, não ficou abaixo dos 4,20 pontos em nenhum quesito.
Os números comprovam o porquê das três companhias terem sido eleitas as melhores do ano no segmento de plásticos. Se notarmos apenas o índice mais valioso na opinião dos embarcadores, facilmente constataremos as altas notas aferidas pelas empresas à Expresso Javali, Maex Brasil e Rápido Transpaulo. Outro ponto que valoriza o desempenho das três transportadoras foi a forte concorrência para se chegar às mais bem cotadas pelo mercado.
Primeira colocada no segmento, com média geral 4,31, a Expresso Javali atribuiu a posição a três fatores: know-how, área de atuação e flexibilidade. “Temos um conhecimento de mercado verdadeiramente amplo e sabemos utilizar nossas ferramentas, sobretudo de informação, a serviço do cliente. É importante dizer que essa premiação é vital, pois mostra o reconhecimento do embarcador ao nosso trabalho e nós estamos honrados com este resultado”, explica o gerente da filial Campinas da Expresso Javali, Aldo Lima Filho.
A maleabilidade nas negociações também é fator preponderante na Maex Brasil, enquanto a busca pela informação exata é destacada pela Rápido Transpaulo. Esta última, inclusive, admite surpresa com a posição no setor de plásticos, premiada na terceira posição do Top do Transporte 2012. A supervisora comercial da companhia, Andréa Costa, revela que a satisfação é grande pelo momento que a transportadora passou. “Para nós é uma surpresa subir ao palco em plásticos. Passamos por um ano turbulento, com bastante adrenalina, e mesmo assim fomos um dos vencedores. Isso indica que mesmo com dificuldades, a Transpaulo está fazendo bom trabalho e sendo vista pelos clientes”, destaca Andréa.
Atualmente, as transportadoras em todo o Brasil têm elaborado diversas estratégias para atender cada vez melhor o embarcador. Os planos de execução passam por investimentos, processos de gestão e adequação às novas normas. No geral, as empresas customizam suas operações aos moldes de cada cliente com flexibilidade e transparência. Esse sistema não é simples, mas traz uma fidelização diferencial às companhias.
“A informação precisa, sempre sem mentir ao cliente, cria uma confiança particular. Hoje estamos preocupados em ser transparentes para que a indústria do plástico organize sua logística com base na informação”, ressalta o administrador da Maex Brasil, Mardonio Aurélio de Oliveira Saraiva.
Entre as três empresas vencedoras no setor de plásticos, nenhuma delas atua exclusivamente com o produto, apesar de terem sido agraciadas neste segmento. Todas são transportadoras de outros insumos e/ou equipamentos industriais, mas classificam o plástico como parte importante de toda a cadeia. A Maex Brasil, por exemplo, avalia a entrada no setor como uma tendência de mercado. Atualmente, são muitos clientes nesta área, mas o plástico não foi um ponto de atuação previamente planejado.
O foco das empresas é bem diversificado, abrangendo grande parte do País, com exceção da Maex Brasil. A transportadora está sediada em Campinas, SP, e além da região em que está localizada e da cidade de São Paulo, SP, atende o Distrito Federal e os estados de Goiás e Tocantins. Já a Expresso Javali e a Rápido Transpaulo têm em comum suas sedes gaúchas – em Caxias do Sul e Canoas, respectivamente. A diferença é que a líder da pesquisa restringe sua atuação aos estados das regiões Sul e Sudeste, enquanto a terceira também engloba o Centro-Oeste do País.
INVESTIMENTOS
O desejo de expandir os negócios também está presente em todas as transportadoras premiadas. A estratégia das empresas é composta por planos fechados, alguns inclusive com processos já em andamento. Por outro lado, a manutenção da qualidade do trabalho que as levou ao pódio também é desafiante. É comum as empresas adiarem projetos de expansão e melhoria em prol da estruturação das áreas já atendidas, ou da qualificação delas.
“Pretendemos entrar na região Centro-Oeste em breve. No entanto, só podemos dar este passo importante para o desenvolvimento da Javali porque temos um trabalho consolidado nos locais onde já atuamos”, lembra Lima Filho. Já a Maex Brasil implantou seu projeto para atender demandas no restante do Estado de São Paulo, sobretudo com a filial de Ribeirão Preto, SP. Os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro também estão na pauta da transportadora em longo prazo, como a Rápido Transpaulo, que almeja atuar na região Nordeste com uma filial em cada Estado.
Não apenas as expansões de atuação, mas os recursos diretos nas empresas estão pré-agendados. As transportadoras investem constantemente em Tecnologia da Informação e renovação e ampliação de frota, pois a média de idade dos veículos cresce rapidamente. Tomando como exemplo a Maex Brasil, a destinação de verbas para ampliar a quantidade de caminhões deve alcançar a cifra de R$ 10 milhões em 2013. Em seguida, há investimentos previstos para especialização de profissionais e melhor personalização do trabalho de acordo com os perfis dos clientes.
O trabalho de prevenção de acidentes e manutenção dos veículos é bem elaborado entre as campeãs. Com exceção da Maex Brasil, que atualmente tem uma frota de apenas sete veículos e bastante jovem, as empresas apresentam planos específicos de manutenção. Mesmo com caminhões bastante recentes, a Maex Brasil pauta seus cuidados através de um check list rigoroso. “Trabalhamos com caminhões novos, mas mesmo que fiquem mais velhos nós temos a obrigação de prevenir acidentes. A manutenção preventiva é cara, mas torna-se bem mais barata do que a corretiva”, avalia Saraiva.
AGREGADOS E LEI DOS MOTORISTAS
Igualmente importante à frota própria, as transportadoras sempre utilizam parceiros para cumprir os prazos de entrega dos fretes. Não raro, as frotas agregadas chegam até a serem maiores que as próprias, apesar de as empresas não classificarem este método como o ideal. Transportadoras grandes, como é o caso das três empresas Top do Transporte no setor de plásticos 2012, chegam a trabalhar com cerca de 100 parceiras, com contratos bastante detalhados. É um serviço considerado importante, pois são raras as transportadoras que atendem toda sua área de atuação com frota própria.
“Realmente, é um trabalho bastante comum e indispensável para nós, já que toda transportadora trabalha com parceiros, e conosco não é diferente. Mas a cobrança é muito grande em cima do agregado, bem maior do que na frota própria. Afinal, não é um funcionário diretamente nosso, mas ele está entregando produtos com a marca Transpaulo. Precisamos ser rigorosos”, revela Andréa.
Outro fator bastante destacado pelas transportadoras do setor de plásticos é a nova Lei 12.619, conhecida como “Lei dos Motoristas”. A grande maioria das empresas não concorda com a imposição da nova legislação, apesar de reconhecerem que os motoristas precisam de maior descanso e preparo. Os reflexos também são evidentes, mas menores que as críticas do setor de transportes.
“No Brasil, cria-se uma lei e não dão condições para cumpri–la. Não existe suporte por aqui para que a lei seja cumprida. No Rodoanel, por exemplo, não tenho onde parar. Daqui até Goiás contam-se nos dedos os postos em que o caminhoneiro pode parar e descansar. Na verdade, isso só fará os custos subirem para os embarcadores e transportadores. Somos a favor do descanso, mas desde que haja estrutura para isso”, critica Saraiva, da Maex Brasil.
MERCADO
O sentimento é de queda no comportamento do mercado de plásticos em 2012. As previsões das transportadoras não foram cumpridas em nenhuma das empresas. O aquecimento do setor não foi linear, sobretudo com uma espécie de divisão entre o primeiro e o segundo semestre.
“Em um segmento que é bastante ramificado, o plástico acompanhou o mercado e apresentou dois momentos distintos. Foi surpreendentemente positivo no primeiro semestre e recuou na metade final do ano. No geral, o crescimento ficou abaixo do esperado, mas deve encerrar o ano positivo”, classifica o gerente da Expresso Javali.
Em contrapartida, para o próximo ano, todas as transportadoras esperam crescimento forte. Na Expresso Javali, a meta está estabelecida na ordem de 15% a 18%, enquanto que a Maex projeta 20% a 25%.









