Pelo menos é o que aponta a maioria dos participantes desta matéria especial de Logweb. Um dos fatores deste otimismo é que, na maioria das novas construções, é considerada a utilização de algum tipo de nivelador de doca. Mesmo que o equipamento não seja oferecido por quem constrói, ele tem sido requisitado.
Wanderley Gonelli Gonçalves
Em que pese o momento econômico pelo qual o país passa, o segmento de plataformas niveladoras de docas – amplamente utilizadas no processo logístico para agilizar cargas e descargas – tem se mantido estável, e até apresentando crescimento. Pelo menos é o que se constata das afirmações de representantes de empresas do setor ouvidos nesta matéria especial de Logweb.
“O mercado, como já havíamos previsto, continuou com um forte crescimento. Podemos constatar que em 70% das novas construções é considerada a necessidade de se utilizar algum tipo de nivelador de doca. Mesmo que o equipamento não seja oferecido por quem constrói, ele tem sido requisitado por quem projeta o prédio, no mínimo levando em conta o espaço necessário para algum tipo de equipamento, o que há alguns anos era muito raro de se ver”, diz, otimista, o engenheiro Edison Salgueiro Jr., diretor da Docktec – Divisão especializada em equipamentos para docas da Tailtec Equipamentos Hidráulicos (Fone: 11 3686.8669). E, mais ainda. Segundo ele, as perspectivas continuam a ser de continuidade do nível consistente de crescimento, tomando como base a pouca utilização desse tipo de equipamento e a conscientização da necessidade de se ter algum tipo de nivelador de doca para aumentar a produtividade na operação de carga e descarga na doca, inclusive minimizando acidentes e avarias.
Monica Heirnichs, assessora de imprensa da Saur Equipamentos (Fone: 11 3376.9300), também aponta que as niveladoras de docas continuam sendo comercializadas em ritmo crescente tendo em conta que, cada vez mais, os processos de carga e descarga nos locais de recebimento necessitam ganhar agilidade. “Com as niveladoras de docas instaladas, o fluxo de veículos na entrada dos depósitos passa a ser mais rápido, diminuindo significativamente as filas”, diz Monica, acrescentando, como tendências, que tanto as grandes, quanto as médias e pequenas empresas estão em busca de resultados na intralogística, por isso, as niveladoras de docas devem continuar conquistando o mercado.
Outro otimista, e também citando os investimentos na construção civil, Antonio Soto, CEO da SEC Brasil Equipamentos (Fone: 11 4436.6985), destaca inicialmente que, apesar da instabilidade econômica e da alta do dólar, este ano tem se mostrado bom para o mercado de niveladores de docas. “Tivemos um crescimento em volume de vendas de unidades de 20% no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado, e até o final de agosto tínhamos superado nosso faturamento em 35% sobre o montante em valores do ano de 2012, o que mostra um real aquecimento no setor.”
Já com relação às perspectivas futuras – este final de ano e 2014 – Soto lembra que os investimentos no setor civil estão acelerados e as previsões de novos projetos para o final de 2013 e primeiro semestre de 2014 são animadoras. “Temos grandes multinacionais se instalando no Brasil, principalmente no setor alimentício e automobilístico, o que deve alavancar ainda mais o mercado e elevar o crescimento no setor”, comemora. E vai além. Diz que a previsão de negócios para os próximos meses é animadora, considerando que o mercado de locação de galpões tem crescido muito e investidores estrangeiros têm investido de forma agressiva neste nicho de mercado e têm buscado a instalação de plataformas niveladoras de docas.
A análise de Sidnei Ferreira, gerente de vendas da Artama Metalmecânica (Fone: 47 3274.1111), vai pelo mesmo caminho. “Em se tratando de plataformas niveladoras de docas, percebemos aumento na demanda em função da expansão de grandes redes e Operadores Logísticos aquecendo o mercado. E nossa expectativa é fecharmos 2013 com as vendas acima da média, o que deverá se manter em 2014”, também celebra, compartilhando o otimismo com Gabriela Theodoro, analista comercial da Kopron do Brasil Comércio e Indústria de Equipamentos de Logística (Fone: 11 3109.6700). Segundo ela, o mercado está aquecido e as expectativas são altas, contanto que este aquecimento do mercado seja mantido.
“Creio que o setor segue com boas perspectivas de crescimento, apesar dos problemas na economia brasileira. As grandes empresas de produtos de consumo e exportadores seguem ampliando ou repensando sua estratégia de distribuição. A adoção de estratégia de CDs regionais e menores impulsiona o crescimento. Neste contexto, as nossas perspectivas para este ano são de ter um crescimento menor que 2012 e, em 2014, manter o mesmo nível de 2013”, aponta, por sua vez, Paulo Comini, vice-presidente da Rite-Hite Latin America (Fone: 11 3527.9590).
Este crescimento menor, indo na contramão dos otimistas do setor, também é apontado pelo engenheiro Fernando Pinheiro, da Zeloso Indústria e Comércio (Fone: 11 3694.6000). “Atualmente, em especial este ano, o setor encontra-se muito competitivo, com uma demanda muito baixa em termos de investimentos. Acreditamos numa retomada geral do setor de movimentação de cargas para 2014”, diz ele.
Alexandra Kyrillos, diretora da Cargomax Equipamentos Industriais (Fone: 21 2676.2560), também diz que o setor poderia estar melhor. “Mesmo com o quadro instável de nossa economia e a desaceleração do mercado interno, os investimentos no setor logístico continuam acontecendo, mas não com a força que estavam em 2011 e 2012”, diz ela, para completar: “o mercado logístico ainda tem muito a crescer, mas para isso nossa economia tem de se estabilizar. Com a economia estabilizada, com certeza veremos esse mercado em grande expansão”.
“O primeiro semestre se transformou em um período de arrumação, contando, principalmente, com incertezas externas ou governamentais. Isto prejudicou os negócios de uma forma geral e impossibilitou um crescimento maior. Na Lycos observamos este reflexo e os resultados de faturamento foram um pouco abaixo do esperado. O segundo semestre será melhor, já estamos percebendo os resultados”, completa Luciano Vitor Rizzotto, diretor geral da Lycos Equipamentos (Fone: 54 3028.7575). E ele crê que a empresa realmente crescerá em 2014 na ordem de 15%, apesar da alta do dólar e das eleições, contando com a realização da Copa do Mundo de Futebol.
NOVIDADES
Além do desempenho do setor, as empresas participantes desta matéria especial apontam as suas novidades. E também aproveitam para mostrar alguns detalhes da sua linha de produtos e falar de negócios.
É o caso da Rite-Hite que, segundo o vice-presidente da empresa, conta com uma nova linha de niveladores verticais que eliminam a troca de calor na fossa dos niveladores, “reduzindo drasticamente o custo de energia e melhorando a Boas Práticas de Fabricação/Armazenamento (GMP)”. Afinal, o executivo vê uma maior preocupação do mercado com os custos de energia, principalmente em armazéns e CDs com temperatura controlada.
A Lycos também apresenta lançamentos, como o de docas móveis biarticuladas para 10 toneladas, bem como do kit hidráulico carrega tudo para elevação das rampas. “O Brasil é muito carente de mecanização em movimentação de cargas. Há muita coisa a ser explorada e vários aspectos serão melhorados. No momento estamos desenvolvendo um novo produto conceito, será uma solução ‘puro sangue’ Lycos”, diz Vitor.
Já Alexandra, da Cargomax, afirma que, hoje, a empresa oferece uma linha de niveladores de doca que atende da mercearia aos grandes Centros de Distribuições. “O nosso último lançamento foi o nivelador de doca basculante com acionamento por molas helicoidais”, acrescenta.
Por sua vez, Gabriela, da Kopron, revela que a sua empresa conta com uma vasta linha de modelos – niveladoras embutidas, avançadas, frontais, mecânicas e eletro-hidráulicas de pestanas basculantes, telescópicas e fixas.
“O mercado é dinâmico e a cada dia contamos com inovações na aplicação de produtos, principalmente no que diz respeito à segurança. Hoje temos equipamentos instalados em áreas que não há transição de empilhadeiras, paleteiras manuais, etc., onde os clientes fazem a carga fracionada manual e, também, situações em que a mercadoria é carregada por esteiras telescópicas, onde o nivelador serve tão somente como um instrumento de segurança para evitar a queda do colaborador no vão entre o caminhão e a doca.” O exemplo de aplicação dos niveladores de docas é dado por Soto, da SEC Brasil. E, como novidade, ele cita o retentor de veículos RHR 4000. “Trata-se de uma nova geração da linha de retentores que visa maior segurança durante a carga e descarga, proporcionando não apenas a retenção da carreta à doca, mas, também, a sua estabilidade de movimentos laterais durante o processo de carga e descarga com ou sem o cavalo acoplado à carreta, tornando, assim, o processo de carga mais seguro e rápido.”
Ainda de acordo com Soto, uma nova linha de comunicação, através de luzes verdes e vermelhas de led, permite que o operador da empilhadeira visualize à distância se o caminhão encontra-se ou não estacionado na doca, permitindo a entrada da empilhadeira com segurança no interior da carreta. “Uma linha de luminárias de doca que, fixadas à parede do prédio, permite uma iluminação bastante eficiente no interior de carretas baú frigoríficas ou não. Um detalhe interessante e inovador é o ventilador em forma de turbina que pode ser acoplado ao braço da luminária e proporcionar um conforto térmico aos colaboradores que trabalham dentro das carretas em nosso clima quente”, completa o CEO da SEC Brasil.
Por sua vez, Salgueiro Jr., da Docktec/Tailtec, salienta que a sua empresa está oferecendo uma nova e completa linha de niveladoras de doca e de acessórios para doca (luminárias, guias de rodas, semáforos, calços de rodas, etc.). “A intensa movimentação de cargas voltadas ao mercado internacional, tanto para a exportação quanto para a importação, requer um grande fluxo de cargas transportadas em contêineres marítimos, os quais requerem niveladoras de docas com características especiais. Esta não é exatamente uma nova operação, mas sim uma operação especifica que tem tido um solido crescimento”, completa.
Além das tradicionais niveladoras de docas padrão, a Zeloso, através de sua engenharia, desenvolveu as docas móveis com abas automáticas, com capacidades até 8.000 kg, permitindo aplicações em vários locais da planta, uma vez que as mesmas são moveis, com rodízios e capacidade de carregamento e descarregamento através de paleteiras e, principalmente, empilhadeiras a combustão.
Por fim, Pinheiro, da Zeloso, diz que através da rampa móvel desenvolvida pela empresa, com acionamento hidráulico e cuja aplicação é sobre a doca tradicional, é possível resolver problemas de altura do carregamento em veículos cuja carroceria está abaixo do padrão de trabalho das docas tradicionais.
“Outra novidade, visando à economia de custos e espaço, são as guias de articulação e movimentação instaladas na extensão (horizontal) da doca seca, que permite a utilização de apenas uma doca em vários pontos de carregamento, pois, desta forma, o usuário pode movimentar horizontalmente a niveladora de doca através de trilhos na sua extensão”, finaliza Pinheiro.
Ferreira, da Atarma, também lembra que as plataformas niveladoras de docas sofrem poucas alterações em seu conceito construtivo, ficando, porém, o “desafio em apresentarmos produtos cada vez mais leves”.
A assessora de imprensa da Saur, por sua vez, diz que toda a gama de niveladoras de docas fabricadas pela empresa – niveladora embutida hidráulica, niveladora avançada hidráulica, niveladora avançada com deslocamento lateral manual, niveladora avançada telescópica, niveladora avançada com deslocamento lateral hidráulico e niveladora avançada manual – passa constantemente por melhorias. “Uma a destacar é a niveladora de docas de embutir, que passa a ter proteção lateral entre a estrutura móvel e a obra civil, além de disponibilizar outros itens de segurança para atender ao requisitos aplicáveis da NR 12 em toda a linha. Desta forma, a utilização da doca se torna mais segura para os profissionais envolvidos na atividade”, explica. E completa dizendo que a Saur investiu em sua unidade fabril, a fim de aprimorar e aumentar a produtividade, qualificando processos e implementando processo de soldagem através de robôs automatizados.
Finalizando, Elenice Fernandes, diretora de marketing da Rayflex Portas Flexíveis (Fone: 11 4645.3360), informa que, desde o lançamento de sua plataforma niveladora para docas, a empresa se concentra no aprimoramento dessa tecnologia, principalmente na integração desse complemento no conjunto para docas: porta seccional + abrigo retrátil + nivelador (plataforma), “que constitui sistema seguro e confiável de fechamento de grandes vãos, em centros de armazenagem e distribuição, terminais de carga, depósitos e similares”.
A diretora de marketing também informa que “há uma maior conscientização por parte do mercado quanto à maior segurança com o uso de plataformas eletro-hidráulicas em substituição às plataformas manuais, principalmente nos centros de armazenagem e distribuição multiprodutos, que precisam dar mais valor agregado à sua prestação de serviços e vencer a grande concorrência. Na parte industrial propriamente, são mais as grandes empresas que usam e buscam usar cada vez mais esse equipamento, pela segurança e rapidez de operação que oferecem”.
