O mapeamento de riscos em operações logísticas, apoiado por tecnologias de prevenção, pode reduzir em até 90% os acidentes em armazéns, fábricas e centros de distribuição. A utilização de dispositivos eletrônicos ajuda a evitar multas, indenizações por lesões e até mesmo fatalidades, além de preservar a confiança e a produtividade das equipes. Os dados são de estudos conduzidos pela AHM Solution, empresa especializada em gestão de riscos e danos na logística.
Segundo Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, operações com alto fluxo de veículos e pedestres apresentam riscos elevados. “Os dados coletados por novas tecnologias reduzem a dependência do fator humano e ajudam a promover um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente”, afirma o executivo.

Um exemplo citado envolve uma fabricante de papel, que enfrentava perda de produtividade devido ao ambiente inseguro. O tempo de carregamento duplicava, somando-se aos altos custos com medidas corretivas e treinamentos. Além disso, pontos cegos e o nível de ruído superior a 85 decibéis comprometiam a eficácia de alarmes sonoros, ampliando o risco de colisões.
Gestão de risco em operações logísticas
A metodologia utilizada para identificar situações de perigo é chamada Site Assessment, que faz um diagnóstico detalhado dos processos e fluxos da operação. “Levantamos informações cruciais, incluindo histórico de incidentes e necessidades específicas, para propor soluções customizadas. Isso garante que as tecnologias implementadas gerem valor real e mensurável”, explica Moreira.
Tecnologias de prevenção de acidentes
A partir desse diagnóstico, a AHM Solution recomenda ferramentas específicas. Uma delas é o Hit-Not, sistema de detecção de proximidade que cria um campo eletromagnético capaz de identificar pedestres e veículos, mesmo através de barreiras físicas, como paredes e porta-paletes. Instalado em empilhadeiras e coletes, o dispositivo emite alertas visuais, sonoros e vibratórios e pode até acionar a desaceleração automática dos equipamentos.
Outra tecnologia destacada é o IRIS, sensor infravermelho que detecta coletes com fitas refletivas. O sistema registra imagens das situações de risco e envia informações para análise remota, sendo ideal para áreas abertas e operações ferroviárias.
Casos de sucesso em segurança logística
O Hit-Not foi adotado por uma indústria de papel para mitigar riscos em ambiente ruidoso, aumentando a segurança operacional por meio de sinalização luminosa. Já uma multinacional do setor de vidros utilizou a solução para eliminar pontos cegos, aproveitando a capacidade do sistema de detectar movimentos através de barreiras e integrá-lo a controles de máquina.
Em outro caso, etiquetas de impacto foram usadas em uma fábrica de vidros para equipamentos touch, auxiliando na escolha de embalagens mais resistentes. No setor ferroviário, o IRIS permitiu criar novas regras de segurança em operações de alta movimentação, resultando em uma mudança cultural entre os colaboradores.
Informação e análise de dados
O especialista reforça que a tecnologia precisa ser acompanhada de revisão de procedimentos, treinamentos e auditorias. “A análise de dados gerados pelos dispositivos permite identificar tendências, otimizar configurações de segurança e assegurar que as operações sejam também produtivas e em conformidade com as políticas da empresa”, finaliza Moreira.









