O seguro de transporte internacional registrou um marco histórico no primeiro semestre de 2025. Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), entre janeiro e junho, as indenizações somaram R$ 246,2 milhões, representando o maior volume dos últimos cinco anos para o período. O valor equivale a uma alta de 1.833% em comparação com 2021 e de 237% em relação a 2024, evidenciando a crescente importância desse tipo de cobertura no contexto atual do comércio exterior.
De acordo com Marcos Siqueira, presidente da Comissão de Transporte da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), os principais fatores que pressionaram os sinistros foram os eventos climáticos extremos e o fechamento de navios inteiros de transporte de montadoras. “Os acidentes com navios porta-contêineres geralmente envolvem uma combinação de fatores técnicos, humanos, ambientais e operacionais/mecânicos. As principais causas listadas são incêndios, condições climáticas extremas, falhas mecânicas, erro humano, superlotação de embarcações e deficiência de treinamento e gestão de riscos”, destacou.

O seguro de transporte internacional cobre bens e materiais em operações de importação e exportação por diferentes modais — marítimo, terrestre, ferroviário e aéreo. Essa proteção garante que, diante de imprevistos como acidentes ou roubos, exportadores e importadores tenham indenizações asseguradas, o que evita perdas financeiras e preserva a continuidade dos negócios.
A relevância da cobertura se intensifica diante das projeções do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Para 2025, a expectativa é de que o Brasil alcance US$ 341,9 bilhões em exportações, o que representa crescimento de 1,5% frente a 2024. As importações, por sua vez, devem somar US$ 291,5 bilhões, um avanço de 10,9% em relação ao ano anterior, quando foram registrados US$ 262,9 bilhões.
Esse movimento de aumento na circulação de cargas amplia a exposição a riscos logísticos, cambiais e operacionais. Nesse cenário, o seguro de transporte internacional se consolida como um instrumento estratégico para mitigar impactos e proteger margens financeiras em um ambiente global caracterizado pela volatilidade. Apenas no primeiro semestre de 2025, a demanda pelo produto avançou 5,8%, totalizando R$ 504,9 milhões em prêmios emitidos.






