O Porto Sudeste, terminal privado localizado em Itaguaí (RJ), alcançou 86% de reaproveitamento da água utilizada em suas operações, resultado de investimentos em gestão hídrica, tratamento de efluentes e uso da água da chuva. Em 2019, o índice de reaproveitamento era de apenas 42%. Seis anos depois, a empresa praticamente dobrou a eficiência no uso da água.
Essa transformação foi possível com a atuação das ETRAPs (Estações de Tratamento e Reuso de Águas Pluviais), que operam com sistemas de drenagem independentes. Esses sistemas separam as águas limpas das encostas daquelas que percorrem áreas industriais e carregam resíduos, otimizando o uso dos recursos.

Além disso, a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto/Efluente Sanitário (ETE) integrada ao sistema de água industrial ampliou significativamente o reúso da água, reduzindo a dependência da captação de águas subterrâneas.
Redução do consumo de água e menor impacto nos aquíferos
O consumo de água fornecida pela concessionária local também caiu. Em 2019, o Porto consumia 2,06 litros por mil toneladas movimentadas. Em 2024, esse número caiu para 0,77 litro — uma redução de mais de 62%.
Essa economia hídrica diminui a pressão sobre os aquíferos da região de Itaguaí, onde a água subterrânea é a principal fonte de consumo. Como resultado, há maior preservação dos lençóis freáticos, o que beneficia não só o terminal, mas também a população e os ecossistemas locais.
Água como insumo ambiental e estratégico
A água tem papel central nos controles ambientais do Porto Sudeste. É utilizada, por exemplo, na aspersão das pilhas de minério para controle de poeira, na umectação das vias internas e na limpeza das áreas operacionais. Também é essencial em situações emergenciais, como o combate a incêndios.
Compromisso com a sustentabilidade hídrica
Para Ulisses Oliveira, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Porto Sudeste, o uso racional da água é uma diretriz estratégica. “A água é um insumo essencial para a nossa operação, mas, justamente por seu uso contínuo, precisamos administrá-la com responsabilidade. (…) Nosso compromisso é mostrar que é possível aliar eficiência operacional à sustentabilidade hídrica de forma concreta e duradoura”, afirma.
A atuação do terminal mostra que infraestrutura portuária e sustentabilidade podem caminhar juntas, especialmente em regiões onde o acesso à água é um desafio estratégico e ambiental.









