Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento das pessoas, além de otimizar processos, a Logística da Pirelli desenvolveu um projeto de metodologia Lean intitulado The Journey. “A ideia inicial foi trabalhar o desenvolvimento da liderança, conectar as pessoas ao business e, através das metodologias do Lean, trabalhar a Transformação e a Cultura”, diz Daniel Zangarini, diretor de Operações Logísticas da Pirelli no Brasil.
Ainda segundo o diretor de Operações Logísticas, o fator principal que motivou a implementação dessa metodologia Lean foi buscar uma transformação na Logística da Pirelli, colocando o Lean como catalizador das oportunidades, transformando e certificando pessoas e processos de forma a buscar a cultura organizacional. “O objetivo específico da Pirelli é transformar a logística no Brasil em uma referência global no grupo. Isso através de eficiência, eficácia e segurança dos processos e pessoas”, destaca Zangarini, lembrando que, por outro lado, o principal desafio enfrentado durante a implementação do The Journey foi customizar o programa de forma a não ser algo reativo, e sim uma transformação orgânica e conectada com a estratégia do negócio.
Cinco anos
Desde seu início, há cinco anos, o The Journey contou com um tema específico para cada temporada. Em 2024, o tema escolhido foi o Motorsport, para dar continuidade ao ano anterior, de maneira que faça sentido dentro de uma maturidade e crescimento das pessoas, além do propósito da organização.
2021 – Tema Olímpiadas – foi o momento de ressignificar através da integração da equipe e a prática dos projetos multiáreas;
2022 – Tema Copa do Mundo – foi o momento para união do time, trabalhando as estratégias (aprendendo a utilizar ferramentas do Lean, desenvolvendo o plano de certificação – pessoas e processos);
2023 – Tema Cinema – foi o momento de aprender a contar história (Storytelling) através de metodologia do Lean, e com isso aumentar as oportunidades dos projetos e o resultado do negócio;
2024 – Tema Motorsport – é o momento de capturar e acelerar os projetos usando as ferramentas do Lean.
“A Pirelli, em seus mais de 150 anos de existência, esteve (e permanece) intrinsicamente ligada às competições do automobilismo, patrocinando e fornecendo pneus para as principais categorias do mundo. Um dos aspectos essenciais dentro desse contexto competitivo é o pit-stop. Momento crucial, que exige preparação, trabalho em grupo e rapidez aliada com precisão, podendo ser fundamental para o resultado da corrida”, diz Zangarini.
Assim, inspirada no pit-stop, a Logística da Pirelli trouxe esta oportunidade de conectar as pessoas ao business, através do The Journey. Equipes de colaboradores foram montadas, tais quais as de um campeonato de automobilismo, com diferentes cores e nomes definidos. Com um calendário pré-estabelecido de 10 etapas, cada GP significa a possibilidade de um colaborador, o “piloto”, apresentar um novo projeto. Este será avaliado por uma comissão julgadora e, caso aprovado, colocado em prática. Ao final de cada GP, uma pontuação é distribuída individualmente para os melhores projetos, com a disputa de um campeonato de equipes em paralelo.
“Trabalhamos o pit-stop porque reflete exatamente a evolução de melhoria contínua, ou seja, o Lean. No passado das competições de motorsport, a troca de pneus acontecia em um determinado tempo. Porém, ano após ano as equipes revisam o próprio processo para melhorar de forma significativa esse tempo de troca. Essa otimização ocorre através da melhoria dos processos, consequentemente colocando a empresa em vantagem competitiva no business.”
Ainda segundo o diretor de Operações, dada a largada da “competição”, são estabelecidas as regras e a premissa do programa vinculado ao plano estratégico:
– Abertura da ideia junto ao time Lean;
– Validação técnica e estruturação do projeto;
– Apresentação do projeto do GranPrix Mensal;
– Acompanhamento do projeto até o encerramento;
– Revisão e calibração dos projetos (suporte e recalculo de rota quando necessário);
– Report mensal dos resultados.
Sobre como é realizado o sistema de pontuação e avaliação para os projetos apresentados em cada GP, o diretor de Operações explica que os critérios são definidos através do OKR (Objetive Key Results), enquanto os resultados são ponderados de acordo com o peso de cada indicador. Além disso, os projetos com maiores retornos financeiros têm uma pontuação extra do maior para o menor.
“O impacto do The Journey é a evolução dos indicadores de eficiência e eficácia do negócio. Além disso, ele contribui no conhecimento da metodologia Lean. Através deste, é possível proporcionar às pessoas o desenvolvimento de projetos, oportunidades de interface multiáreas e exposição em forma de apresentação dos projetos para toda liderança da companhia”, explica Zangarini.
Completando, ele fala sobre as expectativas futuras para a Jornada. “A expectativa é a sustentabilidade do programa e expansão conforme o crescimento do negócio para outras unidades do grupo.”