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Conteúdo 9 de outubro de 2008

Mercedes-Benz enfatiza importância de sua ação global

“Hoje, a América Latina tem a mesma necessidade de caminhões que os mercados da Europa e Estados Unidos. Não existe mais a defasagem de 30 anos atrás, quando morei no Brasil”, enaltece Paolo Monferino, presidente mundial da Iveco. Para o executivo, o foco para um mundo moderno é o desenvolvimento de motores alternativos para o médio prazo.

De imediato, a aposta da montadora está nos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), onde a marca espera manter seu crescimento para compensar a baixa do mercado europeu, em especial, no próximo ano. “Nós queremos ser líderes na América Latina, como são as empresas do grupo Fiat. A Iveco é a única que ainda não é líder”, dispara Monferino. Segundo ele, a estratégia de crescimento passa por fortes investimentos, melhorando a imagem da marca junto ao público.

A mesma coisa não acontece na China, um mercado bastante promissor, mas que praticamente não impõe nenhuma exigência para o setor de transportes, onde pode rodar qualquer espécie de veículo. “A qualidade do produto chinês é muito ruim. Não aceitável em nenhum lugar fora da China”, reclama Monferino. Segundo o dirigente, todo veículo da marca só sai de fábrica com o padrão internacional de qualidade Iveco. “Queremos mudar as características dos produtos lá”, dispara.

Em termos de um motor politicamente correto, Monferino assegura que a marca seguirá investindo na solução híbrida e no gás natural. A legislação européia deverá adotar a norma Euro VI apenas em 2013 mas, enquanto isso, a montadora deverá atender essa exigência em seus veículos já em 2009, com destaque para o gás natural. Sobre o biodiesel, tido como coqueluche no Brasil, garante que não há a menor possibilidade de se desenvolver um produto que rode com este combustível na Europa, já que não há agricultura suficiente.

O presidente da marca também revelou que a Iveco está em fase de testes, no Brasil e na Argentina, com ônibus equipado com motor diesel eletrônico para início de produção em série para depois de 2010. “Eu acredito nas soluções elétrica e híbrida para o Brasil”, confirma Monferino, dando pistas sobre a tecnologia empregada nesse ônibus.

Animação

Certamente, uma grande surpresa das coletivas ocorreu durante a apresentação da Volkswagen. Além do pronunciamento de Stephan Schaller, presidente mundial da VW Veículos Comerciais (Nutzfahrzeuge), Roberto Cortes, presidente da VWCO, trouxe uma animada delegação de clientes, o que gerou enorme impacto para os mais de 2.000 jornalistas do mundo presentes no IAA. Após a palavra de Schaller, Cortes roubou a cena, tornando-se o protagonista da participação da marca no evento, conduzindo a maior parte da coletiva de imprensa e despertando o interesse da imprensa internacional para os expressivos resultados da montadora no Brasil.

Assim como no recente evento que marcou a inauguração do terceiro turno da fábrica de Resende, Cortes promoveu a mesma apresentação, com uma análise completa da participação da VWCO no Brasil e suas perspectivas. Pelas reações, os números impressionaram a audiência. “A feira de Hannover é uma grande vitrine para nossos produtos, e também uma ótima oportunidade para falarmos de nossos planos de crescimento. Mantidas as condições favoráveis da economia no Brasil e em outros países emergentes, queremos estar entre os maiores fabricantes mundiais de caminhões e ônibus nos próximos anos”, disse Roberto Cortes.

Quanto a Schaller, embora tratando de todos os lançamentos da marca no evento, também incluiu importante referência ao Brasil, por conta da nova picape Robust que, embora apresentada oficialmente, ainda não está pronta. A picape será produzida na ociosa unidade fabril da marca na Argentina, com previsão de lançamento para o mercado brasileiro no final de 2009. Por fora, o veículo está definido, mas ainda deverá sofrer alterações em suas configurações internas. Por ora, o que se sabe é que o modelo será disponibilizado com motorização a gasolina e também na versão turbo diesel, 2.0, com capacidade para transportar 1 tonelada de carga. O fato curioso deste lançamento é que, mesmo sendo um veículo comercial, o modelo será comercializado apenas pela rede de automóveis, sem qualquer participação da VWCO. Como se fosse uma Kombi. Aliás, havia uma unidade exposta no estande. Enquanto na Europa só como peça de museu, no Brasil ainda se compra zero quilômetro…

Schaller tocou em um ponto delicado, embora de interesse de todos os presentes, caso da participação que a VW adquiriu nas ações da MAN e da Scania, com 30% e 68%, respectivamente. Segundo o executivo, a princípio, o que deverá acontecer é uma sinergia na comercialização dos veículos. Isso poderia representar uma unificação de redes de serviço, mas não houve aprofundamento na questão. Sobre o futuro dessas corporações, o executivo preferiu não se posicionar, mas deixou a sensação de que alguma ação importante está por vir. O Brasil aguarda.

Além da picape, a Volkswagen mostrou mais lançamentos para o mercado do leste europeu e do Oriente Médio, como o Caddy 4 Motion, equipado com motor turbo diesel e 105 cavalos de potencia, com previsão de lançamento para novembro de 2009. O veículo se encaixa na categoria de um Doblô, entre outros exemplos. A marca também apresentou as novas linhas PanAmericana e Caddy Stile, que serão lançadas ainda neste ano. Para Schaller, a tecnologia BlueMotion, primeiramente ofertada para o Crafter, segue como tendência mundial e deverá ser expandida para outros veículos da marca.

Realidade

Antes que a comitiva de jornalistas brasileiros pudesse conhecer maiores detalhes da maior feira de caminhões do mundo, o grupo foi encaminhado imediatamente para a coletiva de imprensa da Mercedes-Benz. Diferentemente de Iveco e Volkswagen, que destacaram o Brasil como o país mais importante do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), a MB, que se sentia em casa, preferiu marcar o evento com análises e a exaltação do mercado indiano, onde a montadora deverá se firmar com duas joint ventures.

Andreas Renschler, responsável pela Divisão Caminhões da Daimler AG, abre a coletiva de imprensa revelando o crescimento da marca no cenário mundial apesar da alta dos insumos. E, mesmo que a demanda esteja diminuindo nos países de economia avançada, como nos mercados dos Estados Unidos e Europa, 2008 deverá fechar com alta de 3% sobre a movimentação de 2007.

O entusiasmo no tom do discurso de Renschler aumentou um pouco ao falar do BRIC. Afinal, são esses os países de mercados mais promissores no mundo. Em 2008, a MB do Brasil deverá encerrar a atividade com crescimento de 25% sobre os resultados do ano passado. E, para o mercado russo, a MB poderá fechar uma importante parceria com a montadora Kamaz, para abastecer a região com produtos da marca, talvez até como uma joint-venture.

Outro ponto importante do pronunciamento de Renschler é o projeto de tecnologia sustentável MB para o futuro. “A motorização BlueTech é a chave para os negócios da marca”, assegura o executivo. A montadora também teve seu modelo híbrido exposto no evento mas, diferentemente dos demais expositores, deixou bem claro que sua aposta em motorização para o futuro não é esta. Para Renschler, o mercado precisa voltar suas forças para o futuro, de forma que não se repita uma crise semelhante à do petróleo, que aconteceu em 1971, único ano em que não houve IAA.

Mas Hubertus Troska, responsável pela Divisão Caminhões Mercedes-Benz para Europa e América Latina, faz uma séria advertência, para que não se perca a noção de realidade. “O motor híbrido não vai substituir sequer 50% da frota a diesel. Nem no médio prazo”, alerta. Com tantas tendências observadas no IAA, com claro destaque para a tecnologia híbrida, pode-se dizer que teremos mais de uma tecnologia nos próximos anos. Falta saber se haverão estruturas de distribuição compatíveis com as necessidades de racionalização de custos do mercado. 

Ainda sobre combustíveis, o executivo afirmou que a evolução do setor nos próximos 10 anos será mais significativa do que a dos últimos 50 anos. Segundo Troska, o BlueTech é o diesel mais limpo do mundo e será a principal aposta para os próximos anos. Entretanto, para o executivo, o futuro aponta para o abastecimento elétrico. “Os veículos comerciais são imprescindíveis, o petróleo não. Precisamos mudar o foco das tecnologias e das campanhas”, garante.

 

Fonte: www.trasnpoonline.com.br

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