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Conteúdo 15 de outubro de 2008

Fim do espaço em Cubatão

Cubatão, assim como Santos e Guarujá, tem limitações de espaço para a expansão portuária. Considerada o pólo industrial da Baixada Santista e responsável pela maior arrecadação de royalties da região – R$ 6,723 bilhões de janeiro a junho (uma média de R$ 1,120 bilhões por mês), a cidade já tem suas áreas saturadas. Com os benefícios fiscais oferecidos pelo município nos últimos três anos, várias empresas retroportuárias vieram para a cidade e com isto, esgotaram as possibilidades de crescimento. Nomes como Libra, Saam – grupo chileno de reparação de contêineres, Fassina, Bandeirantes Armazéns Gerais e a Standard, de câmaras frigoríficas, aproveitaram a chance e instalaram filiais no município.

A atratividade foi tanta que o preço das áreas de 2005 para cá quadruplicou. Segundo o secretário de Indústria, Comércio, Porto e Desenvolvimento de Cubatão, Ricardo Felipe Lascane, a Baixada Santista, esta grande procura não é privilégio de Cubatão e sim da Baixada como um todo. “Santos também é muito visada, mas suas áreas são consideradas caras e até Cubatão hoje não oferece mais este grande atrativo, que é a questão do valor”, enfatizou.

O otimismo da economia nos últimos tempos trouxe um conhecido problema: a falta de infra-estrutura. Depois que a cidade recebeu pátios reguladores e empresas retroportuárias, o caos logístico cresceu ainda mais. Lascane culpa o Governo do Estado, com a execução de necessárias obras para atender ao Pólo Industrial e aos pátios reguladores, que servem ao porto. “É um ponto muito negativo para qualquer novo empreendedor que faça uma análise logística”, reclamou Lascane.

Na cidade, há um pátio de 440 mil m2, que gira três vezes por dia e com isso sua movimentação chega a 10 mil caminhões. Um viaduto, que é uma das obras previstas na Agenda 21 do município, foi construído, mas, segundo ele, não é suficiente para aliviar os gargalos. “As indústria de Cubatão juntas vão aumentar sua produção em 50%. Todos os técnicos do Estado vêm fazer avaliações, mas ninguém diz o que vai fazer. Qualquer investimento aqui na região vai ser prejudicado por infra-estrutura logística. Ouço falar que o incremento de cargas, com os investimentos em ferrovias, duplicou, mas os caminhões fazem parte do modelo e não vão desaparecer. Então não podemos deixar de dar condições de acesso para os caminhoneiros”, concluiu Lascane.

Cubatão conta com dois pátios reguladores credenciados pela Codesp para receber caminhões de cargas de todos os pontos do Brasil, o que é um bom fator. Mas, por outro lado, o crescimento foi barrado pela população de alguns bairros como o Casqueiro, que impediu a instalação de dois pátios de contêineres por meio de ação judicial há três anos.

Apesar desses problemas, o secretário acredita que maiores potenciais de crescimento privado na área portuária são o projeto de expansão da Cosipa e a possível utilização da Ilha Piaçaguera, uma enorme área ao lado do porto da Cosipa. “Na empresa há potencial para píeres de atracação e estaleiros. Existem grupos do exterior vindo cada vez mais aqui na região. Não sabemos no entanto o que os proprietários da ilha pretendem fazer”. Em contato com a assessoria de imprensa da Cosipa, foi informado por meio de nota que a empresa não tem planos de expansão para sua região portuária.

“O Terminal Marítimo Privativo de Cubatão, de propriedade da Usiminas, é uma instalação de uso misto formada por cinco berços de atracação e localizada a 70 km da capital paulista. No momento, a empresa não tem projetos para ampliação do terminal”.

Sobre a Agenda 21, a cidade tem 17 projetos e quatro prioritários: a duplicação da rodovia Domenico Rangoni, antiga Piaçaguera-Guarujá, a ligação porto-indústria, saindo do bairro Alemoa, em Santos, margeando a linha férrea e terminando na Cosipa e o acerto de traçado da rodovia Anchieta com a Domenico Rangoni. Outra reivindicação da cidade é a incorporação ao Estado de uma estrada municipal perto das indústrias Cosipa e Ultrafértil.

A Agenda 21 aponta alguns pontos fortes na questão logística como a existência dos quatro modais de transporte, proximidade com São Paulo, integração com o porto de Santos, pólo de atração de cargas e boa qualidade das rodovias. O documento, realizado pelo Centro de Integração e Desenvolvimento Empresarial da Baixada Santista (Dide) – Pólo Industrial de Cubatão e com iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – Cubatão, Centro das Indústrias do Estado (Ciesp) e Prefeitura de Cubatão, é um manual das trilhas a serem seguidas.

 

Revista Santos Modal – www.santosmodal.com.br

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