Um novo estudo da Mecalux e do Intelligent Logistics Systems Lab (ILS) do MIT, realizado com mais de 2.000 lideranças de logística, revela uma rápida expansão da IA em armazéns e da automação avançada. O levantamento indica períodos de amortização de apenas dois a três anos e, além disso, uma demanda crescente por profissionais altamente qualificados no setor de armazenagem.
Segundo o MIT e a Mecalux, os armazéns que sustentam as cadeias de suprimentos globais já operam em uma nova etapa marcada por inteligência artificial e machine learning. A pesquisa mostra que a IA deixou de ser experimental e tornou-se um fator direto de produtividade, precisão e transformação da força de trabalho.

Crescimento da automação e maturidade tecnológica
Atualmente, mais de 90% dos armazéns utilizam algum tipo de IA ou automação avançada. Além disso, mais da metade das empresas declara operar com estruturas avançadas ou totalmente automatizadas, cenário mais frequente entre organizações de grande porte com redes logísticas complexas. A IA em armazéns aparece aplicada à separação de pedidos, otimização de estoques, manutenção, planejamento de tarefas e monitoramento de segurança.
“Os dados evidenciam que os armazéns inteligentes superam seus concorrentes em volume, precisão e adaptabilidade”, afirma Javier Carrillo, CEO da Mecalux. Ele destaca também que, com a alta temporada se aproximando, empresas que investem em IA demonstram mais resiliência e previsibilidade.
Investimentos e retorno acelerado
O estudo aponta ainda que os investimentos em IA são amortizados mais rapidamente do que o previsto. A maioria das empresas destina entre 11% e 30% dos orçamentos de tecnologia para iniciativas de inteligência artificial, enquanto o retorno médio chega em dois ou três anos. Isso ocorre devido às melhorias mensuráveis em precisão de estoque, desempenho operacional, eficiência da mão de obra e redução de erros.
Esses investimentos são impulsionados especialmente pela pressão competitiva, pela redução de custos, pela escassez de mão de obra e pelos objetivos de sustentabilidade. O cenário indica, portanto, que o valor da IA vai além da automação básica.
Desafios para escalar a IA em armazéns
Apesar do avanço, persistem obstáculos na ampliação dessas tecnologias. “A parte mais complicada é a fase final de implementação: integrar as pessoas, dados e análise sem criar atritos nos sistemas existentes”, explica o Dr. Matthias Winkenbach, diretor do ILS do MIT. Entre as barreiras listadas estão a falta de experiência técnica, a integração com sistemas legados, a qualidade dos dados e os custos de implantação.
Ainda assim, as empresas afirmam possuir bases sólidas de gestão de dados, além de roteiros claros e orçamentos crescentes para novos projetos.
Impacto sobre empregos e novas funções
O relatório também contesta a ideia de que a automação reduziria postos de trabalho. Ao contrário, mais de três quartos das organizações registraram aumento de produtividade e satisfação das equipes após implementar IA; além disso, mais da metade ampliou seu quadro de funcionários.
Surge, dessa forma, uma nova demanda por engenheiros de IA e machine learning, especialistas em automação, analistas de processos e cientistas de dados — evidenciando que a IA em armazéns expande, e não substitui, o papel humano nas operações.
IA generativa e o futuro da logística
O estudo ainda aponta que quase todas as empresas planejam ampliar o uso da IA nos próximos anos. Cerca de 87% pretendem aumentar os orçamentos dedicados ao tema, enquanto 92% já estão desenvolvendo ou planejando novos projetos. A próxima etapa tende a concentrar-se em tecnologias de tomada de decisão, especialmente na IA generativa.
As empresas consideram a genAI essencial para documentação automatizada, otimização do layout do armazém, modelagem de fluxos e geração de código para sistemas de automação. “A aprendizagem automática tradicional é muito eficaz para prever problemas, enquanto a IA generativa facilita a projeção de soluções”, explica o Dr. Winkenbach.
À medida que a logística avança para períodos de alta demanda, o estudo conclui que os armazéns se tornam não apenas mais automatizados, mas efetivamente mais inteligentes, com a IA em armazéns integrando dados e decisões no centro das operações globais.









