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Conteúdo 16 de abril de 2012

Trabalhadores compulsivos e as pressões por resultados no trabalho

A área de Logística por si só já é composta por rigor na execução e plenitude em resultados, seja para a empresa, para os contratantes, para os fornecedores, colaboradores e clientes. Prover recursos, equipamentos e informações para execução de todas as atividades de uma empresa não é coisa fácil.

Todos nós sofremos pressões por resultados, ocorre que em algumas empresas parece que as coisas extrapolam um pouco, saindo do real para um estado inexequível, ocasionando stress, desmotivação, desistências, pedidos de demissões, conflitos, doenças do trabalho, depressão, chegando até em casa, “separação” (problemas familiares) inclusive.

Na última década, alta competitividade, vaidade, ganância, necessidades de sobrevivência e autoafirmarão expuseram um risco de nos tornarmos um verdadeiro exército de “workaholics” (trabalhadores compulsivos).

A verdade é que sofremos o tempo todo cobranças exageradas, que refletem em nosso modo de vida, mas o que causam tais pressões exageradas por resultados no ambiente de trabalho?

1.    Concorrência acirrada: vivenciamos um clima meio que de “guerra” no mercado de maneira geral
2.    Busca de resultados imediatos, por conta de atividades mal delegadas ou mal planejadas.
3.    Despreparo do chefe ou da equipe, que nem bem sabe onde querem chegar, mas continuam em marcha.
4.    Clima interno desfavorável, por várias razões: remuneração, reconhecimento, pessoas, etc.
5.    Há casos em que a empresa está indo mal, e as pressões são centralizadas em uma pessoa ou determinado grupo de pessoas geralmente concentrados em aquisição, venda ou operações (cara a cara com clientes e fornecedores)
6.    Estrutura administrativa instável ou em transição (comum ultimamente por fusões e aquisições)
7.    Descontrole: empresas que começaram pequenas estão desabrochando e com certos apegos em modelos conservadores
8.    Níveis hierárquicos não definidos (todos acham que podem te cobrar)
9.    Excesso de informações, as pessoas em pouco tempo tem que tomar decisões importantes e comprometedoras
10.    Capricho, apenas isso, “eu lhe pago, portanto tenho o direito de te cobrar”

Pois é, o rádio, o “celular corporativo” e o notebook te tornaram escravos. Tudo que a empresa te ofertar irá lhe cobrar em resultados.

Bom repensarmos até que ponto isso vai colaborar com nosso crescimento profissional, ou até adquirirmos mais uma úlcera, antes do primeiro enfarto.

Noites sem dormir, aquele filho te esperando para lhe mostrar um trabalho que fez na escola, a esposa aguardando para um jantar ou compromisso formal ou social numa determinada noite, e por aí vai. Abrimos mão de tudo, ou quase tudo por conta dos resultados na empresa, ou da empresa (patrões).

Nossa rede de networking é formada apenas por profissionais da área, pois a todo instante estamos nos valendo dos melhores amigos com alguma ligação ou pertinência com nosso trabalho, isso passou de saudável a também um fator de cobrança. Onde você está agora? Você está bem lá?

Chega uma hora em que mergulhamos nisso, e naquele churrasco de família falamos da fábrica, da transportadora, do CD; que lá é bom, tecnologicamente avançado, ou falamos dos números de faturamento ou dados de grandeza, de quaisquer gêneros. O pior de tudo é manter o emprego por status, o que é que as pessoas vão pensar de mim lá fora, estou numa das maiores multinacionais do mundo? Conheço muita gente que é frustrada em suas atividades, que sequer pararam pra pensar se vale ou não a pena permanecer numa determinada posição apenas para satisfazer o ego e ficar bem na foto perante a família e amigos.

Talvez o maior fantasma seja o medo de fracassar, a pressão vai te fazer se tornar o “super poderoso” na busca de resultados maiores e melhores num intervalo cada vez menor, passando a não aceitar os resultados obtidos, e com uma agravante, por vezes a organização em que você trabalha não permitirá isso. Não caia nesta armadilha.

Desligue o celular corporativo aos finais de semana, ou o seu pessoal quando estiver no trabalho; delegue bem suas atividades e seja flexível, não coloque seus planos de vida aliado aos da empresa, ela tem os dela e você tem o seu, dê outros valores para você, limite a falar de trabalho com os colegas e em momentos de lazer, não leve trabalho para fazer em casa, use o tempo disponível (expediente) para cumprir o previsto. Não aceite atividades de última hora, nem se submeta a fazê-las sem um tempo hábil a cumpri-las. Saia, divirta-se, conheça pessoas de outras áreas ou mesmo outros setores dentro de sua área. Cumpra seus horários e atividades conforme o que planejou.

Citemos então Burrhus Frederic Skinner, grande estudioso da abordagem que busca entender o comportamento e relações evolutivas em função das inter-relações entre o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo.

“A escolha é clara: ou não fazemos nada e permitimos que um futuro miserável e provavelmente catastrófico nos alcance, ou usamos nosso conhecimento sobre o comportamento humano para criar um ambiente social no qual poderemos viver vidas produtivas e criativas, e fazemos isso, sem pôr em risco às chances de que aqueles que se seguirão a nós serão capazes de fazer o mesmo.” (Skinner, B.F. – 1978, pág. 66).

Tudo bem que você tenha boletos, credores e compromissos, mas não esqueçamos também de nossos filhos, família e de “Viver La Vida”.

Lembre-se! Cada um tem sua história, que não necessariamente deva ser igual à de outras pessoas. Pense nisso!

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