Neste artigo, a colunista do Portal Logweb Adriana Bueno destaca que o verdadeiro Customer Success não começa com discursos ou cargos, mas com bases sólidas – atendimento eficiente, métricas claras e entregas consistentes. A autora mostra que a experiência e a confiança do cliente só se constroem quando há coerência entre o que a empresa promete e o que realmente entrega. Com linguagem direta, ela reforça que o sucesso do cliente é fruto de cultura, processo e ação – não de aparência.
Nos últimos anos, o conceito de Customer Success ganhou espaço nos discursos corporativos e nas estratégias de mercado. Não por acaso, a área tornou-se símbolo de inovação e de proximidade com o cliente. No entanto, o que muitas vezes se esquece é que não existe Sucesso do Cliente sem alicerces sólidos.

Antes de criar áreas glamorosas de Customer Success, as empresas precisam garantir que as bases estejam bem estruturadas. Isso significa:
– Um Customer Service eficiente, capaz de resolver demandas com agilidade e qualidade.
– Métricas claras e compartilhadas, em que fornecedores e clientes interpretem da mesma forma os SLAs contratados.
– Consistência na entrega, assegurando que cada compromisso firmado seja de fato cumprido.
Esses pilares são a fundação da relação. Sem eles, qualquer promessa de experiência diferenciada cai por terra.
Uma das empresas que é referência em relacionamento com o cliente é a Mercedes-Benz, que é muito bem relatado no livro: “Guiados pelo Encantamento” do Joseph A. Michelli. Ele traduz toda a jornada do cliente Mercedes-Benz e como isso é fruto de uma cultura e alinhamento internos bem estabelecidos, como também que encantar requer processos, recorrência e SLAs bem definidos.
E nesse mote do cliente no centro dos negócios, muitas indústrias passaram a entender que, além de produtos, elas vendem serviço, e nesse cenário áreas como Logística ficaram no centro da estratégia empresarial.
Da entrega à experiência
Com os fundamentos estabelecidos, surge o espaço para a construção da experiência do cliente. Esse é o momento em que a empresa passa a:
– Mapear e estruturar a jornada de interação com o cliente.
– Alinhar cultura e pessoas para oferecer valor real em cada contato.
– Construir e rever processos existentes bem como definir a cadeia de interação interna para garantir que o nível de serviço seja percebido pelo cliente e de maneira intencional pelo time interno.
– Transformar discurso em vivência, fazendo com que o cliente perceba que está de fato no centro da estratégia.
A experiência bem desenhada é o meio pelo qual a empresa mostra, na prática, o quanto valoriza sua relação com o cliente.
O verdadeiro Customer Success
Quando a entrega e a experiência se consolidam, abre-se o caminho para o Customer Success genuíno. E aqui não se trata apenas de relações comerciais ou de networking qualificado:
– É a construção de confiança mútua, que ultrapassa contratos.
– É a abertura para discutir evolução conjunta de negócios.
– É a criação de cases de mercado, em que cliente e fornecedor somam forças e resultados, transformando a relação em verdadeiro ganha-ganha.
O perigo da pressa
O erro mais comum que se observa hoje é a pressa em instituir uma área “bonita” ou “sexy” no organograma, sem a gestão de mudança necessária, sem uma cultura enraizada e sem coerência entre discurso e prática. Nesse cenário, o jargão “o cliente está no centro” vira apenas retórica.
Criar e instituir o conceito de Customer Centricity leva tempo, processo, pessoas e muita visão do cliente através dos seus feedbacks como insumo para melhoria contínua, é literalmente uma jornada.
Quando, dentro da própria empresa, o cliente é tratado como secundário — seja por segmentação de atendimento mal planejada ou por limitações internas que comprometem a entrega sem consentimento do cliente — a estratégia começa a ruir.
Somente com uma cultura instalada a escuta ativa interna se faz presente, e caem por terra os mecanismos de defesa, o foco é fazer o que precisa ser feito, e resolver os problemas que estão sobre a mesa. Não há ambiente para preciosismos, porque entender o cliente e calçar os sapatos dele rompe a barreira do ego e transcende ao ato genuíno de servir.
Mais do que intenção: Ação!
O recado é simples e direto: Sucesso do Cliente precisa de alicerce. Sem isso, ele não acontece na prática.
O resultado? A boa intenção morre pelo caminho e as ações consistentes geram diferenciação!








