O avanço da Black Friday, tanto em duração, como em vendas no Brasil, já vinha alongando o peak season no mercado de logística. No entanto, mais recentemente, temos notado que esse pico de demanda tem se estendido ainda mais, para além do Natal, incluindo também, para alguns segmentos, janeiro por conta dos itens de Verão e das liquidações de começo de ano.
Por isso, cresce a importância de preparativos e estratégias para gerenciar este período do ano, sem comprometer a confiabilidade das entregas e, principalmente, a eficiência das operações logísticas de forma mais ampla.
Não é nenhum segredo, mas sempre vale lembrar que a solidez das operações neste período começa com um planejamento bem estruturado e com antecedência. Um mês de preparação não costuma ser suficiente, sugerimos preparar o plano para o atendimento do peak season com pelo menos três meses de antecedência, sendo que muitos clientes já começam a planejar o período seguinte logo após o seu encerramento.
Esse planejamento deve partir, mas não se limitar, do histórico de vendas anterior, a fim de apontar produtos de maior demanda, regiões com mais entregas e rotas mais acessadas, programando aí os recursos extras necessários. Aqui, não basta apenas prever, é preciso assegurar que estes recursos vão estar realmente disponíveis.
Nesse sentido, fica claro a importância dos investimentos em inteligência de dados. Hoje em dia, temos ferramentas que analisam grandes quantidades de dados, identificando tendências e realizando projeções mais acuradas e com granularidade.
Outro ponto fundamental é a equipe. É preciso mantê-la motivada para este momento do ano. Neste sentido, gincanas, eventos internos e até premiações extras podem ser boas estratégias para atração e retenção de colaboradores. Treinamentos constantes também são fundamentais, ainda mais levando em consideração as constantes mudanças do mercado. Por fim, contar com equipes backup, sejam internas ou de parceiros, é outra estratégia comum e bastante efetiva em momentos de grande demanda.
Em relação a fornecedores, especialmente na área de Transportes, uma boa dica é ter parceiros já credenciados e de sobreaviso para potenciais aumentos de demanda. Inclusive, em nosso mercado, é comum grandes empresas manterem relacionamento com fornecedores ao longo do ano, mesmo que com baixos volumes, para terem flexibilidade de aumento de capacidade em caso de um pico de demanda. Isso porque começar do zero é mais demorado (exige integrações sistêmicas e de processos, por exemplo) e expandir, mesmo que no curto prazo, uma operação menor acaba sendo mais viável.
Como vimos, são vários pontos a serem acompanhados e gerenciados, então investir em visibilidade de ponta a ponta dos processos logísticos também é um fator importante para garantir as entregas. Aqui, me refiro tanto ao registro de cada etapa, como a existência de dashboards que as lideranças possam acompanhar online e em tempo real para tomada de decisões e ajustes.
Concluindo, é evidente que a gestão eficiente do peak season no mercado de logística exige uma abordagem multifacetada e proativa. Desde o planejamento antecipado e detalhado, passando pelo uso estratégico de inteligência de dados, até a motivação e capacitação contínua das equipes, cada etapa desempenha um papel crucial.
Além disso, manter parcerias sólidas e flexíveis com fornecedores e investir em ferramentas de visibilidade e monitoramento em tempo real são práticas indispensáveis para garantir a confiabilidade e a eficiência das operações. Assim, ao integrar todos esses elementos, as empresas estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem durante esse período de alta demanda.