Em seu novo artigo para o Portal Logweb, o colunista Ozoni Argenton analisa o crescente protagonismo do setor frigorificado no Brasil, destacando seu papel estratégico na logística de alimentos, produtos farmacêuticos e no agronegócio.
O mercado frigorificado brasileiro tem se consolidado como um dos setores mais dinâmicos e promissores da economia nacional, especialmente nos segmentos de abastecimento alimentar, farmacêutico e agronegócio. Nos últimos anos, o setor tem atraído investimentos expressivos e operações de fusões e aquisições (M&A), impulsionadas pelo crescimento contínuo e pela busca por modernização da infraestrutura logística.
Empresas multinacionais, fundos de investimento e grupos nacionais têm apostado na expansão e na inovação de suas unidades operacionais, visando maior eficiência, competitividade e aderência às exigências regulatórias.

Cadeia do Frio: Pilar da logística moderna
A chamada Cadeia do Frio, que compreende a armazenagem e o transporte de produtos refrigerados e congelados, vem sendo diretamente beneficiada por esse movimento de capital. Esse crescimento tem sido sustentado por um planejamento estratégico robusto, focado em:
- Eficiência energética;
- Flexibilidade operacional;
- Manutenção preditiva;
- Adaptação às sazonalidades e novas demandas do mercado.
Fatores-chave para o crescimento sustentável
O avanço contínuo do setor frigorificado no Brasil decorre da combinação de fatores estruturais e estratégicos, como:
- Inovação tecnológica: Automatização, sensores inteligentes, blockchain e inteligência artificial, que aumentam a eficiência e reduzem perdas.
- Expansão do Agronegócio: A crescente produção agropecuária demandando soluções logísticas refrigeradas modernas para esse segmento.
- Regulamentações sanitárias rigorosas: Incentivam a modernização dos processos produtivos, operacionais e logísticos.
Internacionalização das exportações
O Brasil se destaca como um dos maiores exportadores de proteína animal do mundo, exigindo infraestrutura frigorificada de padrão internacional.
- Consciência ambiental: O uso de fontes renováveis e sistemas de refrigeração eficientes vem ganhando espaço.
- Aumento do consumo interno: Mudanças nos hábitos alimentares e crescimento populacional elevam a demanda por produtos refrigerados.
- Ambiente Regulatório: Alicerce da Qualidade e Segurança.
Segurança alimentar e controle de qualidade
Para garantir a segurança alimentar e a competitividade internacional, o setor frigorificado brasileiro é regido por normas sanitárias rigorosas. Destacam-se:
- Serviço de Inspeção Federal (SIF): Vinculado ao MAPA, certifica produtos de origem animal conforme padrões nacionais e internacionais.
- Norma Regulamentadora NR-36: Define critérios para a saúde e segurança dos trabalhadores em operações frigorificadas.
- Boas Práticas de Fabricação (BPF): Estabelecem procedimentos padronizados para garantir a higiene e a qualidade dos produtos.
- Auditorias e análises microbiológicas: Verificações periódicas asseguram conformidade com os critérios sanitários.
- Gestão ambiental: Regulamentos exigem descarte adequado de resíduos e práticas de sustentabilidade.
Tendências futuras nas regulamentações sanitárias
Com a evolução tecnológica e a crescente complexidade do setor de alimentos e saúde, as regulamentações brasileiras vêm se adaptando. As principais tendências incluem:
- Harmonização com padrões internacionais: A atuação da ANVISA no ICH (International Council for Harmonization) favorece a inserção global das empresas brasileiras.
- Uso de tecnologia na fiscalização: Aplicações de IA e blockchain tornarão as inspeções mais ágeis e confiáveis.
- Digitalização de processos regulatórios: Reduz a burocracia e acelera aprovações.
- Regulamentação de novos segmentos: Biotecnologia e dispositivos médicos ganham espaço regulatório específico.
- Foco em sustentabilidade: Exigências mais rígidas para práticas ambientalmente responsáveis no setor frigorificado.
Conclusão
O setor frigorificado no Brasil está em contínua transformação, tornando-se cada vez mais estratégico para a economia nacional e atrativo para investidores. A combinação entre tecnologia, sustentabilidade, expansão do agronegócio e conformidade regulatória posiciona o país como líder global na cadeia do frio. As operações de M&A, quando bem alinhadas às exigências legais e sanitárias, tendem a prosperar, ampliando ainda mais a competitividade brasileira nos mercados interno e externo.










