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Conteúdo 8 de março de 2021

Logística de Medicamentos

Neste momento de pandemia não poderíamos deixar de falar sobre o transporte de medicamentos.

Essa logística envolve toda cadeia produtiva, desde o transporte de insumos até o transporte do produto acabado, passando pelas boas práticas de transportes, os impactos regulatórios e a qualidade do serviço prestados.

Antes de qualquer consideração sobre a mercadoria transportada, é bom deixar claro que para realizar o transporte de medicamentos, a empresa precisa obter a AFE (Autorização de Funcionamento de Empresa), cedida pela ANVISA, que declara que a empresa poderá efetuar o transporte de medicamentos comuns, isto é, aqueles que não contêm sustâncias de controle especial. Para as transportadoras que trabalham com medicamentos de controle especial, é necessário uma AE (Autorização Especial), além do acompanhamento de um farmacêutico.

Além dessa autorização, a empresa precisa desenvolver o manual de boas práticas de transporte, que deve incluir os processos internos da transportadora, de acordo com as normas e legislação vigente.

Resoluções

Para mais informações, você pode consultar a ANVISA, que regulamenta essa atividade, abaixo deixo algumas dicas:

Portaria 1052/98 – Ais. 1° Aprovar a relação de documentos necessários para habilitar a empresa a exercer a atividade de transporte de produtos farmacêuticos e farmoquímicos, sujeitos à vigilância sanitária.

RDC 329/99 – Art. 1º Instituir Roteiro de Inspeção para transportadoras de produtos farmacêuticos e farmoquímicos a serem observados pelos órgãos de vigilância sanitária em todo o território nacional.

A ANVISA não é a única organização governamental a regulamentar o transporte de medicamentos. O CFF (Conselho Federal de Farmácia) também possui a sua resolução.

Resolução 433/2005 – Art. 1º Regular as atividades do farmacêutico, em empresas de transportes terrestres, aéreos, ferroviários ou fluviais de medicamentos, produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para a saúde.

Boa Práticas

Quando falamos em boas práticas, devemos levar em consideração procedimentos desenvolvidos pela organização para assegurar a qualidade do medicamentos por meio de controle satisfatório dos processo de distribuição e armazenagem. Além, é claro, de desenvolver ferramentas para proteger o sistema de distribuição contra medicamentos falsificados, reprovados, ilegalmente importados, roubados, avariados e/ou adulterados.

Todo esse procedimento de implantação do programa de boas práticas deve seguir a orientação de um farmacêutico, que irá acompanhar toda operação e será o responsável técnico, com algumas atribuições, como:

• Diagnóstico situacional da organização para atender às legislações sanitárias nas esferas nacional, estadual e municipal
• Integração e treinamento da equipe
• Análise e adequação da estrutura física dos equipamentos

Boa Práticas no transporte

O transporte pode vir a ser o grande vilão nesse processo de distribuição de medicamentos e seus insumos, pois existem normas sanitárias específicas que precisam ser seguidas à risca para garantir a qualidade do medicamento até o consumidor final.

É o caso da portaria nº 802/1998, que objetiva prover maior controle e rastreabilidade na cadeia. Ela sofreu uma revisão com a inclusão da BPTA, que busca harmonizar os requerimentos sanitários estabelecidos pela ANVISA com aqueles definidos atualmente no Guia de Boas Práticas de Distribuição para Produtos Farmacêuticos da Organização Mundial de Saúde (WHO TRS 957, Anexo 5 – 2010) e Boas Práticas de Transporte (BPT). Além de harmonizar as ações de inspeções do SNVS nos estabelecimentos que realizam as atividades de Distribuição, Armazenagem e Transporte, com o objetivo de controlar e monitorar os riscos associados aos estabelecimentos.

Além da informações citadas, devemos ainda desenvolver algumas ações para manter as boas práticas de transportes. Alguns fatores são importantes e devem ser monitorados em todo processo como:

• Manutenção preventiva
• Revestimento interno do veículo liso e de fácil limpeza
• Agenda de limpeza, dedetização e desratização
• Qualificação térmica dos veículos
• Qualificação das embalagens
• Área de apoio com monitoramento de temperatura

Nos 10 primeiros meses de 2020, o mercado farmacêutico apresentou crescimento no faturamento de 13,6%, o que representa a movimentação de um volume de R$ 113,02 bilhões, segundo dados da IQVIA, que auditora o setor.

A Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias), através de levantamento realizado no mesmo período, demonstra que o faturamento aumentou 22,95%, atingindo R$ 13,55 bilhões. Porém, se não levarmos em consideração os dados da Febrafar, o crescimento do mercado farmacêutico foi de 12,44%.

As informações a respeito do crescimento do setor farmacêutico só colaboram para demonstrar o quando esse setor é importante para logística. Dessa maneira, os profissionais envolvidos nas operações precisam estar atentos e preparados para enfrentar a demanda.

Diante disto, o setor de logística precisa colaborar com as informações pertinentes para o Desenvolvimento das políticas de Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e Transporte. Levando em consideração uma margem de 7% do volume movimentado, a logística abocanha um faturamento no mesmo período superior a 7 milhões de reais.

Conclusão

O setor farmacêutico vem sendo um impulsionador do desenvolvimento da logística em nosso país, pois, com suas informações e faturamento, conseguimos atingir patamares antes nunca vistos. Isso representa um grande avanço para o setor de distribuição, armazenagem e transportes, que está buscando cada vez mais soluções para atender à demanda deste setor.

Essas são as primeiras informações levantadas para demonstrar a importância do setor farmacêutico para a logística. Traremos nos próximos artigos outros dados relevantes.

Victor Adriano Tavares Victor Adriano Tavares

Possui graduação em Administração, Especialização em Logística, Docência do Ensino Superior, Gestão de Equipes, Gestão e auditoria ambiental e Gestão escolar e Coordenação Pedagógica. Professor Universitário (Administração e Logística), proprietário da Vs2l Transportes e Analista da Educação Profissional – Firjan/SENAI – Departamento Regional do Rio de Janeiro.

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