Importância dos Serviços de Chapas e Agenciadores no Transporte Rodoviário de Cargas

26/09/2011

Certamente já passaram por determinados locais de rodovias movimentadas, com entroncamentos próximos de terminais ou empresas, avistaram  grupo de pessoas a beira de uma fogueira, uma placa grafada meio que no improviso, com a inscrição “chapa”.
Pois é, estas pessoas são prestadores de serviços avulsos de mão de obra no transporte rodoviário de cargas, o motorista passa por lá negocia pelo descarregamento, e ponto; lá vai o chapa em mais uma de suas jornadas de serviços.

Cobram valores variáveis de acordo com as mercadorias a serem manuseadas seja na carga ou descarga. Chegam a fazer três a quatro ações de carga/descarga num único dia.

Se a transportadora fosse embarcar ajudantes em caminhões para realizarem descargas em locais mais distantes, o custo de embarcá-los, cada um para um destino, além de aumentarem os riscos, certamente seria inviável pelo benefício.  Teriam que remunerá-los pernoite, diárias, refeições, etc. Sai mais barato ainda, o uso de chapas.

Algumas empresas não permitem a descarga ou carregamento feito por chapas, por conta dos riscos, uma vez que não são registrados, não fazem uso de Equipamentos de Proteção Individual,  não possuem jornada definida de trabalho e nenhum vínculo com a prestadora de serviços de transportes, e até mesmo por questões de gerenciamento de riscos no manuseio de produtos de alto valor agregado ou produtos com riscos por exposição como no caso dos químicos, por exemplo.
Muito comum as empresas embarcadores ou destinatários das cargas ofertarem serviços por ela indicados, outras situações existem algumas empresas que ofertam o serviço sem vínculo com a empresa, e chegam a cobrarem valores exorbitantes por uma única operação de descarga. É pagar ou ter o veículo imobilizado.

Em alguns casos extremos o valor da descarga chega a representar 40-50 por cento do valor do frete para curtas distâncias, tomando por base uma descarga de mercadorias que faz ouso de mão de obra num trajeto entre o Porto de Santos e a Grande São Paulo, por exemplo: frete médio R$ 1.200,00 a 1.400,00; custo de descarga aproximadamente entre R$ 350 a R$ 500,00.  Imaginem quem paga esta conta? E muitas vezes são operações contra-recibos simples sem regulamentação alguma. Qual a diferença entre estes serviços e os dos chapas?

Outra situação em que os atores só é lembrada quando da necessidade são os agenciadores de cargas, quem é do ramo há algum tempo conhecem muito bem alguns deles,  sabem muito sobre logística e transportes, tratativas e embarques. Na linguagem popular colocam muitos logísticos no bolso, como dizem, por serem sabedores dos processos.

Os agenciadores se instalam em regiões de alta concentração de cargas, vivem de comissões sobre indicações de locais de embarques; por vezes empresas o fazem para terem suas demandas atendidas, contratando os embarques via agenciadores, em outros casos, sabendo das necessidades da empresa, mas sem nenhuma ligação com elas, oferecem os caminhões disponíveis para seus contatos permitindo escoarem seus volumes para diversos destinos.
Conheço alguns e muitos me conhecem, mais organizado, o serviço de agenciamento de cargas é bom; sempre que precisei fui bem atendido, já garantimos a implantação de operações inteiras com o uso de agenciadores de cargas. Eles também indicam os serviços avulsos de chapas. Este é o plano B da transportadora em casos de variação de demanda, ou cargas tidas como frete retorno. A equalização de demandas e circuitos estáticos ainda é um grande desafio das transportadoras, e uma necessidade para os transportadores avulsos, agregados e terceiros, que viajam o país inteiro, sempre se valendo dos serviços de chapas em carga/descarga e agenciadores para conseguirem manter faturamento encontrando cargas.

Uma referência na Grande São Paulo é o Terminal de Cargas Fernão Dias e na Baixada Santista o Eco Pátio; terminais como estes distribuídos em pontos estratégicos poderiam concentrar de maneira bem mais organizada a oferta de mão de obra e agenciamento de cargas, o que estes dois já fazem com maestria através de empresas regulamentadas.

Aqueles que descobrirem como explorar este serviço de maneira organizada e ordenada,  terão aí uma grande oportunidade de criar uma atividade necessária para o transporte, influenciando uma Cadeia Logística inteira; porém negada sua importância – quase esquecidos (chapas e agenciadores). Eliminariam situações subumanas de pessoas que ofertam serviços avulsos, correndo riscos e sem garantias, isso é pertinente até que ponto? Cabe uma reflexão sobre.

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