Não dá para imaginarmos determinados processos sem o uso da tecnologia como fator competitivo na garantia do atendimento, gerenciamento e preservação das informações em suas várias fases.
O termo e – Logística, numa referência à logística que opera na esfera virtual, acompanha a evolução de outros tipos de nichos que, da mesma forma, aportam no mundo virtual na busca por maior eficiência de seus negócios. Alguns termos já se consolidaram como usuais, como e-commerce, e-business, e-learning, etc. Seguindo o vento desta tendência, a logística desponta neste cenário na busca por conquistar nestes ambientes alternativas que tornem viáveis operações sujeitas a aplicações nas empresas físicas, visando, evidentemente, maior vantagem competitiva, redução de estoque, eficiente no transporte, entre outros.
Uma definição para o termo é dada por Coelho et alli (2008: 37): “A e-Logística pode ser definida como o mecanismo que automatiza o processo logístico para promover a integração e o cumprimento dos serviços de gerenciamento da cadeia de suprimentos para todos os envolvidos no processo”. Ampara-se, portanto, numa filosofia de integração, o que possibilita vislumbrar cada parte da empresa de forma fragmentada, embora a considerando como um todo unido e organizado.
Por estar situada em um ambiente virtual, a e – Logística possibilita um controle a distância de vários produtos e plantas industriais, operando informações, beneficiando o agendamento, facilitando previsões, integrando contabilidade, marketing, financeiro etc.
Este tipo de logística confrontou-se com os princípios tradicionais de se fazer negócios, comumente voltado à presença física, visível do produto, e a percepção da dimensão geográfica nas quais os mesmos se estabelecem. Implantada, seu gerenciamento passa a ser ainda mais focado em informações “real time”, que se tornam precisas na medida em que estão de forma inteligente integrada ao chão da fábrica e aos envolvidos em todo o processo.
A analogia que permite entender a complexidade deste processo pode ser a de um banco, que outrora, antes da informatização, mantinha a capacidade física do dinheiro retido em seus cofres, e que hoje tem sobre ele um controle virtual, não sendo necessário manter fisicamente o saldo total das contas correntes, embora estejam virtualmente lá e existam.
Visto por esta perspectiva, e aplicando este conceito à Logística virtual, não há necessidade de ter em estoque o total da demanda, e sim garantir que a seu tempo os pedidos sejam atendidos. O impacto ressalta Coelho et alli (2008: 38), “é, principalmente, a redução dos custos de transporte e de tempo”, proporcionado pela aplicação de tecnologia.
Para o correto desenvolvimento de sistemas logísticos virtuais, bem como para que possa obter o máximo de desempenho de sua aplicação, há a necessidade de se repensar a Logística. Como principais aspectos a serem considerado nesta mudança de foco, Coelho et alli (2008: 38) destaca:
Identificação dos bens em função de sua disponibilidade, como as commodities, e não de sua posição física ao longo do processo;
Separação entre propriedade e controle, para que os bens possam ser acessados à distância;
Dissociação entre movimentos físicos e de informação;
Disponibilização via Internet, das informações sobre as fontes para a integração de recursos; em ambientes virtualmente seguros, é claro;
Integração dos sistemas informatizados dos fornecedores e usuários.
Estoque virtual – a Logística virtual permite pensar o estoque por outra perspectiva, levando em conta seu tamanho, a proximidade do cliente, prazo de entrega etc. Como mencionado anteriormente, quando da analogia com o banco, o custo do estoque se reduz na medida em que ele existe de forma primária apenas virtualmente, na esfera do sistema, tornando-se efetivo na medida em que é reclamado; acrescenta-se a isto o custo da armazenagem, o giro do estoque, entre outros fatores redutores de custo.
Acrescenta-se o fato de que a implantação de estoques virtuais permite alcançar maior precisão fazendo previsões agregadas, em contrapartida ao modelo tradicional, voltado para previsões individuais, específicas. O estabelecimento de uma rede de informações entre a empresa de Logística e a empresa vendedora permite consolidar este modelo, tornando-o viável para ambos, permitindo maior agilidade e barateamento do produto e do serviço de entrega.
Armazéns virtuais – outro conceito que se modifica com a implementação da Logística virtual é o de armazém, que possibilita a descentralização do estoque. Uma vez disperso, é necessário um severo controle no fluxo de informações para que se possa saber o nível de disponibilidade dos produtos.
A grande vantagem se concentra na economia de escala, uma vez que a dispersão de produtos em diversos armazéns pode se configurar na medida em que fatores como, características iguais ou mesmo localização geográfica facilitam sua armazenagem.
Diversos outros conceitos se alteram, na medida em que a Logística virtual vai sendo posta em prática, se consolidando como ferramenta de fluxo de mercadorias.
Para finalizar essa reflexão, destaco um terceiro conceito que se altera de forma substancial, o de produção virtual, assim entendido:
Produção virtual – em geral localizada em um único ambiente, a linha de produção pode, ocasionalmente, perder agilidade e capacidade produtiva. Como forma de amenizar este infortúnio, a proposta voltada à produção virtual com a e-Logística aponta para uma descentralização dos processos produtivos, por meio da instalação de várias plantas produtivas e sinérgicas. Em outras palavras, o limite deixa de serem as paredes e passa a ser os diversos ambientes reunidos por meio de um eficiente controle virtual tramitando informações precisas e seguras, acionando uma produção sob medida e de pronta resposta.