Para iniciar, vamos definir o que é Due Diligence Operacional. Trata-se de uma análise profunda da capacidade operacional, infraestrutura, processos, compliance e riscos logísticos e produtivos da empresa a ser adquirida. O objetivo é validar se a operação é eficiente, escalável, segura e compatível com os padrões da adquirente.
Por exemplo: A empresa “A” quer expandir sua produção e distribuição adquirindo a empresa “B”. A meta é aumentar capilaridade no varejo regional, reduzir custos de frete e aproveitar incentivos fiscais locais. Vamos considerar, como exemplo, uma empresa de bebidas.
Para entender esta demanda, é necessário responder algumas perguntas com o maior nível de detalhe possível, sem a utilização de premissas (quase sempre impossível).

1. Infraestrutura e Capacidade Instalada
– Layout da planta e produtividade das linhas
– Capacidade ociosa ou gargalos
– Condições de máquinas e manutenção
– Capacidade de expansão física e técnica
2. Processos de Produção
– Eficiência dos processos (OEE, perdas, retrabalho)
– Sistemas de qualidade e segurança produtos, (BPF, HACCP, ISO, etc.)
– Fluxo produtivo e lead time
– Terceirizações e dependência de terceiros
3. Logística e Distribuição
– Alcance logístico atual (ciclo do pedido, rotas, custos)
– Presença em canais regionais e grau de dependência
– Capacidade de atender novos volumes com a estrutura atual
– Armazéns e Centros de Distribuição (terceiros ou próprios)
4. Fornecedores e Cadeia de Suprimentos
– Confiabilidade dos fornecedores locais
– Riscos de abastecimento ou monopólio
– Custos logísticos de insumos vindos de fora
5. Conformidade Regulatória e Ambiental
– Licenças de operação (municipal, estadual, federal, sanitária)
– Riscos trabalhistas e de segurança do trabalho
– Passivos ambientais e autuações
6. Tecnologia e Sistemas
– ERP, automação, integração com a matriz
– Nível de digitalização (papel x digital)
– Cibersegurança e proteção de dados (LGPD)
Este é um checklist não exaustivo, mas direciona o que deve ser analisado. Geralmente um processo de Due Diligence é extremamente rápido, gerando o desafio da velocidade x profundidade)
E o que esperar de resultados? Obviamente não serão apenas positivos.
– Sinergias operacionais (ex: integração logística, redução de fornecedores)
– Potencial de expansão rápida com CAPEX controlado
– Redução de custos logísticos
– Regularidade e conformidade documental da planta
– Necessidade de investimentos em modernização de equipamentos
– Presença regional e nível de serviço superior
– Gaps de qualidade ou ausência de certificações
– Passivos ocultos (ex: ambientais ou trabalhistas)
– Dependência excessiva de poucos clientes ou fornecedores
Uma Due Diligence operacional eficaz vai além do financeiro. Ela identifica riscos operacionais e revela oportunidades de ganho real com a aquisição. Recomenda-se a contratação de empresa com bastante know how técnico para sua realização.









