
Com a necessidade crescente de otimização de tempo para as atividades rotineiras, o consumidor, tanto no canal B2B como no canal B2C, preza cada vez mais por tempo e agilidade em suas escolhas e tomadas de decisão. Para garantir isso há uma série de requisitos e processos que devem ser atendidos. Um item passa por várias etapas dentro da cadeia de suprimentos para chegar a seu destino e, nessa jornada, pode atender ou não as expectativas de nível de serviço.
O aumento de opções de canais de distribuição, comumente categorizado como ohminicanidade, principalmente durante a pandemia de Covid-19, em conjunto com a pressão por prazos de entrega menores tem sido um ponto cada vez mais intenso e motivo de alta competitividade entre gigantes varejistas nacionais e multinacionais. Inclusive a vinda de novos players ao mercado brasileiro fomentou ainda mais esse ponto e o mercado viu pedidos de e-commerce serem entregues em poucas horas, enquanto antes eram entregues em alguns dias, já durante o período de pandemia.
Em complemento do cenário visto nos últimos anos, um conceito inovador está cada vez mais em alta na Ásia e nos Estados Unidos, e promete ser uma tendência para os próximos anos no mercado latino-americano. O “Quick Commerce” teve início na China em 2016 como uma reação desse país à crescente exigência por novas tecnologias e necessidade de adequação a um mercado cada vez mais globalizado e competitivo. Desde aquele ano até agora, foi possível cada vez mais intensidade em transformações digitais nas formas como o mundo consome e em como o varejo leva soluções aos consumidores finais. O exemplo mais corriqueiro para o tema é o varejo instantâneo, onde o cliente realiza uma compra online e retira, dentro de poucos minutos, o produto em uma loja física ou o recebe em seu endereço de forma quase que imediata.
Todo o processo de Supply Chain é mapeado com dados e tira-se conclusões de ponta a ponta dos pedidos. Além disso, há uma relevante participação em temas publicitários que, de forma direta, utiliza massivos dados de consumo para tornar campanhas eficientes e personalizadas, com significativa melhora e efetividade em ações promocionais.
Para atingir as expectativas de resultados e sucesso na implementação de processos de “Quick Commerce”, há algumas etapas a serem cumpridas, como, introdução, iniciação, implementação, consolidação e inovação. Todas elas envolvem, além uso de novas tecnologias, mudanças estruturais e operacionais, com reconfiguração do ecossistema organizacional e criação de novos canais de vendas e experiência para o consumidor.
A construção de novos modelos de consumo propostos envolve um ponto geral: quem irá promovê-la. Há necessidade de um padrão de habilidades que são requisitos para uma transformação digital e, assim, é preciso formar profissionais para o varejo digital de alto dinamismo e impacto. Esse tema certamente irá dominar os canais de vendas que vemos e veremos em curto e longo prazo.
Gabriel Freire
Engenheiro de Produção (Mackenzie), MBA em Gestão de Projetos (Mackenzie). Consultor de Supply Chain Sênior na Connexxion Consulting, tem cinco anos de experiência como Analista de Planejamento Sênior na Americanas SA, após programa de Treinee, e Analista de Planejamento Sênior na Leroy Merlin. Atuou em diversas áreas como Gestão de Outbound de CD para e-commerce, S&OP, Planejamento de Transportes, Planejamento de Abastecimento e Network Design.










