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Conteúdo 10 de março de 2022

Como utilizar a rede logística para alavancar os negócios

09-03-22

Uma rede logística é a estruturação das instalações físicas e estratégias que uma companhia adota como ideal para atender suas demandas e operações com flexibilidade, velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo possível.

Aspectos como localização geográfica, canais de distribuição, categorias de clientes, produtos, prazos, custos, etc., são apenas alguns dos itens importantes para que a rede possa ser adequadamente desenhada.

Considerando tanto a logística de suprimentos quanto de distribuição física, é importante efetuar uma conceituação adequada em relação ao desenho da rede logística.

É tudo muito dinâmico e subjetivo quando fatores estratégicos definidos internamente podem sofrer a todo instante impacto de variáveis mercadológicas.

Há de se destacar o papel da tecnologia para a criação desta rede, visto que possibilita mensurar todos os elementos e criar dados estatísticos, prever possibilidades, efetuar cálculos aproximados, além do potencial para pesquisas que permite uma visão geral em relação ao produto ou serviço em questão.

Além disso, do ponto de vista das ações, a tecnologia possibilita uma integração entre as partes, otimizando o conjunto das ações que impacta na determinação da localização geográfica de fábricas, centros de distribuição, pontos de consumo e outros pontos estratégicos de cobertura da empresa visando à redução dos custos pelo melhor desempenho operacional possível.

Baseado nos estudos iniciados por Fleury (2000), Sena & Oliveira (2007:2) destaca-se:

“O transporte tem papel fundamental em várias estratégias na rede logística, tornando necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade para a empresa. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, ele tem um papel vital para desempenhar na maioria das cadeias de suprimento, porque liga as unidades dos fornecedores, fabricantes e distribuidores aos clientes e até mesmo aos clientes dos clientes. A consequência disso é que o transporte pode alterar significativamente as despesas operacionais, o montante do ativo fixo e o grau de satisfação do cliente”.

Desta forma, o desenho da rede passa por questões que tem sua origem internamente, com base em informações de natureza financeira, de marketing, de linha de produção, de características do produto, tipo de embalagem, etc., alcançando os itens que se concentram na esfera externa, tais como opção de meio de transporte, prazos, localização geográfica do cliente, etc.

Do ponto de vista da estruturação propriamente dita da rede, seu desenho precisa necessariamente de sólidas informações a respeito da cadeia de suprimentos, que considere inicialmente a origem (local físico da empresa) ou a categoria de terminal (especialmente nos casos em que os produtos partem de outros meios de transporte — portos marítimos ou fluviais, aeroportos, pátios ferroviários, terminais intermodais); necessita ainda de informações a respeito do fornecedor (indústria ou produtor, atacadista [intermediário], etc.) e, por fim, dados de caráter geográfico (Estados, capitais, interior, municípios, ou países, considerando sua proximidade e as problemáticas internas deste durante todo o processo de importação/exportação).

A cadeia de suprimentos está relacionada às etapas necessárias entre a matéria-prima e o produto final. Ela está intimamente ligada à entrega de valor, tendo em vista que as empresas captam apenas parte do valor do produto, pois também fazem parte desta cadeia. Assim, quando uma empresa consegue atingir um estágio superior ao anteriormente experimentado, quando ainda atuava baseada em modelos tradicionais, ela consegue alcançar um melhor percentual em sua participação no lucro de determinado produto.

O importante é reconhecer que durante esse ciclo, os problemas que emergem devem ser tratados considerando todos esses aspectos. Por exemplo, surgindo um problema de tráfego, deve-se considerar se está transportando um produto perecível ou durável; e assim por diante.

Outro ponto a ser considerado para a confecção da rede logística tem a ver com o desenho da rede de distribuição. As classificações são dadas enquanto se reconhecem os pontos de origem e de destino. Na verdade, um processo pode ser análogo ao desenho da rede de suprimentos.

O modelo da rede vai sendo criado e, gradualmente, pequeno desvios vão sendo corrigidos. O importante é que quando se tornar um produto final, espelhe o anseio da área de marketing, do financeiro e das demais funções organizacionais envolvidas no processo. Isso implica em afirmar que a rede não pode ser construída à parte de todos os setores.

Em suma, ao se pensar na criação de uma rede logística deve se ter em mente produzir respostas para algumas perguntas como: onde estão as fábricas? Ou quais serão as origens dos produtos? Onde estão os fornecedores? Os centros de distribuição primária? E os centros de distribuição secundária? Que transporte é o mais adequado? Quais os anseios produzidos pelos departamentos internos (‘marketing’, financeiro)? Entre outras.

Soma-se a isto a chamada rede de relacionamentos, tão importante quanto uma rede que possibilite enxergar a dimensão física dos negócios. A criação de uma rede de relacionamentos reduz tempo e dinheiro e pode ser operada com reduzido poder orçamentário. Para Kotler (2000), mais que a concorrência entre as empresas, existe a concorrência entre as redes de marketing, sendo os lucros uma consequência do estabelecimento de uma boa e sólida rede de relacionamentos.

A criação de canais de comunicação eficiente faz com que cheguem dos clientes informações relevante sobre o processo total de logística envolvendo seus produtos. Não implica necessariamente na comunicação oral, mas pode também valer-se de análises das expressões faciais, modo de vestir, visual de lojas, além de meios como redes sociais, e formas como os clientes manifestam interações com os produtos ou serviços, etc. Tudo isso vai ajudar no desenho da rede logística.

O advento de tecnologias possibilitou ampliar a capacidade das empresas em criarem linhas de comunicação rápidas e eficientes com os clientes dispensando, em muitas vezes, o contato físico que, em geral, demanda perda de tempo e custo.

O resultado de um desenho ideal de sua rede logística é a criação de uma imagem positiva para a empresa, fortalecendo seu potencial frente aos concorrentes, ganhando em produtividade, rapidez nas entregas (e respectivas retiradas por devoluções), pontualidade e regularidade de seus serviços.

De acordo com Tzu (2003), quando a empresa se orienta por ações inovadoras, ela sempre se coloca à frente da concorrência.

 

 

Palmério Gusmão Palmério Gusmão

Graduado e Especialista em Logística Empresarial pela Faculdade Anchieta de São Bernardo do Campo, possui habilitação pedagógica de docentes em matemática. Adquiriu o título de Auditor Lead Assessor da Qualidade pela NBS Consulting Group. Iniciou trajetória liderando operações na Tegma, maior player estratégico (automotivo) da América Latina. Atuou por vários anos no setor logístico. Seu último cargo foi gerente comercial em uma empresa na área de operações portuárias no Porto de Santos. Foi integrante e líder de comissão de transição e fusão em dois grandes grupos. Experiência no Magistério em cursos de graduação em Logística (disciplinas de administração, marketing e logística) e de pós-graduação (MBA executivo da Universidade Cruzeiro do Sul) e na Escola Internacional de Negócios junto ao SEBRAE. Colunista da Logweb desde 2007. Apresentador do Programa de TV Cenários Logísticos. Aulas consultorias e palestras: professorpalmerio@gmail.com / no Linkedin https://www.linkedin.com/in/palmeriogusmao/

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