A importância de um CFO engajado com a cadeia de suprimentos é inestimável, especialmente em um ambiente global, onde interrupções, escassez de mão de obra, inflação e volatilidade são frequentes. Neste cenário, a transformação do CFO em um “superfã” da cadeia de suprimentos não é apenas uma vantagem estratégica, mas uma necessidade para o sucesso. Este artigo aborda como os líderes de cadeia de suprimentos podem alinhar seus objetivos com os dos CFOs, construindo um entendimento compartilhado que fortaleça a cadeia de valor e o desempenho financeiro da empresa.

Entendendo a perspectiva do CFO
Para muitos CFOs, a cadeia de suprimentos é vista como um centro de custos significativo, com investimentos em estoque, transporte, armazenamento e mão de obra impactando diretamente o fluxo de caixa. No entanto, líderes de cadeia de suprimentos podem reverter essa percepção, destacando como a eficiência operacional pode melhorar a rentabilidade e reduzir riscos. Essa mudança de visão envolve o CFO entender a cadeia de suprimentos como um ativo estratégico que promove crescimento e competitividade.
O valor da visibilidade e do controle
Assim como os fãs de esportes buscam informações detalhadas e controle, os CFOs desejam visibilidade em todas as operações da cadeia de suprimentos. Ferramentas de tecnologia, como a inteligência artificial (IA) aplicada ao planejamento de demanda e ao gerenciamento de transporte, fornecem esse nível de controle, permitindo a antecipação de interrupções e a análise do impacto financeiro de atrasos. A visibilidade em tempo real oferece aos CFOs uma base para decisões rápidas e embasadas, além de permitir ajustes para proteger a rentabilidade.
Um exemplo claro é o uso de previsões baseadas em IA, que podem reduzir estoques de segurança em até 30% sem afetar o serviço ao cliente, liberando capital de giro e melhorando o fluxo de caixa.
Otimização de estoques: a conexão entre a cadeia de suprimentos e as prioridades do CFO
O gerenciamento de estoques está no centro das operações de cadeia de suprimentos e das prioridades do CFO. Excesso de estoque imobiliza capital, enquanto a falta dele acarreta perda de vendas e custos elevados de transporte. Portanto, otimizar o estoque é uma maneira poderosa de melhorar o fluxo de caixa e as margens operacionais. Tecnologias de IA e automação ajudam a equilibrar a quantidade de estoque necessária para atender à demanda sem sobrecarregar os custos de manutenção.
De acordo com uma pesquisa da Gartner em 2023, cadeias de suprimentos de alto desempenho que utilizam IA para prever demanda e gerenciar inventário apresentam melhorias significativas em receita e atendimento de pedidos, respondendo diretamente às metas de eficiência e controle de custos dos CFOs.
Simplificação para aumentar a resiliência
Os CFOs valorizam a simplicidade, pois a redução da complexidade torna o negócio mais previsível e resiliente. Uma prática eficaz é a racionalização de produtos, que envolve a simplificação do portfólio de produtos para reduzir custos operacionais e tornar a resposta à demanda mais eficiente. A pandemia de Covid-19 demonstrou o valor dessa estratégia, pois empresas que reduziram a complexidade puderam se concentrar em um conjunto mais enxuto de produtos, melhorando a previsibilidade e reduzindo custos. Esse tipo de estratégia de simplificação é especialmente apreciado por CFOs que buscam proteger a margem de lucro em tempos de incerteza.
Automação: um alicerce da eficiência
A automação de tarefas rotineiras é um dos meios mais eficazes para melhorar a produtividade e reduzir custos. Tecnologias como a automação robótica de processos (RPA) e robôs móveis autônomos (AMR) aliviam a carga de trabalho, permitindo que os profissionais de cadeia de suprimentos se concentrem em atividades estratégicas. Em um cenário de escassez de mão de obra e aumento dos custos, a automação permite que as empresas façam mais com menos, mantendo a eficiência e reduzindo os custos com pessoal.
Fale a língua do CFO: impacto financeiro
Para transformar o CFO em um “superfã” da cadeia de suprimentos, é essencial falar a língua financeira. Traduzir métricas de cadeia de suprimentos em impacto financeiro facilita o entendimento e a valorização das operações. Em vez de discutir tempos de ciclo ou eficiência de estoque, é mais eficaz apresentar os resultados em termos de fluxo de caixa, capital de giro liberado e receita.
Por exemplo, ao invés de mencionar uma redução de 20% nos tempos de entrega, pode-se afirmar que foram liberados milhões em capital de giro através da otimização de estoques. Essa abordagem fortalece a relevância da cadeia de suprimentos como um motor de saúde financeira para a empresa.
Gestão de riscos: uma necessidade inadiável
Os CFOs estão cada vez mais conscientes dos riscos associados às cadeias de suprimentos, pois interrupções podem impactar diretamente o desempenho financeiro. A gestão de riscos vai além da reação a interrupções: envolve o uso de análises preditivas e planejamento de cenários para antecipar e mitigar problemas. Ferramentas digitais e inteligência de dados criam uma cadeia de suprimentos mais resiliente, reduzindo a exposição a riscos e alinhando as operações com os objetivos financeiros.
Criando um superfã da cadeia de suprimentos
O CFO pode ser o maior aliado para impulsionar inovação e investimentos na cadeia de suprimentos. Ao entender suas prioridades, comunicar o impacto financeiro das melhorias e demonstrar o valor estratégico das operações, é possível transformar o CFO em um verdadeiro defensor. Em tempos de volatilidade, ter um CFO engajado e comprometido é essencial para o sucesso da cadeia de suprimentos e, consequentemente, da organização como um todo.








