Cinco passos para uma gestão eficiente de custos logísticos em operações de armazenagem e distribuição

Em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, gerenciar os custos logísticos de forma eficiente é uma prioridade estratégica para os gestores de operações. Centros de Distribuição (CDs) desempenham um papel crucial na cadeia de abastecimento, mas também concentram uma grande parte dos custos logísticos de uma empresa. Reduzir despesas, mantendo ou até melhorando o nível de serviço, exige planejamento, tecnologia e um olhar atento a cada detalhe da operação.

Neste artigo, exploramos cinco passos fundamentais para a gestão eficiente de custos logísticos em operações de armazenagem e distribuição. Esses passos, baseados em boas práticas do setor, ajudam a identificar gargalos, aplicar soluções e garantir resultados sólidos e sustentáveis e já foram validados em projetos de alguns clientes.

Passo 1: Diagnóstico dos custos operacionais

O primeiro passo para otimizar os custos logísticos é compreender profundamente onde os recursos estão sendo alocados. Identifique os principais “pilares” de custo da sua operação, como:

– Mão de obra: Salários, horas extras e turnover.

– Armazenagem: Aluguel, manutenção e equipamentos.

– Transporte: Fretes internos e externos, combustível e manutenção.

– Inventário: Custos de capital empatado, avarias e obsolescência.

Utilize ferramentas como relatórios de custos, análise Pareto para priorizar suas ações e potenciais e indicadores de desempenho (KPIs) para priorizar os maiores focos de impacto mantendo o alinhamento estratégico. Uma vez mapeados os custos, capacite a equipe a enxergar pontos de desperdício e oportunidades de melhoria.

Passo 2: Otimização dos processos operacionais

Uma operação enxuta é sinônimo de custos reduzidos e eficiência ampliada. A revisão dos processos internos no CD pode gerar ganhos expressivos. Avalie toda a jornada operacional no armazém, desde o recebimento até a expedição. Perguntas importantes a serem feitas:

– O layout do CD facilita os fluxos de materiais e pessoas?

– Há etapas redundantes que podem ser eliminadas ou simplificadas?

– O tempo de ciclo médio de cada operação foi otimizado?

Ferramentas como Lean Logistics e 5S ajudam a reduzir desperdícios, enquanto técnicas como Cross Docking diminuem a necessidade de armazenagem temporária. O resultado é uma operação mais racional e eficiente que pode ser facilmente redesenhada com metodologias adequadas.

Passo 3: Tecnologia como aliada

Investir em tecnologia é indispensável para melhorar o controle e a tomada de decisão. Sistemas de gestão, como o WMS (Warehouse Management System) e o TMS (Transportation Management System), ajudam a centralizar informações críticas, como localização de estoques e otimização de rotas.

Além disso, a implementação de tecnologias de rastreamento, como RFID ou códigos de barras, aumenta a rastreabilidade de estoques e minimiza erros de movimentação. Apesar de demandar um investimento inicial, o retorno em curto e médio prazo supera as expectativas, reduzindo perdas e maximizando a produtividade.

Passo 4: Gestão eficiente de estoques

O estoque parado no CD é dinheiro parado. Políticas eficientes de gestão de estoques alinhadas à demanda real são indispensáveis para evitar excessos e rupturas. Use estratégias como:

– Análise de demanda histórica para ajustar os níveis de estoque;

– Métodos FIFO (First In, First Out) e LIFO (Last In, First Out) para mitigar vencimentos e obsolescência;

– Realização frequente de inventários cíclicos para garantir a acuracidade dos registros.

Além disso, a adoção de técnicas como o Just in Time (JIT) pode reduzir custos de armazenagem, especialmente em cadeias ágeis.

Passo 5: Monitoramento contínuo e indicadores de desempenho

Não se pode gerenciar aquilo que não se mede. Por isso, estabelecer KPIs claros e mensuráveis é essencial para o monitoramento contínuo e a melhoria da operação. Alguns exemplos de indicadores importantes incluem:

– Custo por pedido processado;

– Índice de acuracidade de inventário;

– Tempo de ciclo de pedido (ordem à entrega);

– Taxa de utilização de veículos no transporte.

Esses indicadores funcionam como bússolas, permitindo ajustes em tempo real e auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Para melhores resultados, realize reuniões regulares com análises dos dados para identificar tendências e pontos críticos.

Conclusão

Gerir custos logísticos de forma eficiente não é apenas uma questão de economia, mas também uma estratégia vital para empresas que desejam se manter competitivas. Ao seguir esses cinco passos – diagnóstico, otimização de processos, uso de tecnologia, gestão de estoques e monitoramento contínuo – é possível construir operações mais eficientes, reduzindo desperdícios e elevando os níveis de serviço.

Para gerentes de operação experientes, que enfrentam os desafios diários de controlar custos e aumentar a produtividade, investir em soluções integradas e em uma mentalidade de melhoria contínua é o melhor caminho para alcançar resultados extraordinários. Afinal, logística eficiente é, acima de tudo, uma vantagem estratégica!

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Paulo Tavares

Paulo Tavares

É consultor internacional em Supply Chain e atua em mais de 15 países em projetos de ponta a ponta na cadeia de suprimentos. Mestre em Engenharia de Produção e Manufatura, estudou sobre Blockchain na Cadeia de Suprimentos. É pós-graduado MBA em Gestão Logística pela FGV, especializado em empreendedorismo pelo Babson College em Boston EUA e graduado em Administração de Empresas. Especialista em Gestão Ágil e Inovação pela FGV. Executivo com mais de 20 anos de experiência em Supply Chain Management,  ocupou cargos importantes em diversas empresas, dentre elas Thyssenkrupp, Natura e Bosch. Possui experiência em projetos internacionais, leciona nos cursos de MBA da FGV, USP e Albert Einstein. Autor de quatro livros e dezenas de artigos na área.

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