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Conteúdo 21 de julho de 2023

A importância da logística colaborativa no e-commerce

Depois de três anos intensos, o mercado de e-commerce brasileiro continua muito movimentado. Sim, o cenário mudou, mas o setor vai ganhando novos contornos. Aqui destaco a quantidade considerável de indústrias desenvolvendo canais de venda direta para seus consumidores (o conhecido D2C) e investimentos de marketplaces e aplicativos, principalmente os chineses.

Neste cenário, a logística se mantém como fator fundamental para a experiência de compra do consumidor, ainda mais porque a expectativa de uma entrega ágil e de qualidade é cada vez mais elevada. De outro lado, mesmo com a inflação em nível menor, evitar que os custos corroam margens é um desafio diário.

Então, como equacionar estas questões? Além do uso mais intensivo de tecnologia, me parece que o mercado brasileiro não capturou ainda todo o potencial da logística colaborativa, ou seja, compartilhar estruturas e operações de armazenagem e distribuição com outras empresas, as vezes até concorrentes, por meio de operadores logísticos.

A logística colaborativa reduz custos, ociosidade de equipes, equipamentos e áreas de armazenagem e permite uma maior qualidade de entrega. Isso porque, com uma escala maior, é possível aproveitar mais os espaços dos veículos de entrega, ter malhas mais amplas e maior frequência de entregas, fatores determinantes para um serviço sólido.

Essa abordagem reduz substancialmente a imobilização de capital em ativos fixos, diminuindo também os riscos e o esforço dispendido na administração de operações próprias. Possibilita ainda maior flexibilidade (pois o parceiro pode aproveitar a menor demanda de um cliente para atender elevações de outro), maior capacidade de atender pico de demanda, como a Black Friday e o Natal, e menor impacto ambiental (pela racionalização de recursos). Isso tudo, sem levar em consideração a questão da expertise e foco de um parceiro especializado.

No caso específico de indústrias abrindo canais D2C, imagina criar toda uma estrutura de distribuição que vai ser utilizada 30% ou 40% apenas por ser exclusiva? O valor investido é muito alto para uma utilização parcial. No caso da armazenagem, o fator chave é contar com entrepostos próximos aos grandes centros consumidores. Imagine fazer isso de forma isolada, mesmo que com parceiros.

Não por acaso, além das indústrias, temos recebido consultas de outros perfis de empresas interessados na logística colaborativa, como varejistas expandindo operações de e-commerce, empresas chegando no Brasil e marketplaces especializados.

Como vimos, uma abordagem colaborativa na logística traz muitas vantagens ao diluir custos, sem abrir mão da solidez operacional e qualidade de serviço, o que, por sua vez, reduz riscos para o negócio e no relacionamento com o consumidor final.

Gabriela Guimarães Gabriela Guimarães

VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain.

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