Terminais de líquidos e a cultura da segurança

22/03/2021

*Por Carlos Kopittke

Desde a antiguidade, as atividades de navegação marítima, lacustre e fluvial, ainda que rudimentares, movimentam produtos e propiciaram a expansão do homem e de impérios pelo mundo, transformando países em potências econômicas. A partir do século XIII, foram surgindo instalações cada vez mais sofisticadas e tecnologias para dar suporte a essas atividades, resultando nos atuais complexos portuários, onde estão estabelecidos terminais de cargas sólidas e líquidas.

Terminais de líquidos têm instalações modernas para recebimento, manuseio, expedição e armazenagem de produtos líquidos de diversas naturezas e relevâncias para a indústria, notadamente a química. Asseguram, inclusive, a segurança energética dos países, ao terem papel fundamental na sequência da cadeia logística entre as vias marítima e terrestre de combustíveis e seus derivados.

Eficiência, segurança e respeito à sociedade e ao meio ambiente. Esse tripé só faz sentido porque os terminais de líquidos investem pesado em equipamentos, tecnologia, especialização de mão de obra e planos de gerenciamento de emergências que abrem as portas para a elite de uma cultura de segurança que envolve os colaboradores desde o operacional até chegar ao presidente da empresa.

Existem, ainda, normas determinadas por órgãos do governo que regulam e fiscalizam fortemente a movimentação e o armazenamento de líquidos em áreas de porto organizado e fora dele. Recentemente, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) trabalhou na atualização da Resolução Nº 2.239/2011, norma bastante abrangente sobre a movimentação e armazenamento de cargas perigosas, que culminou na proposta de norma por meio da Resolução Nº 7.954/2020, com destaque para inclusão de ampla gama de procedimentos internacionais já praticados pelos terminais de líquidos no Brasil.

No Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, a Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL) tem feito um trabalho de reforço de segurança junto aos 12 terminais de líquidos ali instalados. Desde 1991, temos implantado o exclusivo Plano Integrado de Emergência (PIE), que prevê ações em emergências com cargas líquidas, mitigando os riscos e as consequências de um eventual acidente.

O PIE é uma verdadeira rede que conecta os terminais de líquidos, as autoridades e órgãos oficiais através de um serviço dedicado de telefonia e rádio que funciona 24 horas por dia e é testado diariamente, em distintos momentos. Todos têm papéis bem definidos em caso de emergências como derramamento de líquidos no mar, em terra (dentro de um terminal) e em estradas.

A ABTL atua organizando visitas técnicas pelo Brasil, reuniões entre os terminais e órgãos oficiais para troca de experiências, dissemina procedimentos e compartilha soluções que apoiem as empresas em suas estratégias de segurança. Outra importante estratégia para manter firme todas as pontas envolvidas no PIE são os exercícios simulados ao longo do ano, reforçando o dinamismo encerrado no conceito do Plano, que vai incorporando evoluções tecnológicas, novos procedimentos, boas práticas e, até mesmo, soluções regionais.

Um terminal que deseja se associar à ABTL passa por uma rigorosa análise documental e quanto a recursos e procedimentos que possam proporcionar segurança ao trabalho, patrimonial e do entorno em que se encontra. Isso tudo porque consideramos que a cultura da segurança é o maior ativo que um terminal tem, pois se relaciona diretamente com a sua reputação, com a valorização das vidas de seus colaboradores e a perpetuação dos negócios de forma sustentável.

*Carlos Kopittke é presidente da Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL)

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