Preservar margem de lucro é desafio para operadores logísticos

14/08/2024

Por Ademir Terra, diretor financeiro da Penske Logistics Brasil

Inflação e taxas de juros altas, além da demanda ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, desafiam os operadores logísticos a buscarem alternativas para preservar a margem de lucro. É a constatação do Relatório State of Logistics 2024, publicado recentemente pela consultoria Kearney, que também aponta os conflitos geopolíticos simultâneos ao redor do mundo e as mudanças climáticas como complicadores para a manutenção da saúde financeira das empresas de logística.

O mesmo estudo mostra um movimento mundial em que grandes companhias, como a Amazon, passam a atuar como provedoras de serviços logísticos para terceiros, aproveitando sua extensa cobertura e infraestrutura. Nesse cenário adverso, o que os operadores logísticos devem fazer para seguir entregando diferencial competitivo ao mercado?

Ir além da gestão básica de frota é um dos caminhos, que pode ser percorrido por meio de um LLP (provedor líder em logística) robusto. Com soluções personalizáveis às necessidades de cada empresa, é possível propor recomendações assertivas e modulares, a partir do histórico completo da cadeia de suprimentos analisada. O cliente, então, decide quais serviços contratar, de acordo com sua disponibilidade de verba e seus objetivos de negócio.

Para os operadores logísticos, atuar sob o modelo asset light (reduzir ao nível mínimo os ativos físicos, dispensando, por exemplo, frota própria) pode significar alívio significativo nas contas. Alocar recursos e equipamentos segundo a demanda é recomendável sobretudo em momentos econômicos marcados por incertezas, como o vivido pelo mundo atualmente. A consultoria Oxford Economics estima um crescimento de apenas 2,5% da economia global este ano, abaixo dos 2,7% de 2023.

Outro ponto crucial é a digitalização contínua das operações, capaz de ampliar a eficiência dos mais diversos processos da cadeia de suprimentos, e a análise assertiva de dados. Permitir que o cliente acompanhe em tempo real e de forma interativa, com o maior detalhamento possível, o status de cada item transportado, aumenta consideravelmente a percepção de valor sobre os serviços oferecidos pelo operador logístico.

A capacidade de adaptação será cada vez mais exigida da logística, não apenas na administração dos fluxos diante dos frequentes imprevistos globais, mas também no acompanhamento e na antecipação das demandas reais das empresas, de modo a preservar ou, em conjunturas macroeconômicas mais favoráveis, expandir a margem de lucro.

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