
A operação logística para marketplaces enfrenta desafios crescentes, impulsionados pelo aumento do e-commerce e pelas altas expectativas dos consumidores. De acordo com a pesquisa “E-commerce Trends 2025”, realizada pela Octadesk em parceria com o Opinion Box, 88% dos brasileiros compraram online ao menos uma vez por mês em 2024, e 50% planejam aumentar a frequência de compras em 2025. Esse crescimento acentuado exige não apenas eficiência operacional, mas também soluções inovadoras para atender à demanda crescente por entregas rápidas e sem erros. Em um mercado cada vez mais competitivo, a logística se tornou um diferencial estratégico essencial.
Um dos principais obstáculos enfrentados é a imprevisibilidade dos volumes, agravada pela sazonalidade e picos de demanda, como na Black Friday. Para lidar com essa variação, uma das estratégias é investir em tecnologias avançadas para otimizar a gestão de volumes e melhorar o planejamento logístico. A alta exigência dos consumidores por uma entrega “perfeita” tornou-se um fator chave para a sobrevivência de qualquer marketplace, exigindo um acompanhamento operacional minucioso para evitar falhas que possam prejudicar a experiência do cliente.
A diversidade de produtos também representa um desafio significativo. Diferente de indústrias tradicionais, onde os produtos são embalados de maneira padronizada, no marketplace há uma grande variedade de mercadorias, cada uma com necessidades específicas de embalagem e manuseio. Essa característica exige soluções personalizadas para garantir que os produtos cheguem aos consumidores sem avarias, respeitando os altos padrões de qualidade exigidos. A gestão eficiente dessa diversidade de itens e a atenção à qualidade do transporte também são essenciais para manter a confiança do consumidor.
No entanto, não é apenas a tecnologia que define o sucesso da operação logística. A gestão de pessoas também desempenha um papel crucial. Isso se traduz no treinamento contínuo das equipes e na criação de escalas de trabalho otimizadas, o que garante agilidade no atendimento das demandas sazonais e no ajuste rápido às mudanças de volume. Além disso, a captação antecipada de talentos e a formação de um banco de candidatos para emergências operacionais são práticas que ajudam a minimizar os impactos do turnover e garantem a continuidade do serviço.
Outro fator que vem ganhando relevância nesta área é a logística reversa. Processos de devolução muitas vezes negligenciados podem gerar frustração nos consumidores e aumentar os custos operacionais. Contudo, a logística reversa também representa uma oportunidade de transformação, como exemplificado por uma marca de cafés, que passou a recuperar máquinas de café devolvidas para revenda em seus outlets, reduzindo o desperdício e oferecendo um modelo sustentável. Empresas que investem em soluções como triagem avançada e reaproveitamento de materiais no ciclo de vendas conseguem não apenas reduzir custos, mas também fidelizar seus clientes, oferecendo uma experiência de pós-compra mais eficiente e agradável.
O futuro da logística em marketplaces é promissor, mas exigirá uma adaptação constante às novas demandas do mercado. Investir em tecnologias como inteligência artificial para otimização de processos e em centros de fulfillment próximos aos consumidores para garantir entregas rápidas são apenas alguns exemplos do que está por vir. Em um cenário em que a concorrência é global e as margens estão cada vez mais apertadas, a logística eficiente não é apenas um suporte operacional; ela é, sem dúvida, um ativo estratégico essencial para o sucesso e o crescimento sustentável dos marketplaces.

Dannylo Gomes, gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios na DHL Supply Chain









