Guia simples e prático para o uso da etiqueta RFID

17/11/2014

Este artigo é direcionado para pessoas leigas no assunto, mas que tenham  interesse em conhecer como funciona RFID (Radio-Frequency Identification), e  dominar alguns conceitos para visualizar uma aplicação, solicitar e analisar o projeto de algum especialista.

RFID é abreviação de Radio Frequency Identificação,  ou seja, identificação por rádio frequência. No fundo é a aplicação da onda de transmissão do velho rádio de pilhas, porém no lugar de transmitir  a voz, transmitem dados que ficam gravados em um chip eletrônico localizado dentro de uma etiqueta.

Como no sistema de radio, existem um transmissor e um receptor. A etiqueta RFID é o transmissor e o receptor é a antena. A antena capta várias etiquetas simultaneamente e por diversas vezes, por isso, a antena precisa estar conectada a um computador para processar um código por vez, e tratar as informações enviadas.

Uma onda de rádio tem uma frequência de transmissão que basicamente determina o seu alcance. Lembra que existem locais que o rádio  de seu carro não pega? Pois esse é exatamente um dos problemas a serem solucionados quando pensamos  nas etiquetas RFID.  A antena do rádio é fixada no carro que se movimenta e  a  etiqueta e antena RFID também podem se movimentar, porém  o aparelho de rádio pode sintonizar diversas  frequências, diferente da antena RFID que não tem a mesma facilidade. A etiqueta RFID e a antena precisam estar na mesma frequência.

O exemplo mais conhecido é a TAG usada em pedágios de veículos. O famoso “Sem parar”, é uma tag RFID de alta frequência para boa distância de leitura fixada no carro. A antena que está fixada no portal só faz a leitura  da tag RFID do veículo que passa pela cancela e não lê a TAG do veículo ao lado ou detrás. Esta questão é de suma importância se quiser que só uma etiqueta RFID seja lida. A rádio frequência  propaga em todas as direções. Numa catraca de entrada é preciso planejamento para que um bilhete da pessoa ao lado, não abra a cancela indevidamente.

O uso do RFID deve ser estudado e bem planejado para que seja uma solução bem sucedida, para tanto é necessário conhecer e entender as diferentes soluções usadas para identificação.

Principais diferenças entre código de barras e RFID

– Código de barras: impresso na superfície para que o código fique visível para a leitura. Não pode ter nada entre a etiqueta e a leitora. A etiqueta ou a leitora precisa estar parada, lê uma por vez. Pouca velocidade, pouca distância de leitura, baixa produtividade.

– RFID: código fica gravado no chip, leitura sem contato, pode ser lida através de madeira, plástico, papel tecido, etc. Capturado em movimento. Lê várias etiquetas simultaneamente.  Maior distância de leitura, maior velocidade, maior produtividade.

RFID é um chip eletrônico, portanto necessita de um invólucro para não ser danificado. O próprio material do objeto serve como proteção. Exemplo, dentro da madeira de uma mesa, dentro de uma toalha de tecido, etc. Não necessita de uma superfície plana, pode ter formatos diferenciados.

O sistema de código de barras permite a digitação para o caso de impossibilidade de leitura, isto porque o código está impresso na etiqueta.  Na tag RFID a única forma de ler o código sem a antena é ter o código impresso na superfície da etiqueta. Isto deve ser considerado num projeto RFID.

Os 3 tipos de etiquetas RFID: ativa,  passiva e semi-passiva.

– Ativa: bateria interna, maior, custa mais. Vida útil limitada pela bateria.  Pode armazenar e transmitir dados para distâncias maiores. Exemplo: enviar alarme, medir e gravar temperatura, localizar objeto ou pessoa em movimento, etc.

– Passiva: sem bateria interna, menor, mais barato, vida útil maior. Responde na presença da antena  móvel ou fixa transmitindo o código gravado para pequenas distâncias.

– Semi-passiva: é o meio termo entre a ativa e passiva. Tem bateria, porém sem o transmissor.  É ativado pela antena, mas, com a bateria o sinal de transmissão alcança maior distância.

Frequência  da tag RFID

A freqüência define o alcance e a velocidade de transmissão dos dados. Porém, o alcance depende de outros fatores, como veremos adiante.  As frequências  mais comuns são:

– LF: baixa frequência, de 125 KHz, alcance de leitura de até 0,5 m, baixo custo;

– HF: alta frequência, 13,56 MHz, médio alcande de até 1 m, custo médio;

– UHF: ultra alta frequência, 860 a 960 MHz, grande alcance de até 10 m, custo alto,

Alcance de leitura  da etiqueta RFID

O alcance é uma das vantagens do RFID sobre código de barras, além da leitura não ser em linha reta, em todas as direções, desde que não tenha obstáculo para impedir a propagação da onda. O alcance depende de:  RFID ativa ou passiva, frequência e de fatores físicos.

Fatores físicos que interferem no alcance

–  etiqueta na superfície metálica: campo magnético do metal diminui o raio de leitura.

–  material usado  para encapsular o chip para minimizar o campo magnético do objeto;

–  antena e a sua posição (ângulo);

–  obstáculo entre a etiqueta e a antena: água, metal, líquido, corpo humano, madeira, etc.

–  ambiente (espaço físico): pode ter ponto cego, local aonde não chega à onda de rádio.

Em tese o código de barras pode ser substituído por RFID. Porém,  não é uma simples troca da etiqueta de código de barras por  tag RFID. É preciso conhecer as diferenças, as funcionalidades, as limitações, os efeitos colaterais do RFID e redesenhar o processo, desenvolver softwares, investir em hardware para desfrutar as reais vantagens do RFID.

 

Orlando Oda

Administrador de empresas, mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode.

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