O poder de compra dos brasileiros na hora de abastecer alcançou seu melhor desempenho em oito anos, segundo o Indicador de Poder de Compra do Monitor de Preço de Combustíveis, produzido pela Veloe em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). No terceiro trimestre de 2025, o gasto com gasolina comprometeu 5,9% da renda média domiciliar nacional, percentual que se aproxima do patamar de 2017, quando atingiu 5,7%. Nas capitais, o índice ficou em 4,0%, o melhor resultado desde 2018 (3,9%), reforçando a tendência de recuperação do orçamento das famílias.
Apesar da melhora, o impacto continua mais elevado nas regiões Norte (7,9%) e Nordeste (9,2%). Já Sul (5,1%), Sudeste (5,0%) e Centro-Oeste (5,0%) registram menor comprometimento relativo de renda. O estudo considera o percentual necessário para encher um tanque de 55 litros com gasolina comum, cruzando informações da Pnad Contínua (IBGE) com preços monitorados mensalmente.

Variações regionais e comportamento dos combustíveis
Para André Turquetto, CEO da Veloe, os dados representam um alívio importante no orçamento das famílias. “A queda no comprometimento da renda com abastecimento mostra que, mesmo em um cenário de oscilações, há uma tendência consistente de recuperação do poder de compra das famílias. Monitorar esses movimentos é essencial para entender o comportamento do consumo e apoiar decisões de planejamento financeiro, tanto de motoristas quanto de empresas”, afirma.
Em novembro, a gasolina comum registrou preço médio nacional de R$ 6,263, queda de 0,5% em relação a outubro, embora ainda acumule alta de 0,8% no ano e de 1,4% em 12 meses. As maiores médias foram observadas no Norte (R$ 6,712) e Centro-Oeste (R$ 6,363), enquanto os menores valores aparecem no Sudeste (R$ 6,136) e Nordeste (R$ 6,271), onde houve retração de 1,1%.
O etanol hidratado avançou 0,3% no mês, alcançando R$ 4,374, com altas acumuladas de 5,0% no ano e 6,5% em 12 meses. Os preços mais elevados foram registrados no Norte (R$ 5,276) e Nordeste (R$ 4,687), enquanto os menores apareceram no Sudeste (R$ 4,256) e Sul (R$ 4,490). O Nordeste foi a única região a apresentar queda expressiva no mês, com retração de 3,1%.
O diesel S-10 subiu 0,2% em novembro, atingindo R$ 6,169. Apesar disso, acumula queda de 0,7% no ano e leve alta de 0,2% em 12 meses. Os maiores preços foram verificados no Norte (R$ 6,451) e Centro-Oeste (R$ 6,320), com valores menores no Sul (R$ 6,043) e Nordeste (R$ 6,071). Todas as regiões registraram alta mensal.
Indicador Flex e relação entre etanol e gasolina
O levantamento atualiza ainda o Indicador de Custo-Benefício Flex, que compara os preços do etanol e da gasolina. Em novembro, o etanol representou 72,6% do preço da gasolina na média das unidades da Federação e 72,8% nas capitais. Ambos permanecem acima do limite de 70%, mantendo a gasolina como opção mais vantajosa no país, especialmente no Nordeste e no Norte.
Ainda assim, o etanol segue competitivo em alguns estados, como Mato Grosso (68,4%), São Paulo (68,6%), Mato Grosso do Sul (68,8%) e Paraná (69,8%), o que demonstra diferenças regionais significativas na relação entre os combustíveis.
Os resultados completos podem ser acompanhados aqui.









