A GWM Brasil inaugurou oficialmente, em 15/08, sua fábrica em Iracemápolis (SP), a primeira unidade produtiva da marca nas Américas e no Hemisfério Sul. A planta é também a terceira da empresa fora da China com base completa de produção, ao lado das fábricas na Rússia e na Tailândia.
O evento de inauguração reuniu autoridades nacionais, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além de ministros e representantes do governo federal. Pela autotech, estiveram presentes Mu Feng, CEO global da GWM, Parker Shi, presidente da GWM International, e Andy Zhang, presidente da GWM Brasil & México, além de executivos locais.

Primeiro veículo GWM fabricado no Brasil
A nova fábrica já iniciou a produção de três modelos: o SUV híbrido Haval H6, em suas quatro versões, a picape média Poer P30 e o SUV de sete lugares Haval H9, ambos com motorização turbodiesel. Durante a cerimônia, Lula participou do processo de finalização do primeiro veículo produzido no Brasil, um Haval H6 GT branco, colando o adesivo de “fabricado no Brasil” e posando para fotos com os trabalhadores.
Com área total de 1,2 milhão de m² e 94 mil m² de área construída, a unidade tem capacidade para produzir 50 mil veículos por ano. A estrutura contempla soldagem, linha de pintura robotizada, montagem e sistemas de fornecimento de energia, além de logística integrada e fornecedores nacionais. Atualmente, a fábrica emprega 600 trabalhadores e deve alcançar 1.000 empregos diretos até o fim do ano, podendo superar 2.000 vagas com o início das exportações para a América Latina.
Criação do primeiro Centro de P&D da GWM na América do Sul
Durante o evento, a empresa anunciou a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GWM na América do Sul. O espaço terá 15 mil m², dos quais 4 mil m² construídos, e contará inicialmente com 60 técnicos e engenheiros. O foco será o desenvolvimento de tecnologias flex, a adaptação de veículos globais às condições brasileiras e pesquisas em sistemas híbridos, elétricos e inteligência artificial.
“O novo centro contará com laboratórios de última geração para combustíveis de nova geração e eficiência energética, sempre com atenção à descarbonização”, afirmou Parker Shi. A empresa também anunciou parcerias com institutos de pesquisa e universidades para inovação e formação de profissionais.
Investimento bilionário e fornecedores locais
O plano de investimentos da GWM Brasil prevê R$ 10 bilhões em dez anos. A primeira fase, de R$ 4 bilhões até 2026, inclui a reativação da planta de Iracemápolis. Entre 2027 e 2032, mais R$ 6 bilhões serão destinados à nacionalização de peças, novos produtos e geração de empregos.
A operação brasileira adota o sistema part by part, mais avançado que SKD e CKD, com conteúdo nacional desde o primeiro ano. Hoje, 18 fornecedores participam da produção, incluindo empresas como Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear. A GWM já se inscreveu no programa federal MOVER, que concede incentivos fiscais a montadoras que investem em produção local e P&D.
Tecnologias apresentadas e certificação inédita
Na inauguração, a marca expôs suas soluções multienergia, incluindo o primeiro caminhão movido a hidrogênio da GWM, a maquete de um barco a hidrogênio que será apresentado na COP30 e a moto SOUO S2000 GL. O caminhão foi desenvolvido pela subsidiária FTXT, especializada em tecnologias de célula a combustível.
A fábrica de Iracemápolis recebeu ainda a Certificação ISO 9001:2015, sem não conformidades. É a primeira vez que uma montadora obtém essa certificação antes de iniciar a produção no Brasil, reforçando a robustez dos processos locais.








