O Estado de São Paulo registrou uma redução de 14,3% nos casos de roubo e furto de veículos no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados fazem parte do Boletim Econômico Tracker-Fecap, que tabulou 34.908 ocorrências entre janeiro e abril deste ano.
A queda mais expressiva foi observada nos casos de roubo, com retração de 28,9%, enquanto os furtos caíram 10,1%. A análise considera diversos tipos de veículos e indica que caminhões e semirreboques lideraram a redução percentual de ocorrências, seguidos por caminhonetes e motonetas.
Segundo Erivaldo Vieira, pesquisador da FECAP, “essa baixa pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como o aumento da eficiência das políticas de segurança pública, o uso de tecnologias de rastreamento e monitoramento veicular e a maior conscientização dos proprietários de veículos sobre medidas de prevenção”.
Automóveis seguem como os principais alvos
Apesar da melhora nos indicadores, os automóveis continuam liderando as ocorrências, com 16.153 registros em 2025 – uma queda de 16,3% em relação a 2024. Motocicletas aparecem em seguida, com retração de 7,4%.
Na categoria caminhão trator, a queda foi de 33,9%, enquanto semirreboques tiveram a maior redução percentual: 56,6%. Os utilitários registraram queda de 13,2% e reboques de 26,7%. Apenas algumas categorias específicas, como micro-ônibus, ciclomotos e tratores mistos, apresentaram variações positivas, mas em volumes absolutos muito baixos.
Sorocaba é exceção entre cidades mais perigosas
Entre os 10 municípios com maior número de ocorrências, apenas Sorocaba apresentou alta, com crescimento de 1,7%. Já Mauá liderou a redução percentual com 25,2%, seguida de Osasco (-17,2%) e Ribeirão Preto (-15,6%). São Paulo capital teve queda de 14,8%.
A capital paulista também passou por alterações no ranking dos bairros mais afetados. O Tatuapé lidera as ocorrências em 2025, mesmo com redução de 11,7%. Vila Prudente foi o único bairro a registrar aumento nas ocorrências (+4,1%), subindo para a segunda posição. Destaques positivos foram os bairros Penha e Itaquera, que saíram da lista dos 10 mais perigosos.
Mudança no perfil geográfico da criminalidade
Segundo Erivaldo Vieira, os dados revelam uma redistribuição geográfica dos crimes. “A entrada da Vila Mariana e da Água Rasa na lista de 2025, e a saída de bairros como Itaquera e Penha, indicam que a mancha criminal está migrando para novas áreas da cidade.”
Entre as vias com maior redução, destacam-se a Avenida das Nações Unidas (-56%), Vereador Abel Ferreira (-42%) e Octalles Marcondes Ferreira (-43,4%). Por outro lado, locais como a Avenida Ragueb Chohfi (+37,9%) e a Estrada do M’Boi Mirim (+28,6%) passaram a figurar no ranking.
Especialistas alertam sobre receptação de peças
Para o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa, combater a receptação é essencial para reduzir os índices de roubo e furto. “A escassez e o alto custo de peças automotivas novas contribuem diretamente para o crescimento dos roubos. A sociedade pode contribuir evitando comprar peças sem nota fiscal”, explica.
Corrêa também recomenda atenção redobrada ao estacionar veículos próximos a locais como estações de metrô, shoppings e estádios, onde há maior vulnerabilidade.
